脳にキく薬

solve
coagula

Com o tempo, sinto que estou tornando-me importante demais para determinadas atividades. Não o digo por soberba, é claro. Estranhamente, não tenho tantos problemas com isso. Digo que eu simplesmente não consigo alocar em um único dia todas as tarefas que preciso realizar. Infelizmente o nível intelectual de minha divisão, ainda que tenha aumentado exponencialmente desde minha chegada, não é o suficiente para que consigam fabricar itens de meu estoque pessoal. Ou, talvez, eu esteja sendo protetor demais daquilo que construo e não os permito tentar. Consigo aceitar isso, também. Bem, de qualquer forma, foi por isso que eu criei meu rato predileto: Nezumi, o realizar de coisas que eu não quero fazer. Suponho que, nos próximos meses, Aoi também estará pronta para assumir a tarefa.


E, desta forma, a nuvem verde obedeceu. O diagrama de Nimura havia sido deixado do lado de fora da porta de seus aposentos ─ este era o acordo que haviam firmado para quando a situação surgisse. Anelando os gráficos de seu criador, Nezumi entendia que o projeto era para bombas de luz. A parte intrínseca do processo de fabricação deste particular item era o seu tamanho: geralmente, pequenos dispositivos explosivos ainda são muito grandes quando comparados ao que o cientista-mor deseja. Já entendendo que seria um procedimento difícil, o rato verde se pôs ao trabalho; não editando postagens, mas criando o item que lhe havia sido encaminhado.

Notou vantagem no fato de que todos os componentes que seriam utilizados na criação das bombas de luz, a “Hikaridama”, eram de fácil obtenção e as barracas da Décima Segunda Divisão possuíam-os em abundância. Isto significa que a sua vida não estaria em risco se errasse em suas primeiras tentativas de fabricação. Algo que não notou vantagem, contudo, foi o período de teste: não era tão maluco como Nimura, que provavelmente traria alguns pesquisadores jovens em quem pudesse testar a eficácia das bombas. Na verdade, sequer sabia se os outros membros da divisão poderiam conhecê-lo. Isto significava que, exatamente, teria de testar as bombas nele mesmo. Depois da terceira ou da quarta detonação, estava quase cego. Sempre que algo estourava, precisava tomar alguns minutos para se recompor ─ e recuperar sua visão ─ antes de realizar os ajustes necessários.

Por fim, a tentativa de número dezenove foi a final. Pareceu cegá-lo na medida perfeita, a voltagem estava exatamente de acordo com a diagramação de seu mestre, e conseguiu realizar todo este procedimento contido dentro de um pequeno e circinal recipiente. A partir de então, certificou-se de que havia o processo bem fixo em sua mente para que pudesse replicá-lo mais vezes ─ dezenove delas, ironicamente. Pôs-se, então, a repetir todo o procedimento para preparar o primeiro conjunto dos pequenos explosivos.

Considerações:

HP: 700/700
RE: 1150/1150
ST: 05/05