1999

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Un Castillo de Susurros
Parte I

A fortaleza dos De Alcázar, era uma estrutura intrépida, robusta e imponente, herança dos tempos áureos e gloriosos da antiga casa nobre que reinou em Navarra por mais de duzentos anos. Seus paredões ladrilhados, funcionavam como um escudo, físico à primeira vista, mas acima de tudo, moral. Nada alcançava as esguias torres, com suas ameias inacessíveis e seus moradores amaneirados e presunçosos a vislumbrar o mundo sempre de cima. Agora é a mesma coisa. Era curioso como, mesmo num outro plano de existência, a organização social ainda replicava as mesmas leis de hierarquia, poder, e, por que não, nobreza apresentadas na terra.

Ergueu-se do cume da duna em que estava assentado e mirou o titã retangular que o esperava no horizonte.

Las Noches, era para ele o equivalente fidedigno do grande castelo De Alcázar, os Espadas, dos nobres importantes que zumbiam ao redor de seu tio, Alexander — o Arquiduque de Cielo —, e os demais Numeros, a corja afetada de fidalgotes menores que parasitavam as casas reais em troca de migalhas e isenção de impostos, que se alojavam nas instalações dos castelos e viviam às custas dos monarcas, em dinâmicas de comensalismo. A única diferença aqui, é que os Numeros servem também como soldados. No palácio Arrancar, ao menos, os "fidalgos menores" mostravam seu valor em campo, disputavam, morriam e sacrificavam-se para se provarem os mais formidáveis guerreiros.

Apontou o indicador na reta longínqua que terminava no castelo.

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Un Castillo de Susurros
Parte II

Um clarão de luz surgiu da extremidade e escapou, num cone que se estendeu para lá dos vinte metros a frente dele, fazendo as madeixas acinzentadas esvoaçarem na contramão. A rajada de energia, era toda ela também cinzenta, com a área interna mais luminosa e a externa opaca e sombreada. O que acabara de ser realizado ali, era nada mais nada menos do que um Cero, a técnica mais poderosa e de difícil performance no arsenal de um Hollow. A maioria, conseguia materializar uma explosão pequena, com baixo potencial ofensivo e fria. Arrancars mais experientes, no entanto, praticavam e controlavam sua Reiatsu para que os disparos fossem maiores e mais quentes, a ponto de causticar inimigos atingidos. Esse era o cerne da masterização do Cero; a Reiatsu. Se fosse fraca, ele mal escapava para fora do corpo, se fosse desordenada, era efêmero, um laser não contínuo.

De novo. Mais um disparo, dessa vez com o indicador esquerdo, mirado para o nada arenoso que era o Hueco Mundo. Um jorrar de areia ergueu-se esfumaçado quinze metros para cima, testificando a letalidade mais elevada em comparação ao Cero anterior. De novo, e trouxe mais um ao deserto. De novo. De novo.

Quando deu por si, à sua volta um véu de areia encobria-o por completo, de modo a força-lo a manter os olhos cerrados. Crateras esféricas e disformes acumulavam-se aos montes pela areia e um arfar sútil evidenciava seus esforços. Quando o percebeu, continuou. De novo.

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1999

Inverno

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