O Centro de Treinamento da 12ª Divisão era um lugar vazio. Seus espaço se resumia a tábuas de madeira que formavam o chão do dojo com cerca de 50m². Um espaço abrangente, porém, sem qualquer equipamento ou aparato tecnológico. A própria divisão não parecia se importar com a utilidade daquele local em especifico, desde que seus laboratórios estivessem propriamente equipados com o avanço tecnológico e intelectual de seus cientistas.

— Já havia vindo aqui antes? — Emi perguntou enquanto seus olhos caminhavam pela estrutura de madeira que formava o casebre chamado de dojo. Ootsuka Ikki acompanhava-a, aos passos lentos, alguns metros atrás da mesma. — Obviamente. — Respondeu, frívola e diretamente. A Shinigami caminhou até o centro do palco, seus olhos curiosos como se analisasse o lugar. — O que quer, Emi? — Ootsuka questionou, sem sequer deixar os olhos da garota que mantinha-se de costas para o mesmo. Ela girou o corpo, virando-se para o cientista. Seu olhar era sério e mantinha uma expressão pesada. — Se continuar assim, você morrerá. — Declarou com certa naturalidade. Suas mãos tocando o cabo de sua espada enquanto fixamente mantinha uma distância de cerca de vinte metros do rapaz. Ootsuka não esboçou uma única reação, esperando as próximas palavras que viriam. — Você sabe disso, não é? — Emi perguntou. A pergunta, porém, era retórica, pelo menos na mente de Ikki. Ele manteve seus olhos sobre a face da garota que agora retirava sua espada da bainha num movimento gracioso e lento. — Percebe que a ciência nem sempre irá lhe salvar, não é? — Um sorriso malicioso percorria a face daquela mulher, como se ela tivesse algum plano guardado. — Se você não tiver os equipamentos? Se você não tiver os reforços? Se você... — Ela suspirou, olhando ao redor mais uma vez. O sorriso esvaíu-se como nuvem de fumaça em dia de ventania.

— Se você não treinar esse corpo frágil... — Ela apontava a espada em direção a Ootsuka. — Morrerá na próxima empreitada que for despreparado. — Sentenciou.

Os olhos de Ikki se contrairam, uma expressão contida de raiva. Acima de tudo, porém, por saber que, por mais que tentasse rebater suas palavras, ela não estava errada . Poderia esconder-se no laboratório, conduzir milhares de experimentos e, ainda assim, encontrar uma situação da qual sua mente não concluira ser possível. — Força. — Emi respondeu, antes que Ootsuka sequer cogitasse a procurar tal palavra. — É essa palavra que procura. — Mas o que era força? Física, intelectual, motora? Ikki poderia categorizar diversos tipos de habilidades que caracterizassem uma força propriamente dita, porém... — No sentido mais puro, Ikki. — A garota disse, como se pudesse ler a mente do pesquisador. — Quando falo de força... é ser capaz de lidar com situações inéditas, mesmo que isso signifique que todas as possibilidades estejam contra você. — Ela fechou os olhos e respirou profundamente. — Existem diversas maneiras de fazer isso, obviamente, mas você foca apenas nas suas forças e esse... — Abrindo os olhos, ela gargalhou silenciosamente, como se uma piada interna lhe fizesse sorrir. — Esse é o problema. — Mais uma vez, ela olhara ao redor. Ela parecia querer tocar na alma do Shinigami.

— Seja direta, Emi. — Lançou e sua voz soara firme, como há muito tempo não soara.

A combatente da 11ª Divisão voltou seus olhos ao cientista, fixando o olhar no dele. — Força não é apenas trabalhar naquilo que se é bom, mas também naquilo que se é ruim. — A voz da jovem soava pesada, num tom ríspido e quase como cortante. — Você é um gênio. Isso não há duvidas... porém, isso é o suficiente? — Uma de suas sobracelhas se ergueu, como se perguntasse algo até mesmo com a expressão. — Quando seu corpo falhar? Criará um novo no meio de uma luta? — O sorriso em seu rosto era desafiador; uma espécie de afronta.

— Ou sentará na lama e esperará ajuda? —

O silêncio pairou. Ikki não esboçara uma única reação; observando a mulher de maneira impassível. Um breve confronto de ideias. Força x Força. — Me mostre do que é capaz ou cortarei sua cabeça aqui mesmo, para poupá-lo de frustrações. — Ela sentenciou mais uma vez e agora, seu olhar tornara-se assassino, sanguinário. — Fui direta o suficiente? — Ikki intuiu, naquele momento, a seriedade de suas palavras. O fato de conhecer Emi era suficiente para saber que ela nunca falaria algo sem significado e, isso, era o que admirava na mesma.

— Sim. — O pesquisador respondeu, sacando sua pequena e aparentemente inofensiva Zanpakutou.

Considerações:

Técnicas:

— Ótimo. — Um múrmurio que precedera a iniciativa para o começo do combate.

Os passos seguintes de Emi foram como um flash diante os olhos de Ootsuka Ikki. A distância encurtada em um milésimo de segundo o permitiu reagir com um único recuo rápido, acurando toda sua capacidade de uso do Hoho. Viu a espada de Emi cortar o ar, na altura de seu pescoço, enquanto se esgueirava para a lateral de seu corpo. — Bom tempo de reação. — A garota comentou à medida que seus olhos ja eram capazes de acompanhar a mão livre de Ikki tentar segurar o braço que usara para o ataque. Não deixara, porém, que tal ação fosse efetivada. O mesmo punho, onde segurava a espada fizera um simples movimento, apontando sua Zanpakutou na direção do peito de Ikki à medida que ele mesmo se aproximava para tentar agarrá-la. A reação do jovem cientista fora rápida porém, seus passos sambaram sobre o chão e seu corpo lateralmente virou-se, fazendo a espada e Emi passarem próximos a ti.

Seus olhos se cruzaram naquele ínfimo instante e Ikki pode perceber que a garota tinha uma espécie de brilho no olhar. Algo que era incapaz de entender. Era como se, de algum modo, ela estivesse feliz de estar diante à morte. Feliz de batalhar por sua vida. — Preste atenção. — Um momento de distração e Emi lançara a sola de ambos seus pés no peito do rapaz, usando a mão livre para amortecer seu próprio impacto ao solo e levantar-se rapidamente. Ikki recebera o impacto em seu peito, sendo empurrado para trás. Seus pés se arrastaram e por um instante sentira uma falta de ar.

Não tivera tempo, porém, de se recuperar. Emi já se encontrava diante do mesmo, centímetros próximo ao seu corpo. Os olhos do cientista se abriram num espasmo instintivo. Uma estocada da garota vinda em direção à sua barriga. Ikki virou-se rapidamente, a lâmina porém rasgara centímetros de sua pele. O tempo correra, porém, sem qualquer possibilidade de reação; não expressara dor ou expressão. Emi curvara sua espada buscando o corpo de seu companheiro num movimento horizontal. Ootsuka Ikki, dessa vez, saltara sobre a espada, girando seu corpo verticalmente enquanto suas mãos buscavam o shihakusho da garota, tentando agarrá-lo. O tecido em suas mãos o permitira um segundo de vantagem, quando se moveu para o lado oposto ao do movimento da mulher; no entanto, uma vantagem vaga. Emi puxara sua espada deixando suas costas totalmente à mercê de Ikki, enquanto num movimento rápido executava uma estocada com a espada próxima as suas costelas e a lâmina direcionada para a parte traseira de seu corpo. Rápida; instintiva. Forçado, Ikki largara as vestes de sua oponente, recuando em passos rápidos.

— Use sua Zanpakutou. — A combatente falou, enquanto posicionava-se, mais uma vez, de frente para seu inimigo. — Não me vencerá assim. —

Ela era rápida. Competir com sua velocidade era uma tentativa pífia de posicionamento e movimentação. Não havia como demonstrar superioridade física, ainda que eu tentasse. Antecipar seus movimentos também não demonstra ser uma tarefa fácil. Ela demonstra imprevisibilidade nos movimentos. Sua habilidade com a espada e com o corpo se sobressai à minha reação instintiva. É como se manter a proximidade fosse uma sentença de morte. Ao mesmo tempo, é impossível manter a distância.  

— É por isso que ainda não usei a Zanpakutou. —

— Você não usa a Zanpakutou porque tem medo de me matar. — A voz da garota soou acima de meus pensamentos, acordando-me para o mundo real. — Você ainda acredita ser superior, mesmo que tudo prove o contrário. — Ela falava e a veracidade em suas palavras era capaz de quebrar as paredes de um pensamento concreto. Ela estava certa. Eu me continha por medo de machucá-la. — Vamos, Ikki. Você é o único sangrando aqui. — Suas provocações eram inúteis, eu sabia disso. Era, porém, óbvia a dedução de que sua superioridade física a mantinha num patamar superior, então... Por que? Porque eu me sentia como se tivesse de me conter?

Foi quando uma gargalhada aguda soou, salvando-me dos pensamentos, mais uma vez. — Você aprendeu sua vida inteira que era melhor que os outros, não é? — O sorriso em seu rosto não era de felicidade; era algo diferente. — Mas você não pensa assim. — Era possível ver em seus olhos uma espécie de trevas ou lado obscuro que nunca havia visto. — Você acredita que tem que provar ser melhor e, usar seu máximo, é provar que você estava certo... — Ela abaixou a cabeça, olhando para o chão. — Você nunca soube o que é se esforçar de verdade por algo, não é? —  De algum modo, ela começara a soar melancólica. — Se esforçar, para você, significa perder. — Um suspiro saiu de suas narinas, como se ela visse graça naquilo.

— Afinal, você é muito superior aos outros. —

Considerações:

Técnicas:

Ela estava certa ou aquilo não passavam de provocações?

De fato, não se lembrara a última vez que tinha se esforçado de verdade. Quando havia posto todo seu ímpeto em alguma coisa? Mesmo naquele instante, enquanto Emi avançava mais uma vez e sua espada cruzava próximo à meu pescoço, limitava-me a me distanciar. Correndo. Afastando-me, metro por metro em movimentos rápidos. — Quanto tempo irá continuar com isso? — Ela questinou, quando sua Zanpakutou passou rente à minha mandíbula abrindo um pequeno ferimento. Recuei novamente; não sentia dor, cansaço, fúria; nada. — Posso ficar aqui o dia inteiro. — Sua espada cortava, sempre alta, sempre fatal. Como se toda minha mente estivesse envolta de uma trevas tremenda, eu não podia perceber sequer o motivo daquela batalha.

Um motivo, não é?

Era isso, eu nunca tivera um motivo. Eu nunca tivera um motivo concreto para me esforçar de verdade. Poder? Fama? Cargos? Não, nada disso soava suficiente aos meus ouvidos. Ainda que aquela lâmina cortasse próxima ao meu corpo, eu podia sentir que a própria sobrevivência não era um motivo suficiente. — Então é isso? — Pensei, por um momento em que meus pés hesitaram e a espada cortou meus ombros que se esgueiravam para a direita. Saltei para trás, me afastando logo em seguida, mas eu sabia que, diante àquilo, eu estava impotente. — Desistir, não é? — Era o mais fácil. Não a típica desistência. O tipo de desistência onde eu sequer iniciava as coisas, pois tinha certeza de que, em dado momento, elas me entediariam.

Tudo me entedia.

— Você pode fugir disso, mas isso sempre irá lhe encontrar, Ootsuka. — A face de Emi não demonstrava raiva, rancor, ódio. O que era aquilo em seus olhos enquanto ela avançava? Alegria? Não, não era alegria. Aquilo era: entusiasmo. Por que eu era incapaz de sentir isso? Aquela espada, mais uma vez cortava a pele de meu braço e tudo que eu fazia era me desvencilhar, mais uma vez, distanciando-me. Aproveitando-me do tamanho do dojo. A expressão fria em minha face era um reflexo disso; essa distância, não é? Mesmo com minha memória, não consigo me lembrar se sempre fui assim. Não, eu era diferente, não era, Emi? É por isso que você está com raiva. É por isso que você está dizendo essas coisas. Antigamente, eu buscava as coisas.

Eu tinha mais coragem do que hoje.

*Crack*

Um passo em falso. A tábua de madeira se rompeu e meu pé de apoio afundou. O sorriso de Emi era denunciador; ela havia planejado isso. Eu não estava dando a devida atenção à luta e agora, ela saltara num rasante em direção à minha cabeça. Sua espada cortará meu crânio, finalmente, não é? Não é como se eu não esperasse que a morte chegasse cedo. Ao menos, eu pensava que ela não viria de alguém tão próximo e sim do meu próprio corpo. Talvez, por isso, eu sequer me importasse em sobreviver; ter cargos ou poder. A morte me espreitava, não é? Por que eu manteria uma esperança pífia em busca de reconciliar minhas dores com o mundo? Não há redenções. Provar meu valor, tornar-me mais forte, esgueirar-me pelos corredores em busca de compreensão ou valorização. No fim, o que significava tudo isso? O resumo era o mesmo, a morte e, no fim, não faria diferença se havia sido um rei ou um mendigo; como aquele homem.

Meu nome seria esquecido como qualquer outro.

Considerações:

Técnicas:

Ainda assim, eu precisava continuar, não é?

A espada caindo em direção à Ootsuka cruzou a lâmina de sua Zanpakutou, posta em frente ao ataque de forma instintiva. As lâminas se cruzaram e a arma de Emi desviara de direção com o impacto, cortanto levemente o ombro direito de Ikki. Um corte superficial. Emi encontrou-se agachada ao lado de Ootsuka, sua lâmina e olhos encostados ao chão. — Tentar nem sempre significa sucesso absoluto. — Ela murmurou, enquanto Ikki se livrava do buraco criado no chão de madeira, afastando-se. — Mas pode significar tudo. — A mulher se levantava; seus olhos taciturnos e a expressão carrancuda. Assimilava-se à uma espécie de carrasco em busca de presa, diferente da expressão de entusiamo demonstrada anteriormente.

— Vamos, Ootsuka, me mostre que está ao menos tentando de verdade. —

O corpo do cientista apresentava diversos cortes. O sangue escorria pelos ferimentos, molhando suas vestes e chão. A quantidade de ferimentos, porém, era insuficiente para fazê-lo sentir dor ou qualquer tipo de cansaço diante à batalha. Além de que, naquele momento, Ootsuka entendia algo. Algo que Emi dizia desde o começo.

Não era sobre força, no sentido físico da palavra; o que a garota queria dizer era sobre a força de se superar, tornar-se mais forte. Esse era o tipo de força que Emi admirava. Abominar a luta corporal, o combate de corpos, o esforço físico e até mesmo o intelectual; como se isso fosse um desgaste desnecessário. Isso mostrava que Ikki nunca havia tentado se superar. Não, pelo contrário, sempre quisera permanecer na mesmice. Fazer o mais básico, não é? O que lhe era confortável.

Mas não naquele momento...

Respirara fundo, soltando o ar pela boca e, então, Emi percebera a leve mudança de posicionamento no corpo de Ikki. A base de seus pés firmaram-se; seus ombros também; seus olhos pareceram brilhar com o foco direcionado lançara para a garota e, então, ele avançou. Sua velocidade era maior do que antes; cortara o vento até que suas mãos corressem em direção ao pescoço de Emi, portando a Zanpakutou. Uma estocada direta. A garota defendera com graciosidade; sua lâmina correra pela de Ikki enquanto ela girava em seu próprio eixo num equilibrio perfeito. As mãos de Ikki recuaram diante o movimento giratório, porém, tal acontecimento lhe permitira girar tal qual a garota, executando um chute lateral. O movimento rapidamente era frustrado pela brusca parada da garota, segurando sua perna entre o tronco e um dos braços. A espada em sua mão livre mudava de direção e ia na direção do peito de Ikki. Um golpe fatal seria, se a pequena Zanpakutou de Ikki não fosse posta num movimento rápido e horizontal que desviara a estocada. Ikki aproveitara a brecha para se aproximar ainda mais de Emi, enquanto com sua arma trazida devolta ao movimento contrário feito anteriormente, tentava-lhe cortar a garganta. Um movimento frustrado, porém, pela brutalidade em que sua base fora rapidamente quebrada pela perna frontal de Emi e, num giro, levado ao chão. O cotovelo de Emi era posto sobre o pescoço de Ikki, pressionando-o, numa tentativa de sufocá-lo.

Porém...

Um som cintilante surgiu pelo ar. O barulho da lâmina cortando o vento. A Zanpakutou de Ikki não se encontrava em suas mãos. Agora ela descendia rumo à nuca de Emi, após ser lançada num breve intervalo anterior. Um movimento rápido; instintivo, onde seu corpo rolara pelo chão largando o de seu oponente e a lâmina cravara-se na madeira ao invés da carne.

Não, sem antes, um filete de sangue escorrer em seu pescoço.

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A respiração acelerada de Emi não era cansaço e sim, susto. Ambos continuaram deitados, esbaforidos por motivos diferentes. Ikki encontrava-se no limite de seu esforço físico. Haviam se passado muitos minutos, mas a batalha parecia ter se desenrolado numa velocidade impressionante aos olhos do Shinigami. Era como se, naquele encontro, tivesse sido forçado a encontrar uma parte de si que estava adormecida.

— Muito bem.... — Emi soltou, enquanto se levantava devagar. Ajeitou seu quimono, colocando a Zanpakutou de volta à cintura; embainhada. — Está bom por hoje. — Falou e seus passos começaram a deixar o dojo. Ikki, por sua vez, tinha os olhos vidrados ao teto. Sua arma fincada no chão, ao lado de sua cabeça e seus braços totalmente abertos. Por um instante, permaneceu ali enquanto escutava o barulho que cada passo de Emi fazia na madeira até encontrar a porta que correu e retumbou, fechando-se.

Era engraçado, não?

Ikki pensou, por um momento, que sua vida passaria diante seus olhos quando estivesse à beira da sua morte; a verdade, porém, é que viu seu futuro. Escorrendo por suas mãos todo o futuro que poderia ter. Naquele instante que tivera o vislumbre da ilusão que vivera. Quanto tempo demoraria para entender? Entender que, não importava o que fizesse, estar fardado à morte não significava estar morto. Talvez, não tivesse entendido isso até aquele momento.

Sentou-se, finalmente, após alguns segundos. Puxou um de seus joelhos para próximo do tronco e colocou seu braço sobre o mesmo. Um ar de graça veio à sua mente e um bufar saiu por suas narinas num sorriso rápido. Agora entendia porque Emi era uma grande espadachim e, além disso, entendia porque ela era mais forte do que ele.

Pelo menos, até aquele momento...

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