— “Estranho... muito estranho.” — Era o pensamento que cortava minha mente logo após ouvir as palavras do capitão, realmente, Hollow’s eram criaturas estranhas carregadas do mais puro mau, no entanto, invadir nosso território e liberar tamanha pressão como aquela era algo que deixava tudo pior — “Uma declaração de guerra?” — Aquilo tinha um certo sentido, contudo, não dava para ter certeza — Estranho capitão, isso tudo soa bem estranho. — Comentava durante o percurso até o Senkaimon.

Naquele ambiente pude avistar outras figuras do alto escalão, um aceno com a cabeça seria a forma respeitosa de cumprimentar todos os presentes, mantendo-o o silêncio e deixando que Issun fosse o porta voz da quinta divisão, como deve ser — “Por enquanto, nada por aqui.” — Olhava de canto de olho o ambiente, buscando por alguma informação que pudesse gerar alguma dica ou pelo menos indicar um caminho a seguir, talvez, conseguir até mesmo entender o que ocorreu por ali.

O capitão sentar não era algo muito estranho, afinal, sabemos da sua predisposição a ações preguiçosas, mas naquela situação não minto, me surpreendeu sua calmaria. Como me mantive diante da situação? De maneira simples, com ambas as mãos para trás e a Zanpakutou devidamente presa em minha cintura. Estava atenta aos arredores, observando o ambiente de maneira minuciosa, afinal, aquela criatura que causou todo o alvoroço, poderia retornar a qualquer momento.Aquele momento era algo atípico, assim como a presença de uma besta do Hueco Mundo em nosso território. A presença dos capitães reunidos representava a força dos Shinigamis, mostrando que nenhum deles hesitou em ir verificar o problema, até mesmo o preguiçoso do Issun. Por sinal, meu capitão falou algumas coisas sobre vigilância, o que me causou amargor na garganta, afinal, quem o conhecia já imaginava que ele não seria capaz de se manter acordado e atento por tanto tempo assim, seria eu a responsável por fazer a vigia enquanto ele adormeceria em algum canto.

Algumas teorias eram levantadas e sinceramente, não discordo da Capitã do 4ª Esquadrão, afinal, não esperava nada menos de uma criatura como aquela. Acenei positivamente ao ouvir suas palavras, quiçá se tratasse apenas de um movimento vindo de uma criança rebelde que desejasse provar seu valor, por sorte não deu de cara com um dos capitães, certamente perderia sua vida tão rápido quando fugiu daqui. Claro, ainda restava uma opção — “E se for um recado?” — Aquele pensamento cortava minha mente com um certo desgosto, teriam aquelas criaturas ousadia suficiente para mandar um recado a nós? Não, eles não seriam loucos a tal ponto.

Criar armadilhas ou ficar de vigia eram boas opções, não minto, concordo com ambas. Porém, ficar refém dessa maneira não me parece uma atitude totalmente inteligente. Queria falar o que passava em minha mente, mas ali não era o momento, não tinha voz em meio a figuras de tamanho poder que conversavam com tranquilidade por ali. Em outro momento mais oportuno externaria o que viera em minha mente ao meu capitão ou até mesmo fazer as coisas por conta própria, porém, não me parecia confortável, não tendo a proximidade que tenho com Issun.

Por fim, permaneci inerte aos fatos e teorias apresentados, mantendo uma expressão tranquila em minha face e os olhos atentos aos arredores.