Comecei aquele dia bem, rotineiramente levantei dos meus aposentos aprontei a cama e fui tomar um banho de gelo. Meus músculos e o corte no rosto já estavam melhores da minha última exibição em praça, quando com um dos outros oficiais nos degladiamos em um treino de esgrima e resistência. Aquele dia, depois de tanto tempo, finalmente tinha um papel minimamente importante: Iria comandar um treino dos novos oficiais que acabaram de entrar no décimo primeiro batalhão, lhes ensinar como funcionavam as coisas ali, e como era em questão de hierarquia.

Vesti meu haori simples, já extremamente desgastado, rasgado em diversas partes. O sangue do meu companheiro ainda estava na manga direita da vestimenta. Aprontei minha zampakutou na minha cintura, posicionada mais precisamente diagonalmente a esquerda da minha cintura pélvica. Caminhei lentamente, com Hagane longe, e o seu tenente sumido, tinha o necessário para me considerar como um dos maiores em hierarquia do lugar. Fui um dos primeiros a chegar, sentando no meio do solo arenoso com minha katana fincada no chão, esperei com que os novos recrutas se reunissem num círculo, mas também, não havia falado absolutamente nada sobre isso, deveriam deduzir (ou não) o que fazer.

Quando a maioria estivesse presente começaria o meu breve discurso. Não há muito o que aprender na décima primeira. Se quisemos algo, pegamos. Se não gostamos de algo, resolvemos. Se precisam, somos a solução. Rixas, brigas e contendas todas são resolvidas aqui, pelo fio da espada. Não vou pedir que não se machuquem quando precisarem resolver algo, no entanto, de forma alguma se matem, ou os mais velhos tem todo o direito de intervir, e dar uma surra nos dois! Entendidos?

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— E quem é você pra falar? Também não é um oficial como a gente? – Um dos novos oficiais pronunciou. E eu sorri, poderia mostrar agora como a décima primeira funcionava, na prática para todos aqueles novos alunos.  Usando minha velocidade máxima me aproximei da sua garganta, sacando minha zampakutou e a aproximando do seu pescoço,  fazendo com que um fio pequeno de sangue escorresse do seu pescoço. Parei por ali, sorrindo em seguida e pegando um pouquinho do sangue, passando com o dedo polegar direito sobre a extensão da lâmina e sobre minha língua. Deixando todas as pessoas pasmas com a atitude.

— Aqui tudo se resume o quanto sangue vocês estão dispostos a derramar. Numa luta de verdade, desde o começo,  vocês tem que agir com intenção de matar. Não há nenhum combate que não seja amistoso em que o sangue não deverá ser derramado. Levem isso pra vida, vocês sempre devem ir com o máximo de vocês! – Comecei, voltando a posição de início, sentado com a zampakutou fincada no chão. — E então,  o que levaram vocês a escolher a décima primeira? Sejam sinceros, se estão por fama, poder, ou só para combater e morrer em combate. Se querem tomar o cargo de Hagane, sejam sinceros, a sinceridade é uma virtude!

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Várias respostas foram dadas, mas nada foi realmente marcante para Kikori, a grande verdade era que apresentar a divisão era um saco. Todos aqueles oficiais, iriam morrer uma hora ou outra, então, não era como se fosse bom criar laços com shinigamis mortos. No entanto, eles se organizaram pra falar, e naquele momento, o oficial que presidia a sessão, levantou-se depressa. Não como quem estava atento ou com medo de alguma coisa, mas empolgado. Estralou o pescoço, alongou os braços e rodou os pulsos. Deu alguns pelinhos enquanto olhou para os ali presentes. Segurou a zampakutou na destra e apontou para cada um dos novos oficias.



— Aqui é assim que se cumprimenta, é assim que se conversa e vocês vão fazer essa saudação muito por aqui. Quando algum de vocês apontar a zampakutou de volta pra mim, nossa brincadeira começa  - Comentei enquanto procurei com os olhos e com o fio da lâmina o primeiro corajoso que iria me desafiar, e se assim ocorresse estaria pronto para os avaliar como combatentes. Por falar nisso, inclusive, nossos cargos são definidos pelos combates que fazemos entre nós, então se algum de vocês conseguir me vencer,  vocês tomam o meu número como oficial.

Sorri, quando um brutamontes, talvez maior do que eu enfrentei no meu último treino apontou sua espada de volta. As pessoas se afastaram e ambos empalheiramos frente a frente numa distância de 10 metros.

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Direcionei-me numa velocidade constante e em passos longos e pausados, a intenção era que o meu oponente visualizações cada passo meu, e assim foi feito, sendo respondido com bravura por um oponente que também caminhou em minha direção. Como uma forma de cordialidade antes da luta deveríamos confrontar as lâminas um do outro, e isso seria feito sim, da melhor forma possível. A mão direita puxou a espada em um corte da direita para a esquerda, com um destaque para a rotação do quadril feita de forma semi profissional. Respondida por um corte de força igual, da esquerda para direita, fazendo que uma disputa de forças iniciasse naquele embate. Um empurrando a lamina contra o outro, e claro, numa disputa de força, era impossível me ter como vencedor.



Naquele instante, puxei a lâmina para que os dois golpes defletissem um ao outro. E nesse mesmo instante tentei um corte abaixo da axila esquerda do meu oponente, da esquerda para a direita num movimento imprevisível e de pura experiência com espadas. Sendo bloqueado com pressão espiritual. Instintivamente notei a diferença com os outros pastéis que haviam entrado aquele ano: Ele era diferenciado. No entanto, mantendo a superfície de corte e puxando os dentes serrilhados da arma, consegui uma abertura para fatiar sua carne. O sangue tingiu o chão da arena. No entanto, eu achei que a luta fosse acabar ali, no entanto, fui surpreendido por uma risada histérica e um golpe defendido quase numa reação sobrenatural. Forte o suficiente para me colocar contra a parede. O homem parecia ter saído de si, e no seu lugar, fora posto um demônio.


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Naquele mesmo milésimo de segundo qual fui atacado, algo mudou. Como se me rendesse aos instintos mais primitivo, tudo se resumia num único golpe armado. Descendente, veloz e preciso. Suficientemente forte para acabar com o braço de domínio do homem, que perdendo sangue e o seu braço dominante soltou a espada. O corte foi suficientemente fundo para incapacitar aquele braço, e raso o bastante para não decepar e acabar com a carreira do oficial.



Seletivamente brandi a espada para lançar fora o sangue restante na minha zampakutou, girando sua empunhadura e a colocando sobre sua bainha de novo. Rapidamente cheguei perto do homem que havia acabado de fatiar em dois lugares e realizei os primeiros socorros, pegando parte do seu Haori para encaixar os lugares dos ferimentos e parar um pouco o sangramento. E pela minha pouca habilidade médica não foi efetiva, mas ajudou para que conseguisse o carregar até o quarto batalhão.


A missão se deu por encerrada, e talvez com pouca participação da nova estrelinha da décima divisão,  graças a sorte, ou ações de forças que desconhecia não tinham tido problemas com ele. No entanto, um outro problema se materializou quando eu precisaria explicar o que aconteceu com o novo integrante da décima primeira divisão. Torcendo para que Hagane não se importasse com isso quando ele voltasse da sua missão.


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