252 anos atrás uma criança nasceu na Sociedade das Almas. Fruto de dois shinigamis palacianos, o menino foi chamado de Aurum e recebeu o sobrenome de seu pai, von Lorentzen. Embora fruto de dois shinigamis, houve a decisão de uma autoridade superiora para que a criança permanecesse ali onde nascera, no Palácio do Reiou, e fosse ali desenvolvida. Eles já haviam, ao que parecia, feito o mesmo, inclusive com uma doce menina, há cinquenta anos antes e viram que a decisão fora promissora. Assim, Aurum passou seus primeiros anos de vida sob o afeto de sua família. Aos onze anos, todavia, já havia sido preparada para o que viria, e dado o preparo, não houve choro e nem tristeza, apenas a absorção da situação como normal.

Naquela tenra idade, foi deslocado para ser treinado e, mesmo jovem, o foi. Crescido e treinado ali, no Palácio das Almas, logo entrou em convívio com uma prodígio, Akado Kuina. Embora o shinigami a achasse deveras estranha em algumas circunstância, treinar junto à jovem de passado aparentemente difícil foi recompensador, pois pôde aprender como um especialista em batalhas pensaria, quais seriam seus passos e como seu raciocínio tático operaria.

O pouco convívio apenas o possibilitou descobrir que a garota fora salva e entregue às Portas do Palácio por uma criatura desconhecida - ou pelo menos era assim que a garota lhe contava e aparentava saber -, mas com poder suficiente para ali chegar sem ser incomodada e surpreender a Guarda Régia.

Os anos de treinamento tornaram Kuina - mais velha - poderosa e prestigiada, e Aurum foi feliz por ela. Quando ela desceu do Palácio ao Seireitei, foi quando o shinigami descobriu a terrível doença degenerativa que, pouco a pouco, consumia sua vida. A morte se avizinhava e não havia nada que o Palácio ou o Seireitei poderiam fazer a respeito. Aceitando a morte e o definhamento como companheiros, o jovem shinigami se tornou focado em dedicar seus últimos anos (que poderiam ser centenas, ao que tudo indicava, já que ninguém sabia como a doença se comportaria num corpo essencialmente imortal) ao bem do Rei das Almas.

Após certos acontecimentos que balançaram as forças políticas no Seireitei, o jovem shinigami foi convocado a uma difícil tarefa: ser o apoio que a garota prodígio, Akado Kuina, demandava nas tarefas que lhe foram incumbidas - agindo, dessa forma, como interventor no Seireitei.

A demanda? Aurum seria a voz para os Capitães e para o Seireitei, enquanto Kuina seguraria as forças políticas que ameaçavam desestabilizar, e gerir os indigestos membros da Central 46. O que menos precisavam naquele momento era de uma Central rebelde, com posições ameaçadoras à integridade da Sociedade das Almas e, por consequência, se queria menos ainda a participação ”daquela outra Divisão” nos assuntos da Guarda do Rei.