Em meio a tilintar de talheres e tigelas de porcelana cheias de gohan que não durava muito tempo servido antes de ser devorado, Biskka aproveitava aquele momento entre seus companheiros para repor as energias. A vida na 11ª Divisão não era para qualquer um, a força e o poder diziam mais do que meras palavras e ela sabia disso. À mesa com outros companheiros, todos repunham suas reservas de Reiatsu com a maior variedade de carnes de faisão, pato, suínos e bovinos, sempre acompanhados de gohan que descia goela abaixo com ajuda de hashi. Não precisavam de modos para comer naquele momento, aliás, ter modos à mesa era a última coisa que passava-se na cabeça dos Recrutas da Divisão 11. Em meio aos Oficiais que ali estavam, Biskka também servia-se de uma grande tigela de arroz que lhe era empurrado com ajuda dos hashi, parecia confortável apesar dos machucados e sujeira referente a bateria de treinamento.
— Estamos aqui há um mês e ainda não conhecemos o nosso Capitão. — Dizia um dos oficiais, tão mal encarado quanto os outros.
— Dizem que ele é forte, por isso sempre é mandado dar cabo de inimigos da Seireitei e aí, quase nunca fica aqui. — Um outro entrou na conversa deixando de lado um grande pedaço de carne presa a um garfo.
— Mas aí, o que eu ouvi dizer é que as coisas não estão boas na Gotei 13.
— Uhn? Ouviu dizer onde, bisonho? Você não sabe nem ver as horas. KIAHAHAHA
A risada alta demais de Biskka foi seguida por seus colegas que também riam do seu colega. Ele alto e corpulento, o que lhe faltava em cérebro era compensado por músculos e força bruta. Não se deixando levar pelas provocações da Shinigami, continuou:
— Deixando a moça que mal sabe segurar uma espada de lado, foi isso mesmo que ouvi... Parece as coisas na Gotei 13 estão confusas, até a Comandante está em maus lençóis. Talvez seja por isso que talvez até estejamos sem alguém como Capitão.
— Pff, isso é fofoca de desocupado. — Respondeu a Shinigami simplesmente, levantando-se. — Vou voltar a treinar que é melhor do que ficar fazendo burburinho com fracassados iguais a vocês.
A Shinigami era ácida em suas falas, não se preocupava em deixar más impressões ou em fazer amizades, ainda possuísse boa fama por seu trabalho duro em sempre procurar elevar seu nível de poder. Fora surpreendida antes mesmo de chegar à porta quando a mesma abriu-se de supetão, chamando a atenção de todos. Era Simon, o Instrutor responsável por aquela unidade, carregando uma prancheta e sem fazer cerimonia logo fez-se presente com sua grave voz ao anunciar “Alberona!!”, não percebendo que a mesma, por coincidência, estava logo a sua frente.
— Ah, você está aí. Temos uma missão. — Falou animado.
— Heh, estou pronta pra socar alguma coisa. Vai fazer bem um pouco de ação depois de comer tanto, melhor do que perder tempo com esse bando de frouxo.
Ela sorria enquanto falava, alongava-se também. Sabia qual tipo de Divisão estava, portanto, imaginava que as missões recebidas deveriam ser de combate.
E assim, saíram pela grande porta de correr feita de madeira e papel.

Uma das funções da Gotei 13 era manter a ordem em toda a Soul Society e isso incluía até o Rukongai, apesar da maioria dos Shinigamis, os mais elitistas e de famílias nobres, não ligarem para a realidade daqueles espíritos menos favorecidos. Havia violência e perturbação em alguns locais, principalmente no Distrito Sul onde fora feita a denuncia e de onde veio o pedido de ajuda. Toda essa teoria fora, outrora, explicada à Biskka quando fazia seus treinamentos teóricos. Além da mesma ter vindo da própria Rukongai– apesar de não ter convivido em meio a violência.
Por sobre as casas de arquitetura do Japão Feudal, poderiam ser vistos dois vultos que avançavam em velocidade elevada, utilizando os telhados para dar impulso para o próximo salto. Biskka e Simon, seu Instrutor, seguiam até para a fonte do problema.
— Você entende o que estamos fazendo, certo? — Perguntou ele.
— Blá, blá, blá deveremos de Shinigami. — Respondeu com o um sorriso cínico.
A medida que se afastavam do Centro da Rukongai, a decadência ia tomando conta do cenário e o auge foi a chegada no Distrito Sul. As casas pareciam mais desgastas, os moradores eram maltrapilhos e, por vezes, mal-encarados como se tudo e qualquer pessoa ali fosse uma ameaça em potencial. Talvez desconfiados demais de nunca serem vistos pela Seireitei, então a presença de dois Shinigamis causaria desconforto. A dupla caminhava em meio as ruas do Distrito Sul, tendo janelas e portas batidas a cada que vez que tentavam falar com alguém.
— Eles estão assustados... E isso está me irritando.
— Se acalme, vamos tentar conversar com alguém, uh?!
— Falar com quem? Ninguém veio nos receber! — Indignada e um pouco aborrecida, falou num tom um pouco alto demais. — Não sei pra que caralho chamaram a gente.
A dupla continuava a caminhar e a ser evitado pela maioria dos habitantes, com exceção de alguns elementos que faziam questão de encará-los com a intenção de intimidar, deixando claro que eles não eram bem-vindos ali. Foi quando ouviram um “psiu” discreto vindo de uma das casas que estava com sua porta entreaberta, deixando amostra apenas uma silhueta feminina. Caminharam até lá.
— É-é complicado falar, mas eles são muitos, talvez uns dez homens que aparecem e fazem o que bem entendem, m-mas... temos medo de falar, apesar de que fomos nós que chamamos vocês.
Biskka não expressava emoção alguma, apenas ouvia com atenção o medo daquela mulher que não teria paz enquanto não resolvessem aquela questão.
— E onde eles estão?
— Descendo mais a rua, verão uma casa grande a direita... E-eles ficam lá.
Biskka Alberona não era de longe alguma heroína, mas não poderia admitir alguém que simplesmente abusa dos mais fracos. Por que não procuram uma luta justa?
— Perfeito! Pode deixar, vamos cuidar disso.  — A assustada mulher soltou-lhe um sorriso discreto, tímido e fechou a porta em seguida. — Precisamos de mais info- E-ei! Não vá assim, Alberona!
Antes mesmo que pudesse terminar de falar, a Shinigami foi-se deixando apenas o seu vulto para trás ao utilizar Shunpo.

Dados:

Outrora haveria de ser mais fácil para Simon conseguir alcançar a sua Recruta com mais facilidade, queria ele impedi-la de chegar tão abruptamente no local suspeito e resolver tudo na base da violência gratuita. Desta forma era sim mais fácil, contudo, ele era um homem mais cauteloso, mais sábio e experiente e sabia que não aquela poderia não ser uma boa ideia: “Nunca devemos subestimar o oponente.” Era um dos seus lemas.
Biskka era veloz, pequena, esbelta e ágil, suas pernas se moviam rápidas como uma formiguinha que alça velocidade máxima; com seu corpo projetado para frente e braços para trás ela sorria deixando a língua para fora, ávida para chegar até o local indicado o quão antes. Simon vinha em seu encalço, ele era maior e mais musculoso e parecia correr mais lentamente, mas era somente impressão. Avistou, então, uma casa com as mesmas características que a mulher havia passado, só poderia ser ali e com mais alguns passos, a Shinigami parou em frente a grande porta de correr feita de madeira, tal como eram as portas num Japão um pouco mais antigo.
— Você demorou... — Pentelhou a menina.
— Não pode sair correndo assim!
— E por que não? Vamos terminar logo essa merda.
— Você não aprendeu nada? — Reclamou. — Devemos obter mais informações sobre essas pessoas. E se eles forem mais fortes?
— KIAHAHAHAHAHA! Você é um frouxo, Simon, honestamente...
Ela gargalhou gostosamente ao ouvir as tolices do seu Instrutor. Biskka Alberona era sim amante da luta, sempre procurando enfrentar o oponente mais forte possível no auge da sua arrogância, porém, sabia respeitar aqueles que possuíam maior poder que o seu. Sabia respeitar a coragem e a honra, sabia respeitar aqueles que não se acovardavam e Simon... Já não tinha mais o respeito da Shinigami.
— O que você disse?! — Simon se impus para sua Recruta, fechou a cara e a encarou com determinação em seu rosto.
— Kiahahah, não se inflame... — Brincou a menina com um sorriso cínico no rosto. — Na 11ª o poder fala mais do que palavras, você sabe disso... Não sabe? Não é a nossa hora ainda.
Ela o encarava de volta com a mesma determinação do homem, ainda que o olhasse de baixo devido a diferença de altura.
— Agora o mais importante é a gente resolver essa situação aqui.
— Hunf, concordo.
A Shinigami aproximou-se à porta onde depositou algumas batidas. Parecia até mesmo uma pessoa civilizada. Ouvia-se alguns passos se aproximando e tão logo a mesma porta fora aberta ao ser puxada de lado e de lá surgia uma cabeça de cara fechada, obviamente não gostou de ser incomodado.

— Aaahn?! O que quer, maldita?
A Shinigami nada falou, apenas encostou sua palma da mão à porta fazendo-a se projetar para trás levando consigo aquele homem. Não era uma técnica propriamente dita, era apenas uma pequena pressão de ar exercida graças a emissão de Reiatsu.

— Yare, yare... Parece que vocês estão numa pequena reunião, kiahahah
Sem fazer cerimônias ela adentrou o local com seus pés sempre descalços, passando por cima dos pequenos fragmentos de madeira e pedaços de papel deixado para trás. Simon vinha logo atrás, abaixando-se um pouco para conseguir passar. O homem que ainda há pouco atendera a porta caiu sentado no chão após se chocar contra a parede atrás, estava bem, sem danos praticamente, ainda que muito irritado. Havia, também, outros quatro que pareciam tão mal elementos quanto o primeiro. Estes estavam sentados numa mesa de jantar jogando um carteado qualquer. Assustados e, agora, em alerta levantaram-se de supetão deixando cair cadeiras.

— Que porra é essa?! Você quer arrumar problema, Shinigami? — Berrou um dos homens. Este era alto e esguio, possuía cabelos grandes presos num grande rabo-de-cavalo. Armou-se com um cutelo e parecia pronto para atacar.

— KIAHAHAHA! Arrumar problema é o que mais gosto de fazer! — Sem hesitar, a Shinigami arrancou em direção aos seus possíveis adversários.

A luta começou intensa e caótica, com os cinco adversários cercando a Shinigami na pequena sala. Ela se manteve em constante movimento, buscando brechas para criar alguma oportunidade para desferir golpes nos oponentes. O primeiro adversário partiu para cima com um chute alto, que a Shinigami desviou facilmente ao pender seu corpo para o lado oposto, respondendo com um soco certeiro em seu rosto que o fez voar para o outro lado da sala. O segundo oponente tentou agarrá-la por trás aplicando-lhe um mata-leão, mas fora frustrado quando Biskka acertou seu plexo solar usando um dos seus cotovelos fazendo-o gritar de dor e cair sob seus joelhos. Os outros três oponentes avançaram juntos, e Biskka teve que usar toda sua agilidade e destreza para evitar os socos e chutes que vinham de todas as direções. Ora pendulando e esquivando, ora defendendo usando seus punhos e pernas. Ela se abaixou, pulou e girou para esquivar-se, ao mesmo tempo em que usava seus próprios golpes para afastar os oponentes.

Os adversários pareciam cada vez mais cansados e frustrados, enquanto a Shinigami ainda mantinha sua energia e foco, além de um sorriso cínico. Ela aproveitou-se de sua velocidade ao utilizar uma brecha que percebeu para atacar o homem do meio. — Shigan! — Ao imbuir dedo indicador com Reiatsu tornou-se uma arma mortal que perfurou o olho do seu alvo chegando até o seu cérebro, matando-o instantaneamente. Com isso, os outros oponentes ficaram ainda mais agressivos, tentando atacá-la com mais violência. Porém, a menina se manteve calma e concentrada, desviando-se dos golpes e esperando a oportunidade certa para atacar novamente. Com um chute rápido e preciso, girou uma vez em seu próprio eixo para impulsionar seu golpe que acertou o pescoço daquele mesmo homem do cutelo, fazendo-o cair inconsciente - possivelmente com o pescoço quebrado. Restava apenas um; contudo, este não representava maior ameaça uma vez que olhava toda a cena em choque, tremendo-se e suando de nervosismo enquanto tentava manter sua postura de luta com os dois punhos erguidos.

— Quer continuar? Acabei com seus macho num piscar de olhos... — Biskka o olhava como uma serpente encara um rato, além de haver verdade em sua fala, afinal toda a luta não durou mais do que dois minutos. O homem à sua frente engolia em seco e antes mesmo que pudesse responder ela fora surpreendido por uma torrente de golpes em seu corpo e rosto: Era a Shinigami que abusou da sua velocidade para diminuir a distância entre eles.

A Shinigami, agora com seus cinco adversários derrotados, respirou fundo e olhou ao redor, sentindo a adrenalina da luta ainda pulsando em suas veias. Ela havia saído vitoriosa de uma luta não tão árdua, mostrando toda sua habilidade e técnica contra múltiplos oponentes.

Rolagem de Dados:

A vitória parecia certa, nada a mais teria para se fazer ali. Biskka e Simon andavam pela sala a procura de algo que pudesse vir a ser um problema maior, contudo, eles não eram da divisão de inteligência ou investigação, então essa ideia foi logo deixada de lado.
— Hum, acho que eles não vão mais incomodar. — Dizia ela observando os homens, pelo menos os que sobreviveram, agonizando no chão.
— É, vamos embora. Preciso fazer o relatório.

Não durou mais do que um segundo após Simon terminar de falar para ser surpreendido por uma lâmina que vinha cortando o ar mirando o pescoço do Shinigami. Para a sorte dele e azar do atacante, ele possuía reflexos excepcionais deixando no ar o som do metal se chocando ao colocar sua Zanpakutou no caminho, impedindo sua morte certa. Biskka saltou para trás ao perceber a movimentação, desembainhando sua Asauchi que cada vez mais respondia ao Reiatsu da mulher; desta vez ela sentia um leve formigar que vinha desde o cabo da katana japonesa até seus braços, fluindo por todo o seu corpo. Era quase como ela quisesse dizer alguma coisa – mas agora não era hora disso.

— Um dos fortes apareceu, heheh! — Disse Simon ao brandir sua Zanpakutou, fazendo o homem recuar.
— O que vocês fizeram com os meus homens? — Perguntou.
— A culpa não foi minha, foi aquela logo ali atrás. — Casualmente Simon embainhava a sua Zanpakutou, ele já havia medido a força do oponente nestes poucos segundos de contato e tinha certeza de que poderia vencê-lo, mas Biskka Alberona conseguiria? Era a pergunta que tentaria responder, afinal, era ela que estava sendo testada ali.

O homem era tão alto e musculoso quanto Simon, de cabelos ruivos espetados para trás, vestia uma calça amarela com manchas pretas que cobriam parte das botas de cano longo, em seu torso era disposta uma camisa aberta de botões deixando amostra seus músculos. Além de possuir uma imensa cicatriz que vinha rasgando desde acima do olho direito até seu peitoral.
— Parece que vamos ter qu- — A Shinigami fora interrompida por um soco cruzado com potência o suficiente para lançar a menina há uns dez metros. Antes mesmo que ela conseguisse entender o que acabava de acontecer, uma dor aguda tomou conta do seu corpo quando um chute fora desferido em seu abdômen assim que ela terminou de se levantar e, novamente, fora lançada mais alguns metros para trás. O terceiro golpe era a katana do homem que cortava o ar buscando dividir Biskka ao meio, mas ela foi rápida ao desviar inclinando todo o seu corpo para trás de modo que a lâmina raspava a ponta do seu nariz. Ele quase não dava tempo para ela respirar.

Aproveitando da brecha criada pelo grande balanço do golpe, ele deixou parte do seu torso desprotegido criando uma oportunidade perfeita. — Shigan! — A técnica de Biskka fez presente, perfurando entre as costelas do homem que cuspia sangue por cima dela, recuando em seguida. Ele a olhava com determinação enquanto tentava parar o sangramento com a mão oposta. A Shinigami disparou contra ele para finalizar o combate o quanto antes, só não esperava que sua trajetória teria de ser alterada graças a lâmina do seu oponente que vinha de baixo para cima obrigando-a a projetar-se completamente para o lado evitando o golpe no processo.
— Merda! Ele ficou mais lento graças ao Shigan, se ele pudesse se mover livremente com certeza eu estaria morta agora.
Foi quando se deu conta de que não carregava mais sua Asauchi.
— Deve ter caído no primeiro golpe quando fui pega de surpresa. — Não havia tempo para pensar, pois seu oponente tinha sede de vingança, além de possuir uma resistência incrível. Ao contrário de Biskka que sofria a cada golpe recebido devido à diferença de força. Tinha a vantagem da velocidade que se mostrou superior ao desviar com facilidade dos golpes irregulares que mais parecia que ele estava apenas sacudindo sua katana. Uma nova brecha foi percebida pela Shinigami que desferiu um liver blow imbuído em reiatsu para intensificar o dano, na sequência conectou um chute giratório que assolou o plexo solar do oponente, finalizou com um novo chute giratório com sua outra perna, este, porém, vinha com potência graças a força centrifuga. O homem pendeu para trás.
A jovem Shinigami era uma excelente artista marcial e versada em Hakuda, não deveria ter problemas contra um oponente armado, ainda que lhe faltasse um pouco de confiança dado que aquela estava sendo a primeira vez que era pressionada tão arduamente. Correu até a sua Asauchi jogada no chão, talvez precisasse apelar um pouco para o Zanjutsu. Simon observava de longe enquanto sorria de braços cruzados. Biskka avançou contra seu oponente, tomando a iniciativa desta vez. Suas lâminas por vezes encontravam-se no ar deixando o tilintar metálico e faíscas voarem, ora esquivava-se dos golpes do grandalhão que rugia em fúria, não deixando de acertá-lo com o cabo da espada e chutes vez ou outra, minando sua resistência a cada momento passado.

Ela sentia seu corpo cada vez mais pesado, havia acumulado danos demais, cortes demais pelo corpo, além de hematomas em alguns pontos da sua pele branca. Não estava em bons lençóis, sabia disso, sabia que precisava o quanto antes.
— Parece bem acabado, uh?! — Provocava sobre o estado de saúde do seu oponente que também não era dos melhores.
— Você também não está nos melhores dias, heheh... — Respirou fundo reunindo suas últimas energias, rugiu e avançou contra Biskka com todo o ímpeto que lhe restava trazendo sua lâmina de cima para baixo formando um arco perfeito no ar, mas... A Shinigami estava completamente concentrada naquele momento que parecia passar em câmera lenta; esquivou-se para o lado, aproveitou da oportunidade que parecia perfeita para reunir Reiatsu suficiente e socar a lateral do corpo do seu corpulento oponente. A pele e carne e ossos do homem moldaram-se ao punho da menina, afundando o local por meros instantes. O homem rangeu os dentes de dor, arregalou os olhos e logo foi projetado alguns metros, chocando-se contra um infeliz casebre que estava em direção. Biskka, por sua vez, deitou-se no chão de braços abertos, encarando o céu azul acima enquanto seus pulmões subiam e desciam violentamente em seu peito.
— Eu... sou... fraca... — Dizia arfando.
— Sim, você é. — A sombra de Simon cobria o rosto da menina. Olhando-a de cima, ele estendeu sua mão para ajuda-la a ficar de pé. — É verdade que na 11ª o poder que importa, mas cuidamos uns dos outros. Você vai ficar mais forte, não se preocupe. Agora vamos indo que tenho muito papel pra preencher.