Tóquio sempre sofreu com a influência do crime organizado na vida do cidadão comum. Depois das dez da noite, você fecha as janelas e se certifica que trancou as portas; certos bairros, você evita e inclusive faz de tudo para passar o mais longe possível; na vida noturna, evita brigar com quem pareça confiante demais, nunca se sabe quando há uma arma escondida. Apesar disso tudo, os mais céticos desconfiavam que isso era realmente necessário.

Com o tempo, a Yakuza domou aqueles que eram mais problemáticos, assim a ordem social pôde relaxar os ombros e abandonar toda a paranoia, embora ainda existissem receios. Nessa mesma época, gangues Bosozoku surgiam em Tóquio. Como tudo de novo que surgia no submundo sem a mão da Yakuza, foi rapidamente sufocado, em parte também pela polícia, e acabou se reduzindo a um movimento esquecido.

Anaki no Musuko — mesmo com a força do movimento Bosozoku enfraquecida, o jovem Shizuke decidiu fundar a sua própria gangue de motoqueiros, se juntando aos amigos Nanashi e Ren. O rótulo de rebeldia jovem durou pouco, pois mesmo com poucos membros, limitados aos três amigos e outros conhecidos do mesmo bairro, rapidamente passaram a saquear lojas e roubar pedestres que agora caminhavam despreocupados nos bairros pacificados pela Yakuza; demorou pouco para serem encarados como uma pequena organização criminosa em ascensão. À luz da ambição de Shizuke, eventualmente a Anaki no Musuko começou a atacar áreas além da própria influência, levando pânico a Nakameguro e Odaiba. Foi nessa época que a organização apareceu pela primeira vez nos noticiários, tratada não somente como jovens criminosos, mas como uma organização terrorista — na mesma semana, Shizuke, Ren e Nanashi haviam atacado um comboio que levava o primeiro-ministro japonês a algum compromisso político cotidiano, promovido arrastões por duas noites seguidas numa avenida de Roppongi e o mais cruel dos atentados, o massacre de uma gangue rival em Shinjuku, o local de origem da Anaki no Musuko.

Depois de estarem nos holofotes, quando o trio fundador imaginou que estavam cada vez mais próximos de se firmarem, prontos para propor um acordo à Yakuza e agir sob sua asa, a mesma Yakuza os encerrou. Um massacre ainda maior que o de Shinjuku, mas que foi esquecido muito mais rapidamente. Com isso, a estadia no mundo humano dessas almas condenadas chegou ao fim. Sem nenhum ceifador para os guiar, rapidamente a corrente do destino que os prendiam a forma humana se rompeu e para o Hueco Mundo eles foram.

Durante sua evolução, Ren se deparou com um grupo de Hollows auto denominados de Fantamas. Durante uma boa parte de sua caminhada, Ren fez parte desse grupo. Esse grupo, apesar de serem todos muito diferentes uns dos outros, era visto como uma família. Todos gostavam de seu lider, Ryuji. Entretanto, a paz nunca dura para sempre e em um certo dia, algum dos membros estava cometendo canibalismo entre o próprio clã e deixando rastros, algo que era intolerável de acordo com as regras. Ren, irritado com atitude desse traidor conseguiu armar uma armadilha para ele na calada da noite, porém, o que ele não sabia é que quem estava cometendo canibalismo era o próprio líder. Em uma batalha desgastante, o jovem hollow emergiu vitorioso e conseguiu vingar seus companheiros mortos. Quando retornou para base, para contar para o restante do grupo o que havia acontecido, um dos ajudantes de Ryuji já havia espalhado uma noticia falsa de que Ren era o canibal a solta e que havia assassinado o seu líder. Desde então, injustiçado, Ren se tornou procurado por boa parte do Hueco Mundo.

Por sorte, guiados talvez pelo destino, seu companheiros de vida humana conseguiram passar pelos processos de evolução hollow. Nanashi, havia se tornado um espada e junto a Shizuke, Ren se tornou um de seus subordinados diretos. Com companheiros que poderia confiar, o jovem injustiçado estava pronto para iniciar uma história que jamais será esquecida.