Os dias estavam calmos.

Fazia algum tempo, desde que não via o Ricardo Lozano (@Xaxy). Estava vagando pela parte oeste há alguns dias, desde que havia ouvido rumores sobre uma diminuição considerável de pressão espiritual por aquelas bandas. Após algum tempo utilizando meu sonido para me deslocar em alta velocidade, resolvi fazer uma pesquisa mais minunciosa.

Saltei por algumas rochas ali alocadas.

— Huuuum… – Coloquei as mãos sobre os olhos, dando uma bela de uma olhada ao redor…

Nada.

— Realmente, não consigo sentir nada… – Continuei a me deslocar por algum tempo. Nunca fui das mais rápidas. Porém, aquela busca poderia também não dar em nada. Vai saber…

Após cerca de cinquenta minutos decidi fazer uma pausa. Um suor escorria abaixo do meu turbante. — Arf… Arf… – Mesmo acostumada com o calor, fazer aquele tipo de exercício nunca foi meu forte.


Ao fechar os olhos um pulso de pressão espiritual emerge de mim em 360°. Eis que, de olhos fechados, consigo perceber um ponto focal. — Estranho… – Aquela área era grande e, antigamente, reconhecida como um grande acesso a alimentação para adjuchas.

Não estava longe dali. Mas aquele ponto de pressão espiritual tinha chamado a minha atenção. Avancei em velocidade comum, tentando manter minha pressão espiritual o mais baixa possível. Não demorou muito até chegar àquele ponto.

Havia uma espécie de ruínas ali. Pedaços de pedras gigantes disformes. Fiquei atrás de uma pedra até perceber o que havia ali.

— Uma garganta…[/i] – Havia uma garganta aberta naquele ponto. Observando o portal, conseguia ver que ele ligava ao Mundo dos Humanos. Até aqui, nenhum mistério. Abrir gargantas e avançar ao território dos vivos é algo relativamente comum para Hollows, sobretudo àqueles mais apegados à matéria. Fiquei ali, parada, por detrás da pedra observando calmamente. Estava embaixo da sombra projetada que outra pedra, muito maior, fazia.

Ou seja, estava confortável ali. Aproveitei aquele momento para meditar um pouco.

Por um bom tempo, foquei apenas na minha respiração. Os pensamentos iam e viam, esvaziando toda e qualquer preocupação.

Quase uma hora depois, ouvia o som de algo se movimentando. Levantei-me da posição de lótus que estava até então. Olhava de soslaio a chegada.

Um Gillian.



— Ei, você… – Saia da pedra, segurando o cabo da zanpakutou. — Onde estão os demais adjuchas que andavam aqui?

Perguntava sem muita cerimônia. Afinal, era apenas um Gillian. Pelos traços verticais onde seriam os olhos eu sabia que aquele já havia passado por um processo de canibalização o suficiente para que um dos hollows tenha assumido a consciência daquele ser.

— Fu… fugir… – Balbuciava a criatura. — E… eu… comer… os mais fracos! Gwahahahahahaha!

Desconexo. Patético até.

— É, já entendi. Mas você é só um gillian, na cadeia de evolução, os adjuchas deveriam comer você, não o contrário… Vamos, onde estão os demais? – Insistia na pergunta.

— GRUAAAH! – Parecia ter irritado o ego. Bom, problema dele!


— Tsc. – O inimigo abria uma grande mandíbula abaixo da máscara concentrando a sua energia espiritual em minha direção. Estava tão próxima que fugir seria uma péssima opção.


Minha pressão espiritual imergia em ondas dos meus pés para o topo do meu turbante. É como se fosse envolvida por uma camada capaz de absorver aquele impacto espiritual. Recebia o golpe diretamente. E, por alguns instantes, era encoberta pela luz do disparo energético disparado. Quando a luz de dissipa estava de pé, embora com minhas vestes rasgada em vários pontos e pequenas escoriações semelhantes a queimaduras. Uma fumaça saia de vários pontos.

Recebi todo o impacto, de forma proposital.

— Que saco, hein? – Desembainhei minha Zanpakutou. Tratava-se de uma espada um pouco maior do que o convencional, com uma lâmina também mais larga, como uma espada bastarda. A segurei por um instante apenas com a mão esquerda, apontando a lâmina para baixo. — Vou repetir uma última vez: onde estão os adjuchas que viviam aqui?

— Em… em minha… BARRIGAAAAAAAAAAA!!!


Rá, agora sim! Isso explicava muita coisa! Aquele golpe não deveria me causar todo aquele dano. Se aquele Gillian realmente tivesse devorado ao menos um adjucha, isso explicaria aquele poder espiritual, fora as almas plus que estava devorando no mundo dos homens. Agora tudo se encaixava!

Utilizava da minha agilidade para saltar para trás. O Cero atingia o solo, causando uma grande cratera. Simplesmente havia desintegrado a pedra onde, outrora, descansei à sua espera.

— Aaaah… agora sim… Então, você devorou alguns e outros fugiram… E você ficou como rei dessa área, certo?

Desta vez, não tive resposta. O agora inimigo preparava-se para disparar um terceiro cero. E, com as respostas, já estava pronta para agir.

— Deixa te dizer uma coisa… – Avançava em alta velocidade, cruzando a cratera com um salto. Agora, manuseava a zanpakutou com as duas mãos. A espada estava prostrada na diagonal inferior direita. Antes mesmo dele disparar o seu golpe, apliquei um golpe diagonal. Minha espada entrou fatiando o tronco do gillian. Ele urrou de dor!

— GWRUAAAAAH! – O cero era interrompido e um grande corte fazia chover seu sangue negro.

— Deixe-me te explicar uma coisa, seu idiota. – Embainhava a espada. — Existe uma coisa chamada hierarquia. Você achava que era rei. Aliás, isso é mais comum do que se imagina… – Agora, próxima de seu raio de ação, o adversário não contava conversa e tentava aplicar um golpe com sua duas garras, como se fosse um corte em “X” de fora para dentro. — Que saco!


Suas garras deslizavam pela minha pele, como se tivesse uma camada protetora. E, de fato, havia. Novamente desembainhava a espada na sequência e aplicava um golpe circular do lado esquerdo para o lado direito. Seus dois braços eram decepados!

— O seu problema, idiota, é não entender essa hierarquia. Você não passa de um Menos guloso, nada mais. É um Gillian. O piso da cadeia alimentar. Enquanto eu… – No mesmo movimento, girava os braços noutra direção, desta vez, dando um golpe horizontal que fazia a máscara do hollow se partir ao meio. — ... estou no topo dela!

O corpo do gillian tombava, inerte. Com o fim de sua vida hollow, a garganta atrás dele se fecha. Chutava a parte da máscara do morto para longe embainhado a espada.

— Droga… – Olhava para minha roupa chamuscada. — Como vou explicar isso para o Magnus-sama? Ah… quer saber? Foda-se… – Caminhei até o pedaço do cânio que tinha chutado. — Acho que ele vai gostar de saber que fiz essa limpeza…