Aos que carecem de paz, eu sou a o símbolo que precisam.

A velocidade que cortei o ar em direção ao hollow foi extremamente alto, e quando tive noção do que cortava, senti como se partisse em dois. Manteiga. A mascara rompeu-se e a criatura se desfez. O plus que se contorcia de medo do destino que o aguardava, pouco a pouco voltava a si, e levantando-se do chão daquela rua - estranha pra caramba, por assim dizer. Ele se aproximou e sorriu, e então, segurando Untofuun com a mão direita bati o cabo da zampakutou contra sua testa, e assim, lhe mandei para o Rukongai.

Você também poderia ter ido, se você não tivesse sucumbido ao desespero. A vocês, só resta desaparecer. Ou um destino muito pior do que o pesadelo que enfrentam, todos os dias.

Estava passeando pelo mundo humano, havia sido designado para proteger uma pequena cidade ao leste da Bolívia. Depois desse relato, as horas passaram bem mais devagar. Nada era o suficiente para matar o tédio, e como todo bom oficial da décima primeira divisão, resolvi aquecer o corpo um pouco. Segurei minha zampakutou com ambas as mãos e comecei a desferir, golpes simples. Rotacionando um pouco o quadril, desferiria a fronte o balançar de Untofuun. Meus braços se mantinham tensionados e os músculos enrijecidos.

Minha postura era eximiamente bem posta. Os meus joelhos levemente flexionados. E meu olhar fixado em um único ponto, que servia de referência em todos os cortes. Imaginei, flutuando entre os pensamentos como iria lidar com um hollow de mesma altura que o meu próprio corpo. Não era referência, poucos eram os shinigamis com um corpo tão robusto e tão alto quanto o meu, mas mesmo assim, os hollows que enfrentávamos frequentemente, costumavam ter essa altura, variando apenas em forma e robustez.  

No entanto, aos que não tinham, ficava a dúvida. Como cortar?

A resposta parecia óbvia, mas não era. Pular não era uma opção tão boa sem saber qual classe e força do hollow que deveríamos enfrentar. As vezes, ficar sem base e movimentação era algo que diferenciaria a vida e a morte. Velocidade. Pulava entre as paredes das casas que me cercavam, aumentando gradativamente a velocidade até o momento em que eu não conseguia mais colocar os pés no chão, ou diferenciar-me de um espectro. Não era acostumado com aquilo, então meus passos trocaram, e quando vi por mim estava com o rosto no chão.

A velocidade no entanto, combinada com o aumento das capacidades Zanjutsu do usuário, proporcionava coisas incríveis, e com ela, muitos problemas encontrados ao enfrentar aquelas criaturas podiam ser sanados. Pela minha baixa patente, e pela minha falta de experiência em campo, nunca havia encontrado hollows que eram pensantes, e nem com muitas técnicas como os babacas da minha sala da academia. Vai ser um problema se eu tiver que lidar com técnicas de longo alcance.

Enquanto ainda treinava senti um frio correndo a espinha e olhei instintivamente para trás. Por pouco não fui devorado pelo ser alado. Colocando minha Zampakutou no caminho e bloqueando o ataque que me lançou para trás com a pressão daqueles dentes assustadores.

Realmente, não era hora de brincar.

Naquele exato momento, refleti o corpo do monstro a direita e movimentei-me rapidamente para a esquerda. Deveria demonstrar os efeitos do meu treinamento naquele exato momento. Um ataque pelos flancos? Não deveria funcionar, era difícil pensar sobre pressão. Então eu vou fazer o básico. O básico bem feito sempre dá certo. Pensei rapidamente, correndo em linha reta até o hollow. Pulei por cima do seu corpo desviando rapidamente de uma nova investida, arrancando naquele primeiro ataque uma das asas do seu corpo preto-esverdeado.

Sabotei sua mobilidade.

Exercendo o máximo da minha velocidade, como um piscar de olhos, como se usasse Shumpou, desloquei-me para debaixo do animal rodando minha Zampakutou e no processo arrancando suas duas únicas "pernas" se é assim que eu posso descrever. Sua cabeça pendeu ao chão, e todo o seu corpo descansou ao solo, com aquele grito de agonia. Como sempre, aqueles seres não tinham o mínimo de humanidade, e não conseguiam falar. Cheguei caminhando até sua mascara e tentei um corte descendente reto contra a sua cabeça, para o fazer desaparecer.

Mas, meu amigo, a vida não é um morango.

A minha baixa inteligência, não era um ponto positivo em combate. Deixei minhas costas expostas, e um outro hollow que passava pelo local aproveitou a brecha para com aquelas unhas me mandar voando até o muro de uma casa. Quebrei-o e rolei por cima de uma plantação de batatas. A poeira subiu, e os humanos passaram a se perguntar o que estava acontecendo. Mas antes que qualquer olhar, ou shaman chegasse perto de mim eu simplesmente sumi. Reaparecendo fronte ao hollow centopeia, cortando-o em dois em um piscar de olhos.

Minha lâmina pareceu saciar-se com o sangue daquele ser imundo. E quando notei, eu tinha curtido aquilo também. Ele desapareceu lentamente, e quando o outro, tentava se regenerar, sua mascara partiu-se em duas, também. Não dificilmente, coberto por sangue eu sorri para o seu corpo, enquanto ele se desfazia. Seja purificado. Comentei, enquanto lentamente sentei-me no chão, encostando-me em um muro de tijolos de barro.

Ainda não está bom, minha postura enquanto me movimento não é das melhores. Eu preciso segurar melhor o cabo da espada, e definitivamente, preciso a conhecer melhor.

Larguei minha Zampakutou ao meu lado, e esperei com que recuperasse o fôlego, então preparei minha volta para a Soul Society chamando uma borboleta infernal para me guiar até o lugar.

Hp: 175 l Reiatsu: 300 l Sta: 2/2