Força
  • Acertar Sufocamento:
  • Manter Sufocamento:
  • Intimidar:
  • Arremesso de Armas:
  • Derrubar:

  • Fator Bônus:
    Agilidade
  • Esquiva:
  • Ocultar Presença:
  • Manipular Objetos:
  • Desarmar:
    Inteligência
  • Acerto Mental:
  • Detectar Presença:
    Velocidade
  • Iniciativa:
    Resistência
  • Resistir Fisicamente:
  • Resistir Veneno:
  • Resistência de Dano:
  • Stamina:
    Pressão Espiritual
  • Acerto com Técnicas/Equipamentos:
  • Intimidar:
  • Dano Bônus:
    Hakuda
  • Acerto Corpo-a-Corpo:
  • Dano Físico:
    Zanjutsu
  • Acerto com Zanjutsu:
  • Dano Físico:
    Kidou
  • Acerto com Kidou:
  • Dano Bônus:
Bleach
Las
Noches

1999

Inverno

Contexto Atual
Após centenas de anos com uma paz frágil sendo mantida a partir dum pacto entre Shinigamis e Hollows, as peças-chave para este falso senso de segurança foram destruídas: A morte do capitão Comandante do Gotei 13 e do Rei Hollow de Hueco Mundo foram o catalisador para uma nova tensão que se surgiu. Agora, sob a letal ameaça Quincy, ambas as raças devem tomar decisões importantes para que não sejam esmagadas.

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Muishiki Komatta

[Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Qua Jan 04, 2023 11:46 pm

Estava sem muito o que fazer enquanto Ryugan-sama não me exigia, logo, eu passeava pelo Las Noches, despreocupadamente. Não diria que conhecendo-o (isso era impossível, dado seu tamanho), mas observando seus moradores. Muitos daqueles hollows nunca mais seriam vistos, seja pelo acaso de nunca mais se encontrarem pelos corredores, pela ordem hierárquica que os expulsava ou alinhava em pontos específicos, ou até mesmo, pelo motivo mais comum, que era nada além da morte.

Gillians eram os capachos básicos, não tinham força para contestar qualquer um, escolhidos apenas para servirem de refeição mais tarde, mas que pelo simples fato de estarem no terreno diurno, já lhes concedia um certo status naquele deserto. Suas formas animalescas e grotescas eram, de certa forma e totalmente de sua maneira, convidativas. Tinha um interesse naqueles inferiores sem reiatsu, mais pelas suas aparências monstruosas. Era divertido ver aquela comida achando que eram algo especial por apenas estarem pisando na areia ensolarada.

Os "monstros" raramente tinham algo a dizer além de grunhidos e consequentemente, eram meramente guardas, deslocando-se com rapidez com medo de serem punidos ou devorados. Era engraçado ver esse medo instilado. Não sabia dizer se batalharam para estar ali, mas certamente lutavam para permanecer no meio daqueles que os odiavam e menosprezavam... Mas iriam fazer o que? Se rebelar? Não era necessário um único Espada para exterminar com todos dali, ao menos, não iria dar essa humilhação para Ryugan-sama, mas deixaria o trabalho para que os Exequias limpassem a sujeira. Onde estariam agora?

Olhava para cima, colocando a mão pouco acima da testa para impedir que as luzes lhe atrapalhassem a vista, procurando ver algum Exequia por ali e não os encontrava. Era comum. Não havia motivo deles aparecerem quando não havia problemas., mas sempre em guarda, sempre cuidando, eram como armas engatilhadas prontas para dar um tiro. Não sentia segurança com eles ali, apenas... Ignorava suas existências, eram como anticorpos e nada além disso.

Adjuchas ainda se viam aos montes. Esses eram mais espertos e dava para se ter uma conversa decente, não que fosse esse um tópico a ser explorado. Seres limitados e tão parecidos, mesmo que portassem uma figura humanoide, ainda eram animalescos. Braços avantajados ou máscaras que lembravam suas descendências primitivas, era fácil ver a diferença entre si e aquelas coisas.

Como se tivesse algum compromisso, começou a seguir um grupo, pareciam um clubinho que discutiam o seu dia-a-dia como amigos, mesmo que duvidasse que houvesse qualquer tipo de sentimento confortante entre eles, apenas escravos alimentados e obrigados a conviverem em bom grado entre si para não atrapalhar a ordem do Las Noches.

Andaram a certo ponto em que subiram uma escadaria em espiral e um deles, antes de colocar os pés sobre o degrau para ascender-se, olhou para trás e me olhou. Sorri cinicamente, dando um "olá" silencioso enquanto fechava os olhos, logo ele mostrou um semblante mais preocupado, como se eu soubesse de algum segredo deles e um pequeno momento de tensão se criou. Afinal, o que uma fraccíon estava seguindo-os? Seria muita coincidência que fossem na mesma direção, dado o tamanho do Las Noches, ninguém ia para os mesmos lugares.

Subiu com pressa e empurrou seus colegas, que se atrapalharam e acabaram tropeçando mais acima, não ainda concluindo a etapa para o próximo andar, ouviram o som dos meus pés tocando a laje na medida em que eu calmamente seguia minha rota imaginária.

Olhei-os no que fiz uma curva e os vi amontoados nos degraus. Estavam paralisados e me olhando, seria medo? Não fediam a isso, parecia mais uma curiosidade. Me analisavam como uma ameaça ou não. Sorri novamente, mas dessa vez, para todos e viram quão diferente meus olhos eram se comparados a de qualquer outro Vasto Lord, os meus eram mais como os deles.


- Não se inquietem por minha causa. - Queria dizer mais, mas não via motivos para tal, então apenas abri a boca, sorri e fechei-a, olhando a cada um enquanto simplesmente parava e os observava.

Momentos como esse são conhecidos por uma certa extravagância dos mais fortes. Uma pressão espiritual que faça-os sentirem medo de minha presença, algum toque ameaçador em minha zanpakutou, palavras de duplo sentido que incitariam a morte deles. Não havia motivo para isso. Eu não queria me exibir, mesmo que de fato, fosse delicioso sentir o medo deles. Não havia motivos também para incomodá-los quando certamente, estavam torturando a si mesmos com paranoias que iam e vinham em suas mentes, indagando-se se eu era uma predadora que os houvera encurralados nas escadarias. Apenas, parei.

- Senhora...? - Dizia um deles, com os braços grossos e peludos como de um gorila, tendo uma noção de quais seriam seus atributos e qualidades. O rosto largo e as presas que faziam parte de sua máscara que vinha do queixo, em teoria, deveria mostrar o quão naturalmente intimidador ele era. Classificava-o como um mero primata abençoado com um "hollow" no peito.

Ameacei dar um passo em frente, mas logo recuei e permaneci parada, apenas os observando com um sorriso amigável no rosto, as bochechas um pouco coradas, da maneira menos agressiva que eu pudesse me apresentar para aquele pequeno grupo.

- Isso já está tomando mais tempo que o esperado... Vocês não tem aonde ir? - Perdia o sorriso, mas ainda assim, falava de forma gentil, como se quisesse ajudá-los.

Todos ficaram quietos, mas logo, sem movimentos bruscos, começaram a se ajeitar e enfileirar contra a parede e abrindo espaço para que eu passasse. Eu não queria privilégios, porém entendia que eles me viam como uma superior. Uma predadora superior. Obviamente não havia uma questão de lealdade ou hierarquia, apostava minha vida de que se eu demonstrasse qualquer nível de fraqueza, eles me devorariam ali mesmo. Mas não podiam, não conseguiam. Se eu quisesse, eu me deliciaria com seus corpos naquele momento ou qualquer outro.

Limpei o canto dos lábios com as costas da mão, salivando um pouco.

Tornei a caminhar novamente, subindo as escadas em meu próprio ritmo, deixando-os para trás enquanto apenas o som da minha passada na laje indicava o quão longe eu estava, até que eu sumisse, não por abafar meus passos, mas por parar e esperá-los subir os degraus.

Ficamos assim por um tempo, invisíveis uns para os outros. Eu me divertia um pouco, impossível negar. Eles sabiam que eu estava ali, mas apenas a minha existência estar logo em frente, era como um convite para ir até a toca de um leão. A morte estava na frente deles, subiriam? Desistiriam de seus afazeres e iriam se recolher no andar anterior? Chamariam ajuda? Os meus próprios pensamentos me deixavam excitada com uma possível caça.

Mas não. Eu era superior. Não era um animal.

Minha risada leve ressoou pela espiral, como um fantasma que os assombrava, sussurrando pelos ecos que estava tendo algum tipo de entretenimento com as reações deles e logo em seguida, o som das minhas passadas novamente eram ouvidas até que enfim eu cheguei no andar que queria, sentando-me num parapeito e observando o deserto interno e sua falta de almas por ali.

Demorou um pouco e logo aquele grupo subiu correndo, apressados em continuar o que quer que tivessem de fazer, deparando-se comigo não muito tempo depois. Eles pararam e como animais acoados, abaixaram a cabeça e seguiram seu caminho, calmamente, apenas ouvindo a respiração deles às minhas costas, nervosos sobre o que a minha presença em seu encalço significava.

Estavam já a cerca de dez metros de distância quando um deles se virou e vociferou. Este corajoso ser era um homem com uma máscara afiada, não fácil de discernir o que ele representava, mas não me incomodei com isso, mesmo que no fundo, eu tivesse uma curiosidade em perguntá-lo qual era o seu poder.


- Senhora! - Apenas me virei e os olhei de soslaio, sem reações, apenas respondendo ao chamado. - Nós estamos a serviço do Espada 9! - Estavam mesmo? Me questionava. Continuei os olhando como se esperasse que dissessem algo mais, mas isso apenas os fez me olharem e para o porta-voz que chamara minha atenção. Abri levemente a boca, mostrando superficialmente meus incisivos e apertei os lábios como que quem fosse assobiar ou dar um beijinho no ar e sorri logo em seguida. Me virei e desci do parapeito com um pulo curto, dando passos lentos na direção deles, saboreando cada diminuição da distância. Uma passada minha era o equivalente a um disparo cardíaco deles.

- Ora... Mas eu não sou uma Espada, sou? - Dizia gesticulando e ajeitando minha roupa branca que nada mais era que um vestidinho simples, quase como um pijama. Mantive o silêncio enquanto encurtava a distância entre mim e eles e isso criava uma certa tensão que era equivalente a uma pressão espiritual, só que sem desgaste meu.

Parei na frente do porta-voz e ergui a mão, fazendo um gesto com o indicador para que ele viesse até mim, visto que era um tanto maior, ele teria que se abaixar por mim. E assim o fez.


- E por qual motivo você me dá satisfação do que vocês estavam fazendo...? Ou deixando de fazer... - Dessa vez sim, eu sussurrava para que apenas ele ouvisse e vinha como uma ameaça. Eu era totalmente ignorante sobre o que estavam fazendo, mas queria parecer alguém que tudo via e sabia. Eles tinham um segredo, pois caso contrário, não estariam tão incomodados com a minha presença os seguindo. E eu só tinha vindo passear para ver essas criaturas.

Ele ergueu os ombros, parecendo maior e um tanto tenso. Sua máscara abria e fechava. Queria me dizer algo? Não encontrava as palavras? Se era o porta-voz daquele grupo, então que falasse, se queria me dizer algo, que o fizesse. Eu estava nua para seus comentários.

Estava relativamente próxima para que apenas ele ouvisse os meus sussurros, mas tive que me aproximar mais, cheirando-o, fazendo-o com que desse um passo para trás e logo seus companheiros, todos, entrassem em guarda. Este que estava em minha frente logo espalmava o ar ao seu lado, anunciando silenciosamente para os demais que não eram para atacar. Procurei ao redor por algum Exequia, mas ainda estavam dormentes... Ou confiavam em mim.


- Então... Vocês estão tramando algo. - Dei dois passos apressados para trás, me distanciando rapidamente deles e demonstrando um pouco de medo fingido, que não convenceu ninguém, o que estava tudo bem. Coloquei a mão em minha cabeça, acariciando os chifres de minha máscara, que também serviam como bainha de minha espada. - O seu cheiro, adjucha, é de um recém criado. Você ainda está impregnado com seu cheiro de gillian. É muita ousadia querer fazer algo no Las Noches logo após evoluir na cadeia alimentar. - Soltei a arma, abaixando minhas mãos e colocando-as para trás, abrindo minha guarda e deixando claro minhas intenções de que não queria briga. - Devo eliminá-los ou... Vocês me contam o seu segredinho e eu finjo que nunca os vi?

Engoliu em seco e logo um deles avançou contra mim, chamando minha atenção enquanto eu realmente não tinha reação alguma, pois antes que eu pudesse sequer contrair um músculo para me defender ou fazer qualquer coisa, seus companheiros o agarravam. Ele estava com medo. Era o elo fraco do grupo. Poderia matar todos ali e deixar apenas aquele vivo para que me contasse tudo que eu queria saber. Salivei um pouco novamente e tive que passar o polegar contra os lábios, quase parecendo que passava um brilho labial, revigorando a cor alva.

- Nós... Nós nos tornamos adjuchas recentemente sim. Há uma fonte de poder no deserto... Ao noroeste daqui...

- Cale-se! - Dizia outro do grupo, que apenas o olhei com um risco nos olhos, afiados como de um felino, mesmo que eu não tivesse nada a ver com eles, eu me concentrava dessa forma. - Ela irá nos matar após contarmos tudo! Não seja idiota!

Um pequeno rebuliço começava entre eles e o porta-voz era jogado para o lado pelo novo atacante, mas logo repreendido pelos demais que se dividiam e ficavam ao meu redor, quase que me cercando. Era o momento perfeito para usar da minha pressão e fazê-los compreender onde era o seu lugar.

Mas não. Ryugan-sama não iria querer que eu mostrasse meus talentos para aquilo.

- Eu... - Fui interrompida.

- Não temos escolha! Se ela nos deixar ir, temos que usar dessa chance! Se quisesse nos matar, já estaríamos mortos!

- Melhor morrer do que contar e dedurar outros!

- Ei, eu... - Mais uma vez.

- Vamos morrer, foi idiotice vir para cá! Se ela realmente não nos matar aqui, vamos morrer para outro mais para a frente!

- Eu não tenho lealdade para aqueles canalhas! Eu vim com uma missão!

Eles iam continuar discutindo e realmente o fizeram até que perceberam que eu estava mais uma vez me aproximando deles. Não dizia nada, mas apenas passava na frente de cada um, com mínimos centímetros de distância. Como estavam ao meu redor, eu só precisava caminhar em círculos para que se calassem e investissem suas atenções no som de meus passos. Pela proximidade e agitação, conseguia ouvir o retumbar de seus corações, nervosos com o que faziam e era exatamente isso que eu estava procurando. Sentir o cheiro do suor frio, ouvir o desespero deles diante do desconhecido que eram minhas ações, instigar suas mentes a se tornarem mais defensivos quanto às suas sobrevivências, instigar os animais que eram. Após todos calados, eu bati palmas apenas uma vez e ergui o rosto com uma expressão séria.

- Eu não estou mentindo... Mas vocês não irão acreditar em mim. Eu não tenho interesse em vocês, mas algo que disseram despertou o meu interesse. - Retirei a franja do olho em um movimento simples. - Noroeste... Missão... Eu irei averiguar isso e durante a minha ausência, vocês podem fazer o que quiser, mas em meu retorno, eu contarei para os Exequias de seus planos, se eu descobrir algo lá fora. Vocês tem seu tempo, eu tenho o meu. O que acham?

- Senhora... Nós... Não somos normais...

- E isso significa...? - Logo suas pressões espirituais se elevaram e eles realmente tentaram me prensar contra o chão. Era quase visível as fagulhas que usavam para me forçar ou intimidar. Entretanto, eu não podia negar que senti uma pequena falta de ar e isso era impossível, pois eram meros adjuchas, se fossem apenas um nível superior, talvez eles realmente pudessem me deixar desgastada com aquilo. Ergui os ombros e olhei-os com mais seriedade. O que eram aquelas criaturas?

Meus olhos tornavam-se riscos como sempre foram e mostrei os dentes para eles. Se queriam ser agressivos logo após eu mostrar misericórdia, então não me haviam soluções além de também demonstrar hostilidade. Abri a boca, mas dessa vez não era para falar e sim, para concentrar um Cero em minha frente, que fez com que todos parassem de me pressionar e antes que eu pudesse disparar o meu poder, mordi-o como a uma bolha da sabão e desfiz a habilidade. Estava séria agora, sem mais joguinhos, eles conseguiram me deixar com uma pequena dúvida e preocupação.


- Nós somos adjuchas, sim, mas crescemos em menos tempo. Logo nos tornaremos vasto lords, como você. Nós só precisamos nos alimentar de uma única alma daqui do castelo.

- E querem começar comigo?

- Claro que não. Você nos mataria em segundos.

- Então quem?

- Qualquer um que não seja um vasto lord feito. Nosso poder irá crescer rapidamente e poderemos nos tornar Espadas. Você queria fazer uma aposta de tempo? É seu suicídio. Enquanto você estiver fora, nós estaremos crescendo aqui dentro. Então aceitamos a sua condição. Vá, tente acabar com a nossa fonte de poder no noroeste daqui e iremos nos alimentar de seus guardas e seus lacaios. Quando você retornar, poderemos ter uma disputa séria.

Talvez o que ele dizia era verdade. Mas se tornar um adjucha ou vasto lord em tão pouco tempo, isso era absurdo. Não havia forma rápida disso acontecer e mesmo que houvesse, havia a possibilidade de seus corpos não estarem acostumados com tamanho poder. Mas ao mesmo tempo, isso me fazia pensar. Se eles realmente conseguiram fazer transformações num curto período de tempo e logo logo estariam maduros o suficiente para que pudessem me cortar sem ajuda dos demais, eu precisava encontrar a fonte desse poder e agraciar Ryugan-sama com ele. Ele merecia mais do que qualquer outro Espada. Eu faria isso por ele e não temeria a ameaça dessas coisas, pois sabia que na minha ausência, meu senhor não seria facilmente dizimado.

Mostrava a palma da mão esquerda, chamando a atenção para a mesma enquanto observava aquele que me confrontava. Fechei-a e dei um soco para o lado, disparando uma Bala e acertando um de seus companheiros, que era jogado para trás enquanto desfazia-se no meio da explosão.


- Eu vou. E espero que não esqueçam que são meros adjuchas. Fiquem fortes com seu plano pífio, nos encontraremos em meu retorno.
Muishiki Komatta

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Muishiki Komatta

Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Sex Jan 06, 2023 12:15 am

Meu retorno para meus aposentos fora rápido, apenas para trajar uma roupa um pouco mais condizente com a minha missão. Logo que adentrei pela porta, já me desfiz daquele pseudo pijama e peguei um manto branco para cobrir-me, com um conjunto de elastano por baixo. Aquilo não prejudicava a minha movimentação e cobria totalmente meu corpo, além de me proteger da areia, algo que mesmo convivendo todos os dias com, ainda era algo ruim de se tirar do corpo. Algumas dúvidas se iria a pé como normalmente o fazia, ou se colocaria umas botas para enfrentar as diferentes subidas e descidas das dunas, mas optei por ir descalça, parecia uma opção mais viável, ainda mais que sentia mais facilidade em correr de tal maneira. Como de costume, a coleira no pescoço, mas sem a guia (pois sem alguém de confiança, como Ryugan-sama, não teria motivos para ser restringida). Algumas luvas sem dedos e estava pronta para ir.

Abri a porta e independente de quem ali estivesse, me coloquei a correr o mais rápido que conseguia, afinal, as distâncias do Las Noches eram distorcidas, pois ao ver o prédio em si, com corredores, quartos, escadas e cômodos de diferentes tamanhos, se tem uma imagem errada de como deslocar-se por ali, sendo a verdade, que aquele lugar de onde eu estava, próximo às acomodações do 5º Espada, para chegar até o 6º, eu teria que percorrer a pé a distância entre cidades inteiras do mundo humano. Meu foco era o noroeste, então isso deveria me consumir tempo demais, que novamente, a ilusão predial que era, parecia um desperdício, mas se fosse um cenário natural, me confortaria em imaginar que já percorria uma enorme quantidade, mesmo que ao olhar para trás, apenas visse portas, janelas, ruelas, caminhos alternativos. Para meras mentes humanas, aquilo talvez fosse enlouquecedor, um labirinto moderno onde o problema não eram as paredes e saídas fechadas e sim, o espaço vazio que causava uma sensação de proximidade e familiaridade.

Não queria desgastar-me com Sonidos, mas não podia parar de correr, então na primeira oportunidade que tive de saltar de uma bancada e seguir correndo pelo ar, eu o fiz. Isso me consumiria um pouco de controle de reiatsu, mas nada significante, talvez apenas cansasse antes de sair do castelo em si.

Na medida em que me deslocava, observava vez ou outra os adjucha e gillians daquele lugar, sendo curioso não ver um vasto lord e até compreendia o motivo, eram instáveis demais para serem úteis no trabalho pesado e egoístas demais para trabalharem para alguém. Exequias eram totalmente invisíveis, pois nem ao menos se deram ao trabalho de aparecer para ver se eu precisava de ajuda, afinal, talvez o foco deles fosse a manutenção da ordem dentro e aos arredores do Las Noches, o que eu fazia, certamente não era digno da atenção deles, seja por ordem hierárquica onde eu poderia implicar em um combate desnecessário com eles (haviam muitos semelhantes que eram arrogantes a esse ponto, de acharem que ajuda era sinônimo de menosprezar) ou que eu não fosse capaz de algo, mas sinceramente, eu apenas queria ver o que faziam enquanto não haviam distúrbios. Era engraçado pensar nisso, pois de certa forma, eles confiavam em mim. Ou em sua falta de habilidade e necessidade de mim.

Em um dos pilares que ficavam dentro do deserto ensolarado, eu pude dar um passo no sólido e me orientar ao redor, olhando aquele céu falso que parecia ter seu próprio clima com suas nuvens que nunca choviam, embelezando a região árida e morta que era o lado de fora. Las Noches nada mais era do que o nome da máscara do Hueco Mundo. Uma apresentação bonita de um terreno árduo e hostil, sendo que as únicas gotas que serviam para irrigar o solo arenoso era do sangue dos fracos ou dos arrogantes. Reis de seus próprios umbigos e incompreendidos por si mesmos. Tudo se baseava na máscara que levavam.

Retomei o fôlego e segui minha viagem, dando um pulo e alguns passos para cima, logo caindo como um tiro na direção da barricada mais próxima, usando da gravidade para não me cansar e chegar em meu destino, bem, não completamente onde eu realmente queria ir, mas encurtaria o meu destino de saída daquele castelo para as trevas de fora.

Caí com os joelhos no chão e as mãos fincadas na areia, erguendo-me lentamente e olhando os arredores, minha expressão estava mais séria do que eu esperava, levando a sério demais a ameaça daqueles adjuchas. Não era medo que fossem matar Ryugan-sama, mas sim, de que eles realmente crescessem rapidamente e se destacassem, retirando meu posto e possivelmente vida. Eu joguei com a sorte e isso era insensato, mas eu só conseguia ver isso depois. Odiava ser impulsiva desse jeito, mas tudo bem, não tinha como fugir agora, tinha que organizar minha própria bagunça.

Balancei as mãos para retirar o excesso de areia e pulei em uma escadaria que levava para o subsolo do Las Noches.

Mais corredores, esse com pilares juntos que formulavam as paredes. A areia fina escorria e esvoaçava como o pó leve que era, tentando me seguir a cada passada, onde sentia o suor escorrer pela minha testa e grudar minha franja, que com um movimento simples de cabeça, os retirava e mantinha meu olhar vidrado em meu ponto, que era o fim daquela estrada interminável, sempre olhando para o horizonte como um sonho que a porta está longe e nunca realmente se aproxima, mas sabia que ali seria minha rota para a saída do noroeste. Uma das.

Nenhum hollow se dava ao trabalho de me parar ou questionar, aparecendo de cima das colunas após eu passar correndo. Sentia a reiatsu deles e não era como se quisessem se esconder de mim, apenas voltavam sua atenção para minha agitação, algo incomum dentro daquele local.

Cheguei em uma área redonda, onde alguns arrankars estavam parados, montando a guarda do local, da minha saída. Parei minha corrida da maneira menos heroica e imponente que pude, batendo os pés até que diminuísse a velocidade, me arqueando para frente e colocando as palmas sobre os joelhos, arfando um pouco enquanto aqueles semelhantes apenas me observavam quietos.


- Algum problema...?

- Abram as portas, estou sem tempo. - Dizia enquanto recuperava o fôlego. Me sentia destreinada, mesmo tendo percorrido quilômetros em relativo pouco tempo, mas talvez o meu tempo simplesmente sendo uma serviçal me deixou fraca e despreparada. Movimentei a cabeça para os lados e estalei o pescoço, me arqueando para trás agora e estufando o peito.

- Precisa de ajuda? Diego! Chame um... - Sua voz era silenciada pela minha mão, pois agora eu saltava sobre ele e o agarrava com a palma, o que pela diferença de nossos tamanhos, eu apenas o calava mesmo, não parecendo tão intimidador quanto deveria ser.

- Abra a porta! Agora! - Ele nem precisou se virar e os seus companheiros logo correram para abrir aquele portão de pedra, deixando que a areia descesse as escadas como água e granulados fossem soltos ao vento que adentrava em conjunto, deixando o ar um pouco insípido, mas assim que a poeira - literalmente - baixasse, eu já não mais estaria ali.

Os degraus quase cobriam até minha canela, mas eu não tinha tempo para desperdiçar mandando e desmandando aqueles inferiores para que limpassem meu caminho. Meus olhos ardiam um pouco pelo pó que subia e consequentemente, eu lacrimejava e quem me visse de fora (o que graças a Ryugan-sama, não havia uma única alma), eu parecia uma criança birrenta com lágrimas escorrendo pelas laterais do rosto e as bochechas vermelhas, tendo a recém terminado de chorar, pois ainda tentava reter meu fôlego.

O Hueco Mundo enfim me olhava. Sua Lua sempre presente me agraciava com sua pálida iluminação em que me deixava mais monocromática do que já era, enegrecendo as cores vivas de meu cabelo e acinzentando o que já era escuro e sem alvar o branco, que se destacava e quase me camuflava nas areias que me rodeavam.

Continuei correndo, mas eu não era nem de perto tão rápida quanto eu queria ser e por conta disso, eu só deixava uma trilha de pegadas atrás de mim, que vez ou outra escondiam meu caminho ao afundarem ou puxarem uma duna para cima, cobrindo-as. O manto em minhas costas me protegia das arenosas lufadas e o elastano fazia o mesmo, mas com meu corpo, impedindo a entrada de areia que pudesse irritar minha pele ou me deixar mais pesada na corrida. De qualquer forma, o tanto de preparo que tive para desbravar o deserto, ainda parecia pouco para quem eu era. Meus pulmões queimavam, o suor em minha testa escorria pelos fios de cabelo e vez ou outra, batiam no meu rosto como uma gota de lama que ardia. Aquilo parecia uma chuva de vidro e eu tive que parar um momento.

Encontrei algumas ruínas não muito longe do castelo e possivelmente aquilo, algum dia no passado, deveria ter sido parte da estrutura do prédio. Sentei-me um pouco em uma coluna caída e estiquei as pernas, logo vendo o estado de meus pés e aproximando-os, limpando os restos de areias entre os dedos e sobrando-os logo em seguida.

Respirei um pouco e coloquei a cabeça no lugar. Eu estava indo cegamente para um lugar que um grupo de hollows pode ter usado para me despistar tempo o suficiente, o que me fez saltar ferozmente na areia e correr de volta para o castelo, mas parando a alguns metros e olhando para meus dedos das mãos, mostrando os dentes em raiva por ser tão boba em cair em algo desse nível, mas talvez, eles estivessem certos, afinal, qual o motivo teriam para me mandar embora? Iriam contar uma mentira para cada fraccíon que encontrassem? Deveriam estar falando a verdade, mesmo que isso lhes desse algum tempo. Retornei e sentei-me mais uma vez, deitando logo em seguida e olhando o céu um pouco, acalmando minha respiração e pensando um pouco no depois.

Mesmo que estivessem certos, ainda haviam muitos perigos pela frente, pois se eles subiram rapidamente seu nível na cadeia alimentar, então deveriam haver outros, que assim como eu, estavam indo procurar essa fonte de poder que os fazia se fortalecerem, sem ter que passar por anos de combates e canibalismo, sendo um oásis de fracotes que iam beber a água e restaurar forças que nem sabiam que tinham. Enfraqueci meu poder espiritual.

Me joguei na areia com um salto, caindo de barriga e usando do manto para esconder meu corpo contra o solo arenoso. Movimentação extremamente lenta em direção ao noroeste, basicamente me arrastando e fazendo o mínimo de estrago possível nas dunas atrás de mim, me deslocando por meros centímetros na medida em que começava uma caçada básica.

Não demorou e um pequeno hollow em formato de um crustáceo saiu da areia para se alimentar do ar ou do próprio chão, sendo essas partículas suficiente para ele, mas para mim, ele seria apenas um alívio.

Em um movimento repentino e animalesco, saltei nele e o agarrei, mordendo sua máscara e bebendo de seu sangue. A parte óssea era crocante e não tão dura, quase parecendo oca e consequentemente, fazendo barulho na minha mastigada. Seu sangue grosso não enchia muito minhas bochechas, pois como era algo tão patético, ele não tinha muito e estava morno, mas tudo bem, só queria aquele pequeno lanche para poder seguir viagem com a sensação de barriga cheia e forças restauradas, algo que seu lado menos desenvolvido pareciam sempre pedir.

Corri mais algum tempo. O cenário mudava e isso era levemente perceptível, algo que só se dá conta quando já atravessou uma parte significativa, pois olhando superficialmente, aquilo ainda era só terra. Não haviam mais estruturas em pedra e as dunas eram maiores, assim como aquelas horrendas árvores secas, formulando o velho lembrete de que ali não havia do que se sustentar, duvidando que algum dia sequer, aquelas plantas estivessem vivas. Diminuí o passo e fui até a casca de uma delas, podre e oca, facilmente derrubável e sem motivo aparente, quebrei um dos galhos, fazendo um estalo tão singelo que até eu me perguntei se realmente o ouvi.

Olhei ao redor e ainda não percebia movimentação de hollows. Se havia uma fonte de poder próximo, deveriam haver diversos curiosos ou alguém querendo monopolizar para si aquilo, não? Sem motivo algum, coloquei o galho seco na boca como um palito, mas o simples fato de segurá-lo com os dentes fez com que se desfizesse em diversos pedaços e caísse no chão. Dei uma segunda olhada e tentei sentir a presença espiritual de qualquer coisa que estivesse por ali e de fato, eu sentia. Sentia os pequeninos que se escondiam na areia e se alimentavam de luz, os diversos gillians que achavam uma boa ideia ir até a Soul Society se alimentar da abundância de plus que havia naquelas terras, os adjuchas que procuravam desafios para crescer e se tornarem dignos de ir no Las Noches lamber as botas de algum Espada. Nenhum vasto lord, o que não era de todo incomum, mas esperava encontrar algum em seu caminho.

Estranhei e preferi pensar que simplesmente não havia me distanciado o suficiente. Olhei para trás e era engraçado. Las Noches era tão grande que mesmo a quilômetros e quilômetros de distância percorridos, ela ainda parecia simplesmente estar ali, dois passos para que eu retornasse a meus aposentos e deixasse toda essa história para outro dia. Ri comigo mesma e olhei para o noroeste, me situando com o castelo como uma bússola. Essa era a maior vantagem daquela colossal estrutura.

Voltei a correr, dessa vez sem paradas, só corri.

Era difícil mensurar as horas e os dias no Hueco Mundo, pois dentro do castelo, é sempre dia e fora dele, sempre noite. Minha raça é imediatista, nós não fazemos planos para depois, pois podemos estar mortos. O cenário permanecia o mesmo, areia e árvores mortas, atrás de mim, o castelo sempre presente. Mas eu corri muito, ao desgaste de minhas pernas, sentindo que meu peso se agrava cada momento que passava, mas eu não pararia até que houvesse chegado onde eu queria, independente da distância, estava em uma missão para meu senhor, mesmo que o mesmo jamais imaginasse que isso estava acontecendo.

Em algum momento, eu me choquei com uma parede invisível, me forçando a simplesmente cair de joelhos na areia e frear minha corrida. Eu parei e respirei, limpando o suor da testa e olhando para a frente. Aquilo era uma pressão espiritual estrondosa, não podia ser normal. Talvez fosse até além do que eu podia lidar. Seria essa a fonte de poder? Eu precisava saber, mas meu cansaço era tamanho que eu simplesmente coloquei as mãos na areia e vomitei para a frente, tombando para o lado.


- Ryugan... Sama...
Muishiki Komatta

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Muishiki Komatta

Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Sáb Jan 07, 2023 12:40 am

Abria os olhos e minha visão estava turva, por estar com uma orelha submersa na areia, o som também era abafado. Não podia dizer que era preguiça, pois minha exaustão havia sido varrida pelo meu subconsciente, entretanto, meu corpo ainda estava pesado e eu demorei um pouco para raciocinar o motivo disso, fechando os olhos mais um momento.

Se passaram segundos? Minutos? Horas? Não saberia dizer, apenas que ouvi (e senti) uma pisada próxima de mim que acabou por me fazer levantar como uma estátua velha que se desintegrava em grãos arenosos ao vento criado pela minha própria movimentação. Olhei assustada para os lados, procurando a fonte de tamanha vibração no solo e não foi difícil achar os Menos Grandes que caminhavam como uma manada em migração. Aquelas criaturas simplistas e ao mesmo tempo, majestosas, estavam em um grande grupo que com um passo, apenas afastavam a areia em crateras de seus solados ósseos, mas em grupos, as dunas tremiam com sua passagem. Olhei-os com os olhos arregalados enquanto sentia uma pontada e voltava minha atenção para o céu e instintivamente, mostrava a palma para o mesmo, esperando que alguma gota de chuva caísse, mas não era isso que me perturbava.

Ainda estava sob o domínio daquela cortina de reiatsu pura, uma pressão que era constante e se fosse forçada por alguém, por tanto tempo, deveria ser deveras exaustivo. Não era possível que fosse alguém mostrando sua localização e mesmo que fosse, ou era extremamente poderosa, ou estava muito próxima. Nenhuma alternativa era boa e eu não podia continuar deitada no deserto, tinha que completar a minha missão.

Engatinhei como um bebê, escalando a duna mais com a força das mãos, que puxavam meu corpo para cima enquanto meus joelhos se aprontavam em sustentar o meu corpo. Como disse, eu não estava fraca, muito pelo contrário, estava descansada e pronta para mais correria, mas aquela pressão contínua sobre mim me causou um estresse muscular que era como se a gravidade por ali fosse mais pesada. Não apenas isso, mas por estar alheia àquele espaço e sozinha, próxima de uma fonte ou ninho de hollows que queriam desesperadamente aumentar seus ranks entre seus semelhantes, isso me causava uma pequena dor de cabeça que era quase como se eu sentisse medo de estar ali, naquela noite sem fim.

Ao chegar no topo da colina, me ajoelhei e coloquei as palmas sobre os joelhos, forçando dar um passo para a frente, onde cambaleei e quase caí para a frente, duna abaixo, mas consegui me equilibrar após movimentar os braços em pânico. Respirei fundo e me ergui vagarosamente, observando aqueles colossos negros caminhando na direção de algo. Segui-os com os olhos, vendo seu trajeto e averiguando que um pouco longe dali, eles pareciam sumir e um rastro luminoso aos céus era perceptível. Como não houvera percebido isso de longe? Era bem chamativo. Mostrei os dentes enquanto tentava raciocinar com tudo aquilo, mas não conseguia compreender direito.

Coloquei uma mão sobre o peito e respirei fundo, fechando os olhos, endireitando a postura e logo abrindo os olhos, calmamente e tentando compreender se aquela pressão espiritual vinha da grande concentração de Menos ou se era algo mais.

Eu respirava e com isso, cada inspirada eu contava os Menos e tentava ler a quantia de poder que tinham, basicamente, separando o milho do feno e procurando o real problema, que era óbvio que viria daquela pilastra de reiatsu. Olhei para o agrupamento daquelas criaturas e instintivamente coloquei a mão na nuca, ajeitando o cabelo e sentindo a minha zanpakutou presa em meus chifres. Eu teria que correr com eles.

Deslizei pela duna e assim que cheguei no fundo, voltei a correr em direção dos Menos, mascarando minha própria passagem com os solavancos que eles faziam no deserto. Não demorou que me aproximasse deles e logo alguns deles olharam para baixo, curiosos com a minha presença, mas sem se dar ao real trabalho de fazer algo além de me observar enquanto caminhavam para seu destino. Fiz o mesmo. Não iria me dar ao luxo de estudar seus comportamentos ou escalá-los para ter uma visão melhor de para onde íamos. Era uma atitude impulsiva e arriscada, mas eu queria terminar com aquilo o quanto antes.

Ouvi uns grunhidos mais pela frente e comecei a diminuir o ritmo de minha correria, ajeitando o manto em meus ombros e quase caminhando ao lado das criaturas. Eles... Realmente sumiam no horizonte. Não era como se fossem tragados por uma Garganta ou qualquer coisa, mas sim, pareciam que desciam um desfiladeiro e simplesmente sumiam. Era impossível. Grandes demais para algo tão repentino e por estarem em grupo, dificilmente não estariam entrando em combate. O que os deixava mansos?

Contornei o agrupamento e me desviei um pouco do trajeto, me escondendo atrás de uma duna e olhando enfim a fonte daquele pilar de reiatsu brilhoso. Aquilo era um holofote gerado por uma única criatura. Havia um hollow, um gillian em formato de uma formiga que ficava com suas mandíbulas abertas do jeito mais anti natural possível, saindo um sopro visível que parecia chupar as criaturas, que por serem grandes demais, elas diminuíam para caber em sua boca e passavam rasgando pelo seu corpo, que deformava-se para comportar os seres engolidos inteiros, que pareciam perder o efeito do transe em que estavam e tentavam retornar ao seu tamanho normal, mas por dentro do pequeno e frágil gillian, eles não conseguiam trespassar seu exoesqueleto ósseo, que apenas tremeluzia e criava rupturas como uma casca que tentava se rachar, mas nunca cedia. Atrás de si, a gigantesca traseira comum de uma formiga, mas essa, parecia diferente, era como uma rainha sem soldados, transformando os Menos Grande em pequenas esferas larvais, moles e lentas, indefesas e cheias de poder espiritual para serem consumidas por quem quer que viesse tragar.

Dei um passo para a frente, em direção do inseto e tive que me limitar na hora certa, pois um medo me corroeu por dentro. Minha espinha gelou de uma maneira que há anos eu não sentia e logo movi os olhos ao redor, procurando a fonte de tal sentimento e dei um salto para trás por puro reflexo, pois agora a areia explodia em meus pés e antes que pudesse cair de costas na areia, eu já pegava minha zanpakutou e me ajeitava no ar com um giro e me preparava para o combate, já que algo me atacou à distância, provavelmente defendendo seu hollow de estimação.

A poeira desceu e eu fui ingênua. Não me atacavam de longe, apenas aquela criatura vinha com suas pinças em minha direção, recortando a cortina arenosa e eu conseguia defender seu primeiro ataque, mas sofria o segundo, ativando meu hierro e sentindo a ponta afiada arranhar meu corpo, da minha barriga até meu ombro, deixando minhas bochechas vermelhas ao sentir cócegas, mas não conseguia rir, pois sentia muito medo.

Aquele temor não podia ser causado por uma única criatura, um adjucha bobo que nem ao menos sabia como retirar sua máscara.

No que a pinça estava voltava para cima após deixar de deslizar em meu ombro, ela parou por segundos no ar e desceu como uma força em meu pescoço, onde defendi novamente com a ponta de minha katar, mas logo perdia o fôlego e arregalava os olhos, enchendo as bochechas de ar e não conseguindo deixar a boca fechada, eu cuspi com um pouco de saliva e era jogada em direção a manada de Menos.

Caí de costas e uma gigantesca sola vinha em minha direção, tive que usar meu sonido para sair do trajeto daquela criatura que nem se importava comigo ou com os inimigos que me atacavam, hipnotizado pela formiga que o chamava.

O estouro era dado e eu surgia novamente onde eu fora anteriormente arremessada, observando que em minha frente haviam dois vasto lords. Ambos eram bem humanoides e além de suas cores e diferenças de carapaça mascarada, um tinha pinças que saíam das costas, que o ajudavam a se locomover e atacar e o outro, tinha as mãos tortas que pareciam que afinavam em direção ao mindinho, mas que quando fechadas, pareciam dois blocos sólidos. Eram os meus inimigos e guarda-costas daquele pequeno hollow.


- Os guardas da rainha, hã? - Mal terminei de falar e um deles saltou na minha frente e me desferiu dois socos no rosto, em cada bochecha e por um segundo, perdi a consciência no que meu cérebro batia contra meu crânio, mas logo acordei e tentei desferir um golpe com minha lâmina nele, afinal, com apenas as mãos para o ataque contra uma lâmina, ele era um alvo fácil para meus cortes.

Todavia, eu estava na desvantagem.

As pinças de seu colega pareciam não servir para o ataque e sim, para a defesa, pois por mais ameaçadoras que fossem com suas pontas afiadas, elas vinham com velocidade em sua investida e batiam com a minha katar, que era uma lâmina pequena, mas que contra aquela agulha gigante, ela como se eu batesse em uma lança totalmente metálica e pela proporção de nossas armas, ele conseguia empurrar meus braços, me desequilibrando e fazendo com que abrisse minha guarda. Só consegui olhar para o lado antes de apanhar de novo.

Um soco no rosto e tentei defender o segundo, mas ele não mirou no mesmo lugar, pois me acertava nos rins com a outra mão, me fazendo fechar os olhos e mostrar os dentes em dor enquanto salivava sangue, que manchava as roupas do atacante e minhas, recobrindo meu queixo em vermelho.

Mais um sonido, eu precisava me distanciar e usar minhas vantagens sobre aqueles dois. Aparecia do lado do defensor e tentava lhe cravar a katar no queixo, debaixo para cima, mas apenas jogou o corpo para trás e recolheu as pinças, que pela proximidade, ele conseguiu arrancar a zanpakutou de minhas mãos, jogando-a em seus pés e abrindo mais uma vez a minha guarda. Tentei usar o sonido uma segunda vez, mas fui devagar para reagir, pois talvez fosse o tempo do meu ataque e desarmamento que fez com que o outro viesse na minha direção, mas eu sofria dois socos na costela que de imediato fez meus olhos dilatarem e tomarem as três formas que tinham em repetidas vezes, em looping enquanto eu sentia meu fôlego desaparecer e cada inspirada vir com uma fisgada do meu lado direito, certamente anunciando que minhas costelas se quebravam.

As agulhas se mostravam mais uma vez e o atacante vinha mirando minha cabeça, mas consegui acertar meu sonido e tomar o maior número de distância que eu conseguia, caindo com um joelho na areia e respirando pesado enquanto guardava minha zanpakutou e colocava todo o braço direito para proteger minha área quebrada. Respirar doía demais e eu não tinha tempo para retomar o fôlego. Mordi o nada e inspirei bastante, trancando a respiração e soltando-a aos poucos na medida em que sentia as costelas quebradas roçando contra minhas musculatura. Meus inimigos apareciam em minha frente.


- Eu não sou muito boa nisso, mas... Não posso usar minha lâmina, certo? Acho que peguei o jeito de vocês dois. - Esperei que o defensor viesse puxar minha katar e me repelir, mas com ela guardada em meus chifres, eu pude pegá-lo com as mãos nuas, deixando a minha guarda mais uma vez livre para receber os dois socos, mas sem o choque do metal, eu tive reação o suficiente para puxá-lo para mim e os punhos do golpeador faziam um barulho e até chegavam a sair faíscas no que batia em seu companheiro e vi a oportunidade para carregar um Cero neles, curvando-me para a frente enquanto ainda segurava a pinça do vasto lord, usando da estratégia deles de repelir e abrir a guarda para me dar tempo de liberar meu poder contra eles.

Me falhou o fôlego e o meu Cero se dissipou em um estalo e tossi um pouco de sangue, onde me engasguei com meus danos internos em conjunto da falta de ar.

Os inimigos perceberam minha hesitação e logo usaram desse tempo para se distanciar, sendo que o que dava socos pulava para trás e batia os punhos e o outro, assando minhas palmas em seu movimento, ia para o outro lado, provavelmente querendo dividir minha atenção entre ambos. Eu não sabia se olhava para frente ou para trás. Quem era o mais perigoso? O que poderia me quebrar por dentro ou que iria me empalar no primeiro vacilo que eu desse?

Nunca consegui pensar tão na frente, então apenas cedi a meus desejos hollows mais primitivos e me joguei de joelhos no chão, com as palmas na areia e ignorando a dor que sentia para respirar, inspirei fundo e arregalei os olhos, que minha pupila vibrava do esforço que eu fazia.

Como um quadrúpede, eu me lancei em direção do soqueador e por pouco, o que estava atrás de mim não encostava a ponta das pinças em minhas costas. Óbvio que o outro tinha vindo me golpear ao mesmo tempo, mas com meu avanço sobre ele, nos abraçávamos no ar e eu desferia diversos socos em sua máscara. Estava tomada pela fúria que sempre me orgulhei de dizer que não tinha, que já havia superado aquilo, mas agora, eu parecia um cão com hidrofobia batendo com meus punhos diretamente no osso que recobria a face do meu inimigo. Eu não tinha força e nem velocidade para isso, assim como não tinha técnica alguma de combate corpo-a-corpo, mas eu teria que aprender com ambos, ali e agora.

Queria guardar meu hierro para a defesa corporal repleta, mas tinha que usá-lo para recobrir meus punhos e não sangrar na face de meu inimigo. Eu urrava em frenesi. Eu queria quebrar aquela máscara, eu queria destruí-lo, eu queria...

...Que ele retirasse a máscara.

Se ele retirasse a máscara e tornasse-se um arrankar, certamente me mataria facilmente. Eu queria que ele fizesse isso e acabasse com a minha existência. Aquilo era muito difícil e humilhante. Eu estava sozinha contra dois atacantes, longe da segurança do Las Noches, sem ajuda que soubesse que eu saí, sem esperança que algum exequia aparecesse, impossibilitada de usar minha zanpakutou. Eu queria que ele acabasse com a dor que eu estava sentindo. Eu não queria superá-los, eu só queria completar a minha missão, o desafio que fiz sem pensar muito nas consequência, acomodada pela minha posição de fraccíon e poder de arrankar e sentindo em minha jornada o quão despreparada eu estava para aquilo tudo. Eu só queria desistir.

Mas eu não desistiria. Eu sou uma arrankar! Eu sou a fraccíon do número 5!

- Cero! - Desferindo diversos socos enquanto ele nem ao menos conseguia se defender dos meus golpes destreinados e aleatórios, carreguei um Cero bem na face dele, mas disparei para o céu.

Olhei para baixo e vi uma lança me trespassando no trapézio. Entrei em choque por um segundo e parei de atacar e então outra pinça me penetrava no lado oposto e me suspendendo a pelo menos um metro do chão, eu perdi a força dos braços. Meus olhos semicerravam e eu tentava pensar em como sair daquilo, mas ao mesmo tempo em que uma ideia surgia, o medo se apoderava de mim, não o de morrer, mas o de ser esquecida ali, sem nunca ter me destacado como uma arrankar e sendo uma desgraça para minha raça. Um hollow que fora tão longe apenas para fazer nada. Abri os olhos e olhei para aquelas pinças com fúria, mas logo meu corpo começou a tremer.

O outro, livre de mim e me tendo suspensa em sua frente, comecei a ser usada de saco de pancadas, onde ele desferia socos intermináveis no espaço do meu ventre. Comecei a revirar os olhos enquanto sentia as forças se esvaindo, a visão turva e a vontade de deixar que fizessem o que queriam e aceitar aquilo sem resistências. Cuspi sangue como uma bexiga d'água apertada a cada soco recebido. Não sentia minhas pernas e meus braços estavam trêmulos demais para fazer alguma coisa. Eu sorri.


- Vocês... São... Só... Hollows... - Algum órgão deve ter sido estourado ou rasgado, pois eu vomitava sangue, banhando o que me espancava, impossibilitando minha fala e me deixando com uma sensação forte de enjoo. - Eu sou... Algo mais...

A única parte de mim que podia lutar ainda se acendeu e logo eu usava de minha própria pressão espiritual para paralisá-los. Eu não era forte fisicamente, mas eu tinha uma boa reiatsu, meu elemento era a intimidação, eu não queria lutar. Eu queria que eles soubessem que não são páreos para mim, que eu sou uma arrankar, que eles eram apenas dejetos do deserto. Eles podiam sim, estar me surrando, mas eles jamais entrariam no Las Noches. Sorri mostrando os dentes vermelhos e dei uma tossida que me escapou um pouco mais de sangue pelas laterais da boca, meus olhos já quase fechados pelo esforço e minha consciência pesando para que eu enfim, fosse dormir, mas eu não podia cair. Eu tinha que completar minha missão.

Dei um chute com os dois pés no peito do que me soqueava e me agarrei nas pinças afiadas, usando o hierro para proteger minhas palmas e encolhi as pernas, dando um chute para o chão e me impulsionando em direção do mesmo enquanto forçava com as mãos, quebrando a ponta da pinça e fazendo o vasto lord atrás de mim recuar em um rugido. Olhei para ambos com o peito coberto de sangue, os dentes que se mostravam como se eu estivesse comendo algo cru e abri bem meus olhos, rugindo de volta, sacando minha zanpakutou e atirando contra o que dava socos, saltei na direção do outro, agarrando suas pinças e puxando-as com o propósito de arrancar, mas não tinha forças para isso, então eu apenas chutei as suas juntas para facilitar o ato de remoção, mas nem isso fora o suficiente, entretanto, isso o machucava.

Consegui enfim retirar uma e a usei para cravar na boca de seu dono, acabando com sua vida em uma série de espasmos que me incentivaram em empalar sua boca mais de uma vez, olhando agora para o outro que sentia todo o medo que eu houvera sentido antes, graças à minha pressão espiritual. Ele rugiu para mim e veio me dar uma sequência de socos como antes, eu atirei a pinça como uma lança e ele se defendeu, então chutei suas palmas para o lado, abrindo sua guarda - refletir - e comecei a dar socos nele, concentrando no rosto como ele fazia comigo, mas havia uma diferença marcante, pois em mim, havia minha pele lisa e com ele, eu machucava meus punhos acertando sua máscara dura. Não importava, eu queria desacordá-lo da mesma forma que ele fez comigo.

Soqueei com toda minha velocidade, não deixando que levantasse os braços para se proteger, batendo de novo e de novo em seu queixo até que enfim, ele tombou para o lado após um cruzado em que eu senti algum osso se estilhaçando, não sabendo dizer se era dos meus punhos doloridos e roxos, ou da face do inimigo.

Olhei-o por um momento deitado e me curvei, com uma mão na barriga e outra na boca, inutilmente tentando parar o vomito vermelho que escorria. Respirei um pouco e fui até minha zanpakutou, agarrando-a e ajeitando em sua bainha. Caminhar era extremamente doloroso, então eu dava passos largos, mas sentia que a cada distância que eu percorria, algo solto dentro de mim balançava junto e isso me deixava enjoada.

Cheguei ao lado do vasto lord que me usou de saco de pancadas e agora o faria pagar. Chutei seu corpo até que ele rolasse levemente pela duna, caindo alguns centímetros e ficando de cabeça para baixo. Queria que o sangue fosse para sua cabeça para que acordasse mais rápido e que não tivesse uma hemorragia ou entrasse em choque e morresse, queria que ele sentisse o que eu senti enquanto eu me regenerava nele.

Me sentei ao topo da duna e voltando às minhas raízes de hollow, eu mordi o pé dele e o mastiguei, devorando o corpo vivo dele dos pés até a cabeça. Em algum momento ele acordaria e nada poderia fazer pela perda de sangue que o enfraqueceria e o deixaria dormente, a quantidade de sangue em sua cabeça iria deixá-lo vivo mais tempo do que deveria e eu poderia me alimentar de seu corpo enquanto saboreava seus gritos, estes que não seriam ouvidos, que não viriam ajudá-lo.


- A sua rainha é minha, inferior. - Dizia de boca cheia enquanto puxava um tendão difícil de rasgar de sua coxa, olhando-o diretamente nos olhos.
Muishiki Komatta

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Muishiki Komatta

Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Dom Jan 08, 2023 1:04 am

Hienas são animais carniceiros e traiçoeiro com sua própria raça, sempre tentando roubar comida de leões e de fato o fazendo de outros felinos, que por infelicidade da natureza, não tem o controle necessário para lutar pelas suas caças.

Minha regeneração não era instantânea ou muito forte, porém só o fato de me alimentar de uma fonte tão nutritiva de energia espiritual, já começava a me sentir melhor e meus sangramentos deixarem de ser uma hemorragia para ser apenas cortes que escorriam com a minha movimentação. O vasto lord agora era um emaranhado de pedaços sem vida ou desmaiado para nunca mais acorda, o que realmente tanto fazia, pois eu comeria o que tivesse de comer e percebia que a falta da presença dele e de seu companheiro, uma horda começa a se formar.

Não escondiam suas presenças e quem o fazia, eram tolos demais para achar que poderiam passar despercebidos, eu nem ao menos precisava procurá-los por suas auras, o cheiro desses animais já era o suficiente para entregá-los. Me sentia uma predadora se alimentando da caça enquanto era rondada por outros que esperavam comida fácil. Sim, eles não queriam um pedaço de mim e sim, dos caídos. Olhei com desdém para o corpo do que tinha pinças e desviei o olhar logo em seguida, permitindo que viessem e comessem-no, eu não resistiria ou brigaria por aquilo, afinal, eu já estava me recuperando com o corpo daquele e nem tinha estômago para comer dois inteiros.

Os mais diversos hollows apareciam e com timidez, eles roubavam o corpo, afundando-o na areia ou despedaçando-o após arrastá-lo alguns metros para longe de mim, temerosos que eu voltasse minha fome para eles e aumentasse o meu banquete. Será que era assim que Ryugan-sama se sentia enquanto se alimentava e tinha a presença de seus fraccíons por perto?

Me levantei, já com força nas pernas, mas o corpo ainda dolorido e pesado. Comecei a andar duna abaixo, abandonando o corpo e deixando que aqueles micróbios terminassem minha carcaça, eu tinha um dever para completar e agora que não haviam guardiões, eu poderia me deleitar com aquela fonte de poder rápido.

Enquanto descia as dunas e me aproximava daquela formiga-rainha, percebi que a coloração da reiatsu era bem chamativa, o que ainda me deixava inquieta sobre o motivo de eu não ter visto aquilo de longe, era como uma coluna espiritual que se erguia para os céus e chamava bastante atenção. Antes que percebesse, estava murmurando algo enquanto me movimentava na direção daquilo que me chamava tanto a atenção e dos Menos. Sua coloração era forte e presente, mas não sabia dizer ao certo que cor era aquela. Era azul? Piscava e era verde, apreciava a tonalidade e quando me dava conta, após meros milésimos, eu me questionava de onde eu tirei "verde", se aquilo era claramente de um amarelo fosco. Cocei os olhos e olhei novamente e era branca. Sequei o sangue do queixo em meu antebraço e olhei novamente para o pilar de luz, este sendo negro como a noite, mas destacava-se como holofotes. Eu não conseguia entender o que acontecia com a minha percepção.

Na medida em que me aproximava, eu mudava meu percurso, retornando para a trilha dos Menos e caminhando perigosamente lado-a-lado deles, mas como um grupo de insetos que não se batiam durante um enxame, nós caminhávamos num ritmo e sincronia perfeitos, pois onde antes eu fosse ser pisada, eu já estava mais à frente, próxima a receber outro pisão, mas este colocava o pé ao meu lado, me sacudindo um pouco pelo tamanho e peso, mas ainda, me permitindo andar sem grandes problemas, as vezes até me impulsionando para cima enquanto tentava decifrar aquele mistério multicolorido nos céus.

Eu descia mais, já não sentindo mais dor alguma, me perguntando se a minha regeneração acabou por ser mais poderosa do que eu me lembrava, ou as qualidades daqueles vasto lords derrotados eram de tamanha qualidade que agora, meus danos já não mais eram do que arranhões e memórias doloridas. Concentrada no pilar, eu nem ao menos ouvia mais a passada dos Menos, esses gigantes que mesmo na areia fofa que embolsava suas solas ósseas, ainda assim era como um estouro que empurrava grãos para os lados e escorria para os lados na medida em que caminhavam, isso quando um ou outro não rugiam, em uma comunicação precária e suficiente para tais criaturas.

Logo eu via uma caverna e perdia de vista as cores no céu. O cheiro de ferro do sangue que antes me embriagava agora era substituído por algo mais adstringente, difícil de dizer, mas que me queimava na garganta após cada inspirada, como um retrogosto ácido que era presente em cada dosagem daquele ar fétido, muito diferente do ar do deserto, sempre inodoro e de ventos que pouquíssimas vezes se davam ao trabalho de erguer uma tempestade. Havia uma brisa, essa que me empurrava para trás e com as mãos na frente do rosto, eu me protegia para adentrar na escuridão, recebendo um empurrão suave pelas costas na medida em que sentia outra lufada, essa mais potente.

Espera. Não haviam cavernas. Cadê os Menos? Onde estou? Coloquei as mãos no rosto e saquei minha zanpakutou, olhando para trás e vendo grandes presas. Como?!

Retornei, mas um par estranho de pinças, grandes e robustas como paredes deformadas, me seguravam pelo peito e coxas, me empurrando de volta para dentro. Não! Eu preciso sair!

Usei de minha arma para tentar quebrar aquelas pinças que me seguravam, e tive que usar um certo nível de força para que pudesse enfim me livrar e correr para fora e infelizmente, minha primeira visão fora do céu caindo em minha cabeça.

Ele era branco, como se a própria Lua estivesse vindo na minha direção, sendo enorme e era até visível o vácuo do ar, empurrando ventos fortes pelas suas laterais que contornavam enquanto vinha com tudo na minha direção. Tentei usar meu sonido, mas eu apenas dei um pulo para o lado. Minha reiatsu estava fraca, como se tivesse sido absorvida, mas meu corpo estava um tanto quanto restaurado. Eu não compreendia direito nada do que estava acontecendo, mas eu tinha que fugir dali, nem que tivesse de dar mais um salto para o lado com toda minha força e energia, não mais dependendo da minha pressão espiritual e sim, do meu corpo fragilizado pelo combate, mas se queria sobreviver, eu tinha de fazê-lo.

Antes que aquela pedra branca viesse a me esmagar, ela era rapidamente diminuída e pisava na minha frente como algo bem menos ameaçador, adentrando na caverna. Mas aquilo não era o céu e muito menos a Lua, eu conseguia vê-los acima de mim, mas deveras aumentados. Minha proporção estava estranha e meu senso de espaço mais ainda. Olhei para aquilo que caminhava em direção da caverna e nada mais era do que um Menos, diminuído. Olhei para trás e percebi que a abertura na terra não era algo natural das rochas e sim, algo orgânico, pois o hollow formiga estava do tamanho do Las Noches e eu, menor do que sempre fui.

Ele me diminuiu para me engolir e me transformar numa larva de reiatsu! Não! Como?!

Tentei fugir, mas senti uma ventania atrás de mim, me forçando a me abaixar para não ser jogada para trás pelo ângulo do meu corpo, colocando as mãos na areia e fechando os olhos para que os granulados não voassem contra minha órbita e eu perdesse de fato a visão. Tudo parecia tão difícil.

Os fios arenosos eram puxados e me batiam no corpo como pequenas agulhas, o que me fez errar um pouco e um braço soltou-se, me fazendo quase cair para o lado, mas usei a mão que segurava a zanpakutou para cavar um pouco mais e me agarrar na pequena profundeza como um vão que pudesse me deixar segura enquanto ainda houvesse no que me segurar. Meu corpo todo era empurrado pelos ventos e eu não conseguia fazer muito contra isso, as nossas diferenças de tamanho eram ridiculamente desproporcionais e eu só tinha forças para me manter em posição fetal, cavando com a zanpakutou em movimentos simples que não fossem arriscados demais para acabar com a minha pose, que na medida que o tempo passava, os meus arredores se desintegravam e eu tinha que achar cobertura o suficiente para que não fosse levada pela tempestade que persistentemente tentava me levar para a boca daquela formiga mascarada.

Gritei contra o vento e tentei me erguer, mas sabia que se o fizesse, perderia o equilíbrio e seria tragada e sem ter o que me segurar, viraria um bolinho de energia espiritual para ser comida mais tarde pela rainha ou por algum hollow enxerido que viesse se alimentar do meu corpo mole e rico em "proteína". Eu simplesmente não sabia o que fazer além de resistir com tudo que eu podia.

Sorte? Não, as leias da natureza, a formiga parou de me puxar com sua inspiração, provavelmente tendo usado toda sua força para não respirar para fazer aquele ato. Olhei para trás apenas para ver fechando sua enorme boca e retomando o fôlego para tragar-me uma segunda vez, mas eu precisava usar desse tempo para fugir de sua zona. Olhei para os Menos em minha frente e logo saltei na direção de seu pé, que poderia facilmente me esmagar, mas como uma pequena agulha, eu cravava minha zanpakutou e minha própria máscara chifrada em sua sola, fazendo-o perceber minha incômoda presença e cambalear para trás, batendo em outro Menos e fazendo um efeito cascata menor do que eu queria que fosse, porém acordando-os do transe que estavam.

Não houve fúria e correria, como eu gostaria que houvesse, talvez aqueles arranha-céus vivos fossem ignóbeis demais para isso, pois só havia confusão. Eles se empurravam e de batiam entre si, mas tentavam mais se dissipar e ir para outro lugar do que permanecer por ali e não o faziam de maneira ligeira e sim calma e progressa, o que me dava nos nervos. Suas passadas vibravam na areia e faziam com que montinhos se criassem e desfizessem rapidamente, engolfando a mim e a formiga com enxurradas de grãos que aos poucos me pareciam menores na medida em que eu retornava para meu tamanho original.

Alegrei-me ao ver que estava normal, olhei para o céu e não mais vi aquele pilar de luz. Eu... Estava drogada? Aquela formiga era uma espécie de hollow que soltava um feromônio que atraía criaturas de grande concentração espiritual e se alimentava deles, diminuindo-os a ponto de adentrarem em sua boca e se tornarem moles e frágeis. Eu... Me sentia uma idiota por ter caído em uma habilidade tão simples, mas ao mesmo tempo, tão poderosa. Até conseguia entender o motivo daqueles adjuchas não terem ficado para se tornarem vasto lords, pois se o fizessem, corriam o risco de serem comidos por outros adjuchas que não compactuassem com seu bando de Nuevos Espadas, além de ficarem à mercê daqueles vasto lords que protegiam o gillian inseto que trazia alimento e nutrição para seus guardas, não servindo de alimento para os mais fortes, pois esta o fazia.

Realmente era um poder digno de Ryugan-sama! O poder que conseguiria ao usar esse hollow para dizimar com o palácio de Las Noches, consumindo fraccíons e outros Espadas para que servissem de um alimento rico em nutrientes para que seu corpo se fortalecesse rapidamente e enfim, enfrentasse o Rei Hollow, este que teria de treinar anos para equiparar suas reservas de poder para com o meu Espada, meu mestre. O Hueco Mundo seria dominado por Ryugan e Ryugan somente, não havendo disputas de poder, pois o seu poder seria sempre crescente e se quisesse, poderia se alimentar do mundo inteiro, tornando-se o arrankar mais poderoso que já existiu!

Pisei a formiga e após retirar meu pé, cravei minha zanpakutou, que sem retirar a lâmina do chão, reparti seu corpo rudemente contra a areia, transformando-o em uma pasta viscosa de estilhaço de ossos e sangue.

Caminhei até seus "bebês" e vi que alguns ainda se moviam, dentro dos sacos úmidos que viviam, ainda existia um fragmento de vida naqueles hollows transformados em gelatina. Desferi socos no ar e gritei "bala", atirando contra aquela fazenda de energia pura e dissipando a existência deles, permitindo que a energia espiritual contida naqueles ovos se esvaíssem novamente para o Hueco Mundo, não se tornando a força de ninguém. Seus corpos eram mais frágeis do que pareciam, pois a Bala nem ao menos os tocava e suas membranas já se rasgavam, mostrando a larva mal feita em seu interior, que ao entrar em contato com o ar, já se contorcia e não demorava para morrer, isso quando não era completamente dilacerada pelo meu poder.

Ryugan não merecia esse poder. Aquele Espada era só mais um que em cem anos seria trocado por outro, mais forte ou mais inteligente, sendo sucumbido pelo combate ou pela carnificina de suas próprias ambições. O Rei Hollow pouco me importava também, era apenas um símbolo de poder para que não houvesse canibalismo por todo o mundo, uma figura que trazia medo ao invés de controle, que mantinha a concentração de nossas almas equivalente. Não havia motivo para que houvesse uma organização entre nós, sem ser a de nos manter vivos. Não podíamos ficar comendo tudo ao nosso redor, se não iríamos causar nossa própria extinção, era esse o motivo da existência dessa monarquia. Eu servia Ryugan, mas esse não representava nada para mim além de uma vida confortável e imposição ao medo, assim como a proteção de que não estaria alheia ao relento do deserto ou de tramoias de seus colegas Espadas que queriam ascender.

Olhei para trás e vi no topo das dunas e árvores, os Menos me olhando enquanto aos seus pés, haviam diversos hollows menores que apenas me assistiam fazer a destruição de sua fonte rápida de energia.


- Ei, garotos! - Sorria para eles e balançava minha zanpakutou como que dando tchau. - Vocês queriam um pedaço disso? Ou queriam ser um pedaço disso? - E apontei para a formiga morta. Era estranho ser o centro das atenções naquele lugar, sendo agora aquela que ficava no fundo do buraco, observada por todos os hollows daquela região. Não senti medo, mas estremeci, sentindo um calafrio que fazia meu sangue correr mais rapidamente enquanto suava frio. Talvez tivesse que enfrentá-los e abrir meu caminho de volta para o Las Noches.

E então eles estouravam.
Muishiki Komatta

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Muishiki Komatta

Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Seg Jan 09, 2023 12:46 am

Isso com certeza não era uma boa coisa, pois ao olhar ao redor, mesmo que não houvesse barulhos, ainda assim era assustador ver meus semelhantes simplesmente se desfazendo no ar, estourando como balões levados ao limite de sua capacidade de segurar o ar. Voltei minha atenção aos Menos, estes que cambaleavam desengonçados e caíam como árvores, debruçando-se sobre os restos mortais de seus colegas ou menores, simplesmente despencando, talvez já sem vida sobre o mar de corpos.

Eu não me mexia. Não sabia o que fazer, mas como nunca fora uma pessoa de pensar muito, eu resolvi agir. Segurei firme minha zanpakutou e procurei o Las Noches como se fosse um ponto difícil de se encontrar na noite, logo vendo o castelo como se estivesse ao meu lado. Os grunhidos logo se erguiam ao ar em coro e explosões multicoloridas eram feitas como oferendas aos céus, uma cantoria macabra de uivos de dor acompanhados por dilacerações que pintavam as areias e esfumaçavam-se em uma tempestade rubra que rodopiava e inebriava o deserto, trazendo o cheiro forte do ferro como se o granulado fosse feito de pequenas partículas de metal, mesmo fofos de se pisar, era apenas uma máscara de inocência para a pequena guerra que se iniciava.

Era óbvio. O que esperar de um grande grupo de hollows famintos, frustrados por ter perdido por segundos ou alguns metros, a refeição que lhes fora prometida, a sua própria tabela de força para que pudessem ingressar ao domínio do Rei Hollow ou simplesmente, não serem oprimidos por criaturas de mesmo cheiro, mas diferente poder. Os Menos eram apenas pilares de força, mas não inteligência e com isso, eles eram mordiscados pelos menores, causando-lhes um desinteresse que se transformava em atos incômodos e incessantes, obrigando-os a ter de tomar uma providência contra aquelas ardências que, literalmente, os consumia. Ceros eram jogados em intervalos quase inexistentes, diferentes bocas que simplesmente desintegravam o solo e erguiam paredões de areias que deixavam em mistério quem eram os sobreviventes ou para onde iam. Os gillians lutavam contra tudo que pudessem colocar os dentes, indiferente do que fosse, cegos pela ira e mais insatisfeitos que qualquer um, sua capacidade de raciocínio se limitava a saciar a ansiedade de viver com qualquer coisa sem discriminação do que estivesse ao seu lado. Os adjuchas, já com algum nível de raciocínio, organizavam-se quem podia e se protegiam, descarregando sua fúria contra outros oponentes de equivalência ou simplesmente se banhavam no sangue dos mais fracos. Para minha sorte, não via mais nenhum vasto lord por ali, mas mesmo assim, eu estava no epicentro e era a causadora de tudo aquilo.

Olhei para a formiga despedaçada aos meus pés e por um leve devaneio, me perguntei se ela não conseguiria se regenerar após comer uma de suas larvas ou um pedaço de braço ou cauda que caía ladeira abaixo, mas aquele ser nem mais era pensante. Mais uma vez mostrava minha impulsividade em não pensar no "logo após". Era questão de tempo até que alguém somasse um mais um e compreendesse o que eu fizera, independente do motivo, eu nem ao menos tinha como me proteger com palavras e talvez eu tivesse aprendido uma coisa ou outra com o combate com a dupla de vasto lords, mas contra uma pequena guerra no deserto? Socos e pontapés seriam tão úteis quanto regar aquelas árvores esquecidas pelos deuses.

Em todo meu redor, só se ouvia e via o combate que se acalentava rapidamente. Os poderes disparados sem mira, apenas querendo acertar algo e conseguia criar um pequeno laço de empatia com esse sentimento. Mordi o lábio e olhei para o chão, tentando pensar no que fazer, mas era muito difícil. Queria que algum colega viesse e arrumasse seus problemas, mas não tinha o poder de um Espada para isso.

Ri com meu pensamento de que Espadas eram bebês que precisavam de fraccíons para limpares suas sujeiras. Heh. Talvez fosse isso que eu era. Vindo até as profundezas do deserto apenas para retirar o bico da mamadeira de Ryugan-sama.

Não era o momento para divagar. Minha única oportunidade de sair viva daquilo era arriscando, ironicamente, minha vida. Eu teria que passar por eles e retornar para o castelo, afinal, a aposta ainda estava de pé e mesmo que o tempo fosse desordenado no Hueco Mundo, parcialmente o que eu fazia com sua irregularidade era completa e total equivalente ao que os Nuevos Espadas estavam fazendo, então independente de se terem passados duas horas, eles também tinham, mesmo nenhum ponteiro dizendo que cinco segundos passaram. Confuso?

Concentrei em direção do castelo e jogando as mãos para trás, abri a boca e apertei minhas bochechas, gritando "cero" e logo cultivando uma esfera vermelha com beiradas negras e auréolas douradas, criando finalmente o poder necessário para varrer um caminho entre as fileiras de combatentes famintos, mas que logo em seguida, um Menos atirava o seu próprio e erguia um paredão, desfazendo tudo e afundando os demais hollows em uma cratera, que nem ao menos fazia o combate cessar. Demoraria muito tempo para que eu pudesse criar um caminho pleno, dizimando as criaturas e sendo substituídas por mais, repetindo o processo e cada vez mais chamando atenção para mim.

Corri então para as dunas, recebendo um Cero bem em minha frente que me atirou para trás, sendo rapidamente soterrada enquanto nem ao menos tive tempo para desmaiar, pois os grãos de areia que vinham em meu rosto eram como tapas que me esfolavam e trancavam minha respiração, me afogando e também entrando em conjunto das minhas roupas sujas. Tossi algumas vezes e olhei para cima, logo vendo uma lâmina vindo em minha direção e tive que chutá-la para cima enquanto mergulhava na areia, agarrando as mãos e jogando um punhado na máscara de meu atacante, que adentrava por suas aberturas e o impedia por um momento, pois não era tão fácil limpar algo que está encrustado em seu rosto e não há o tato para facilitar a movimentação.

Não me dei ao trabalho de retribuir o ataque, pois se o combate já tinha vindo até mim, eu teria que seguir em direção do castelo.

Nunca desejei tanto ser mais poderosa, ter força o suficiente para que minha pressão espiritual fosse o suficiente para apaziguá-los apenas o suficiente para que eu pudesse passar por ali e deixasse-os livres para com suas devidas sortes, ou ter poder bruto o suficiente para intimidá-los com golpes únicos que os faria sumir no ar ou mesmo, uma velocidade incrível que me faria simplesmente sumir daquele local. Mas não, eu era um tanto inferior e destreinada, acostumada com a vida no castelo, apenas servindo e cuidando de meu Espada enquanto me limitava em ofícios e não à minha natureza selvagem e relutante. Eu tinha que lutar com as armas que eu tinha e no caso, era o meu corpo fraco e esguio. Claro, muito superior a um hollow comum, mas inferior a outros arrankars.

Dei um encontrão em meu atacante, este que se limpava e corri mais uma vez, ouvindo um som familiar e olhando para o lado, vi que era vista por um gigante de boca aberta e logo tive de usar meu sonido para sair da trajetória de seu ataque, mas eu estava fraca demais para isso, só conseguia correr. Olhei para ele de volta na medida em que completava o seu disparo e com o pouco tempo que eu tinha, desesperadamente abri a minha boca e vociferei "Cero" sem nem ao menos carregá-lo, saindo uma rajada fina e desajeitada, nada comparada ao poder reluzente e condensado que chocava-se contra o meu e me pressionava com uma luz sólida de reiatsu que me queimava e me afundava na areia, sentindo meu corpo sendo dissolvido pelo poder que não acabava nunca, não me permitindo ficar de pé, eu me ajoelhava numa pose que certamente não conseguiria manter e logo deitando e utilizando de meu hierro para me proteger do pior.

Após a rajada, eu me levantei totalmente vermelha e com o cabelo bagunçado, com as pontas queimadas e minha roupa quase que totalmente desfeita, se tornando um grupo de trapos que poderia ser facilmente rasgado com um toque forte de meus braços. Ele não tinha mais o propósito de me proteger das areias incômodas e presentes, mas sim, de ter o mínimo de pudor.

Dei um passo cansado em direção do castelo e então outro. Eu não tinha tempo para brincar com aquele Menos e descobrir quem era o mais poderoso dentre nós, então apenas caí de joelhos no chão e olhei para minha katar, vendo que o ser já começava a carregar uma segunda rajada, esta que talvez fosse a final para mim. Voltei minha atenção para ele e desferi dois socos no ar, disparando um par de Balas que batiam no queixo do grandalhão, me obrigando a desferir mais golpes ao nada e o obrigar a trocar seu alvo por algo mais simples ou cancelar o ataque, o que apenas o fez desferir um golpe menos concentrado e me dando o tempo que precisava para saltar e correr.

Meu corpo todo doía pelo golpe que a recém houvera recebido, mas não podia parar. Precisava continuar, pelo menos, até onde não haveriam mais hollows em minha presença, onde poderia achar um oásis seco, me sentar e renovar as energias. Onde estavam os inúteis dos exequias para me ajudar? Eu estava sozinha, não era digna da ajuda daqueles seres que pareciam apenas ajudar quem era importante, que no caso, eram os Espadas e sua amada morada. Eu era descartável e após uma pequena pontada de raiva, eu percebi que de fato, eu era. Se eu fosse de uma patente acima ou tivesse algum destaque e algum arrankar quisesse fazer um agrado ou coisa assim, eu também não daria a atenção devida para mim. Sorri enquanto desviava de um trio que se embolavam e comecei a rir na medida em que abria os meus braços, tal qual uma campeã medalhista de ouro.

Ceros e golpes eram trocados, a areia rubra voava ao meu redor e eu só conseguia rir enquanto corria e desviava, o corpo assado e dolorido, as vestes que nem me cobriam direito e a minha sonora risada por entre os estouros e rugidos, os barulhos de guerra. Eu havia encontrado o meu trunfo. Eu era descartável. Se me perdessem, eu não tinha mais escolhas. O que eu tinha a perder? Eu sou superior a Ryugan-sama. Eu sou superior à ordem dos Exequias. Ninguém pode me parar, pois eu sou descartável, eu sou uma hollow livre de hierarquias. Eu sou a melhor vilã!

Logo um Menos tombava e levava outro consigo, sobrepondo um grupo de hollows na minha frente, explodindo pedaços em minha frente e jogando corpos pesados sobre mim, assim como mais uma vez, me cobrindo com as areias, insistentes como um cobertor que insistia em me ocultar abaixo de si, indicativos de que eu deveria desistir e morrer, assim como todos estavam fazendo. Mas o que nenhum fazia, era o ato da desistência. Todos combatiam, só eu fugia, mas eu o fazia por ter responsabilidades e um grupo para matar. Aquela guerra estava abaixo de mim, assim como seus participantes.

Empurrei o corpo e este mal se moveu, tentei chutá-lo, mas seu peso era demais para mim, talvez houvesse mais de um me recobrindo e sentia o ar se tornando mais grosso. Minha zanpakutou ainda estava em mãos e com ela, eu cortei a musculatura em minha frente e descobri que o dono desta ainda vivia. Bem... Não mais, pois me agarrava em sua ossada e me alavanca para fora daquilo, besuntando meu corpo no sangue saindo daquela pilha de corpos como uma parasita que eu era, usando-os para que eu pudesse viver, sentindo meu lado mais animalesco me lembrando do quão bom era sentir aquilo tudo. Lambi o sangue que estava em meus lábios apenas para sentir o gosto e então me sequei com os braços. Pisoteei o corpo mais alto daquela pilha e observei o Menos em minha frente, se erguendo lentamente. Não podia desperdiçar meu tempo.

Corri por baixo deste, sentindo a catarata de areia que era erguida, trespassando aquele corredor sombrio do corpo colossal que estava sobre mim. Se ele tombasse mais uma vez, eu estava morta. Mas tudo bem.

Assim que passei pelo corredor arenoso e artificial, a primeira coisa que fiz foi cravar a minha zanpakutou nas costas de um hollow e com a lâmina cravada, saltaria para me agarrar com os dois braços em seu pescoço, abraçando-o e chutando sua parte traseira para que subisse em seus ombros, vendo contra quem ele lutava, que apenas erguia seu olhar para mim e como uma traidora que ataca pelas costas, eu atirei uma Bala em seu rosto, saltando sobre ele e pisando no corpo sem cabeça, levando-o ao chão e me garantindo espaço o suficiente para que seguisse minha corrida.

Aos poucos a adrenalina do combate ia se desfazendo na medida em que eu fugia do mesmo. O cenário começava a se tornar mais como eu conhecia, cheio de pedras das ruínas do Las Noches, as árvores erráticas curvadas e mortas. Houvera finalmente escapado dos hollows e enfim, sentia o peso do corpo cansado.

Procurei o pilar que antes houvera sentado, mas agora, talvez eu estivesse à distâncias dele ou numa rota paralela que não passava pelo mesmo campo. Então apenas ajeitei a zanpakutou na bainha de minha cabeça e olhei para trás, vendo que os hollows estavam ainda à distância se debatendo em busca de comida e satisfação. Eu, por outro lado, já começava a sentir a exaustão de meus atos. O corpo queimando e os pulmões pedindo por uma parada para respirar direito. Minhas coxas nuas mostravam espasmos involuntários da musculatura e tive que colocar as mãos sobre as mesmas, para massageá-las, porém meus dedos estavam fracos e meus tendões pareciam rústicos demais para um movimento de apertar, então apenas me agachei, com a sola totalmente no chão e abracei os joelhos.

Encostei a cabeça nos antebraços e fechei os olhos um pouco, se adormecesse, cairia na areia, se não, permaneceria agachada e relaxando com o corpo todo encolhido, o que não era exatamente a melhor posição para se descansar e antes que percebesse, eu caí para a frente, enterrando o queixo na areia. Abri um olho e depois o outro, olhando a minha frente e suspirei, empurrando um pouco para os lados.


- Ok, você venceu, Hueco Mundo. Eu irei deixar que me enterre. Me leve para as profundezas, me mostre o que há por baixo desses poros de ossos desgastados que você chama de deserto. Deixe que Ryugan-sama algum dia tenha uma lembrança de me ter como fraccíon e coma sua refeição tranquila, sem ao menos pestanejar em lembrar-se de quem eu era... Oh vida, oh morte... Hehe. - Ri do meu drama e sem nem ao menos me atar às responsabilidades, eu cerrei os olhos e dormi ali mesmo, abraçando um punhado de areia para servir de travesseiro e enfim, descansar de verdade, falhando na minha missão de retornar para o castelo e lidar com os hollows invasores.

Um par de pés parava em minha frente e seu dono me observava.
Muishiki Komatta

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Muishiki Komatta

Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Ter Jan 10, 2023 1:25 am

- Sullivan sama? - Nem resposta do meu corpo inerte, então permaneceram em silêncio na medida em que, de sua própria forma, faziam a minha defesa. Sabe-se lá quanto tempo eu fiquei descansando quando finalmente abri os olhos e me deparei com aqueles sapatos negros. Meus olhos tornaram-se "humanos" e logo em seguida, felinos, olhei para cima já me preparando para desferir um golpe e saltar para outro lado, mas logo vi o hakama branco e mesmo que todos estivessem armados, nenhum deles estavam com as armas sacadas. Me ajeitar na medida em que realmente ficava de pé e os observava melhor. Não havia um ou outro exequia e sim, diversos. Finalmente eu os achava.

- O que estão fazendo aqui? E o Las Noches?! - Dizia ao que meu primeiro pensamento era da minha aposta. Estariam os Espadas mortos, o Rei acuado com os remanescentes e o líder dos Exequias criando o tempo que precisavam? Claro que não. Aquele "time de misericórdia" certamente iriam dar suas vidas ao invés de vir pedir ajuda a alguém como eu, então minha visão tornou-se comum (o meu, pelo menos). Aliviei-me com meus próprios pensamentos rápidos. Mas então qual o motivo de virem por minha causa? Eu também não era exatamente uma Espada ou alguém chamativa o suficiente para que me procurassem por qualquer motivo que fosse.

- Viemos escoltá-la de volta para o castelo. - Dizia um dos guardas com as mãos nas costas. Estranhei obviamente e me ajeitei, mas logo recebia um conjunto de roupas, que não me era entregue em mãos e sim, jogadas em minha frente. Observei tal ato de ousadia deles, mas logo percebi a posição de poder em que eu me encontrava, pois por mais que eu fosse a superior deles, ainda assim, eu estava longe dos meus cômodos, sem influência do meu líder ou conhecimento de qualquer alma, além desses carrascos, claro.

Me abaixei e retirei os trapos que me envolviam, passando-os no rosto para retirar o sangue seco, quebrando aquela pequena camada carmesim e vestindo a mesma roupa que eles. Era uma vestimenta comum e muito semelhante a dos shinigamis, ainda assim, livre o suficiente para que eu pudesse me mover sem represálias de tecidos. Joguei os farrapos ao chão e ninguém se deu ao trabalho de juntar, deixando aquela carcaça para que outros se alimentassem do que antes era o conteúdo vital de um hollow, mas nós, não nos interessávamos.

Começamos a correr em formação, eu estava ao meio enquanto eles me cercavam e mesmo assim, eu não me sentia em segurança, parecia uma armadilha ou coisa semelhante. Eu era uma criminosa pelo que houvera feito? Estavam me escoltando para que ficasse sobre meus joelhos para que Ryugan ou Denki-sama viessem a me punir por meus atos impulsivos e suicidas, acabando com uma fonte de poder, destinada a mil anos de torturas e enfraquecimento de minha máscara, apenas para após esse tempo, ser exilada para o mundo humano para que fosse caçada pelos ceifeiros e enfim, dando finitude à minha existência?

Quando não precisava, eu realmente pensava demais.

Suspirei.


- Então? O que leva vocês a virem por mim?

Houve um momento de silêncio, parecia que não tinham me ouvido, então abri a boca de novo e apenas a voz saiu, porém já me calei, pois eles me respondiam e isso me irritava profundamente, sentindo um pequeno calor no peito. Me sentia testada por eles, pois além da pressão de pares e por estarem ao meu redor, eu ainda não conseguia me comunicar sem ter que ser repetitiva ou "cortada" por eles.

- Você precisa limpar sua bagunça.

Suas palavras eram totalmente sem emoções, talvez querendo me fazer sentir culpa, mas isso também demonstrava que eles sabiam o que eu houvera feito. Não havia motivos para questioná-los ou me fazer de idiota. Apenas segui correndo, criando assuntos em minha cabeça e descartando-os enquanto me sentia oprimida por aquele grupo.

Parei de súbito e como se soubessem que eu faria isso, logo também pararam, me olhando como se eu precisasse de algo, mas não se prontificaram para isso, ao invés, queriam que eu pedisse, que me ajoelhasse em servidão e aclamasse pela bondade e boa vontade para que me dessem alguma ajuda no que me fizesse parar. Ajeitei a zanpakutou na bainha apenas para ver a reação deles e fora algo totalmente inexistente. Eu nem ao menos representava uma ameaça e era incrível o quanto de informação que se tinha sem eles terem de falar coisa alguma.


- Como está... O Las Noches...?

- Estável.

- Então me digam o motivo de vocês não terem acabado com a ameaça, abandonando seus postos para que eu tivesse de fazer.

Um deles se destacou dentre os demais e se aproximou de mim, parando diretamente em minha frente e era impossível ver seus olhos, mas sentia que era observada nos detalhes. Ele se abaixou para nivelar nossas faces e sem dizer coisa alguma, se ergueu lentamente, mostrando o quão abismal era a diferença de nossos tamanhos. Dessa vez, eu era o rato.

- Nosso trabalho é o de defender o Las Noches, de ameaças internas ou externas. Não somos babás. Se não vimos problemas em deixar que aqueles seres adentrassem e morressem nas mãos de um de vocês, o que acabaria por aumentar seus egos, uma diversão controlada, então não havia motivo para que gastássemos a energia necessária para a proteção do bem maior com isso. Mas vocês os interceptou e concluímos que seriam suas presas, não iríamos nos colocar entre você e seus brinquedos. - Ele apontava um dedo para meu rosto, centímetros do meu nariz e era como receber um esporro de um pai controlado, mas passivo-agressivo. - Muitos iriam gostar de amaciar seus egos com presas fáceis que pareciam difíceis. Você os deixou crescer... Não, você os ameaçou a crescer, deu a dica para que virassem um inimigo a ser lidado. Conseguimos contê-lo, mas como é seu problema, você irá lidar... A menos que queria que o Quinta Espada fique sabendo de suas insubordinações...

Dei um tapa no dedo em minha frente e dei um passo à frente, empurrando-o com as mãos, mas que mesmo dando alguns passos para trás, sem me dar as costas, simplesmente se juntou aos demais. Voltando a cabeça para a frente e isso dizendo muito, pois estava preparado para se defender do que viesse à seguir enquanto se resguardava entre seus semelhantes, mas logo em seguida, percebia que eu não significava coisa alguma, então apenas voltou sua atenção para onde iríamos.

- Eu... Eu dei a dica? Do que está falando? Volte aqui e me explique! Eu demando!

Todos os exequias logo me cercaram e colocaram as mãos sobre o cabo de suas zanpakutous, varrendo a areia com a bainha enquanto balançavam-na para que ficasse numa posição em que facilmente sacariam as espadas. Não me deixei intimidar, mas logo tencionei os ombros e ergui minha mão para os chifres e todos relaxaram, soltando suas armas e deixando a bainha caída novamente. Era isso mais um jogo? Eles estavam apenas mostrando sua força, de que se quisessem, acabariam com a minha existência ali mesmo? Já estava cansada deles. Logo todos falaram ao mesmo tempo, como se fossem todos a mesma entidade.

- Você destruiu um deles. De nove virou um. Um virou algo maior e mais poderoso. Você termina os problemas que iniciou no Las Noches. Você foi convidada para o castelo, nós somos ele. Você é um cão com uma guia. - Ergui a mão até a coleira em meu pescoço, o lembrete de que eu deveria me conter. - Termine o que começou. - E então se silenciaram e sacaram suas espadas, erguendo-as e carregando um Cero carmesim, este que criava uma nuvem escura sobre mim e me deixava com uma sensação de que estava em um buraco fundo, mesmo que estivesse no mesmo nível que eles. - Pois se não, nós terminaremos. Mesmo se você não conseguir.

Meu peito fora carregado com aquela demonstração de soberba e força, mas o que eu poderia fazer contra? Enfurecer e atacá-los? Eles eram meros soldados de limpeza e manutenção, mas conseguiam me oprimir como nenhum outro, compreendendo a diferença de um gillian que precisa de artimanhas para crescer, um adjucha que tem pressa em evoluir, um vasto lord embriagado de força e de um verdadeiro arrankar, no controle de suas emoções e humanidade. Eles eram de fato terríveis, nem ao menos precisando me cortar para que eu desistisse do combate com eles. Na verdade, se tivessem penetrado suas lâminas na minha carne, certamente eu iria revidar, mas daquela forma, eu simplesmente me calei e deixei que os Ceros fossem cancelados e todos guardassem suas espadas.

Não me aguardaram, começaram a correr, dando o assunto como acabado. A ameaça era clara, eu tinha que lutar até a morte com o que sobrou da minha aposta e se eu não conseguisse abatê-lo, eles iriam matá-lo após eu perecer. A pressão era colocada em meus ombros como uma culpa, de que eu causara aquilo e pelo jeito que eles vieram, parecia que era algo grave. Talvez tivesse colocado alguns deles em risco quando eu concordei em separar caminhos e não ao matar os adjuchas naquele instante.

- Eu irei e vou matá-lo. Eu consigo fazer isso. Vocês querem me punir pelos problemas que eu trouxe ao castelo, certo? Eu aceito. Mas entendam, que por mais que eu esteja fazendo do jeito de vocês, eu o fiz pelo meu senhor Ryugan-sama. A promessa de um poder que viesse a deixar nossas fileiras acima de qualquer outra, de fortalecer os Espadas e garantir nossa ascensão. Eu fui atrás!

- Você acreditou.

- Sim e achei!

- Então onde está esse poder?

Me silenciei e deixei-os correndo em minha frente, ficando para trás na medida em que minha cabeça doía, sem saber como escapar de suas palavras. Minha máscara quase cantava em meu encéfalo, querendo criar um Cero na direção deles e depois esculpir em seus corpos com minha pequena zanpakutou. Mostrava os dentes e meus olhos estavam vidrados na direção do castelo. Aquele maldito monumento arquitetônico, tudo se resumia àquilo? Eram pedras. E os seus moradores? Hollows como eu, nada a perder com a morte, tudo a ganhar com a carnificina. Eles não tinham motivos para me repreender, eu era superior a eles e eu faria eles me reconhecerem.

Comecei a correr novamente, atravessando o deserto em silêncio enquanto, pela primeira vez em minha vida, formulava estratégias para vencer meu inimigo que já deveria ser um vasto lord poderoso. Defender, repelir e atacar, era a estratégia corpo-a-corpo que meus antigos inimigos me ensinaram. Minha katar é uma lâmina pequena que fica ao punho, eu posso usar do movimento para me defender e repelir os ataques furiosos da nova ameaça e abrir a guarda dele, mas dessa vez, sem usar os punhos, eu o perfuraria com todo o potencial de minha arma, por entre a musculatura do abdômen ou em regiões de artérias. Eu tinha a vantagem de ser arrankar e ter mais tempo de experiência em combate, além das habilidades que aquele ser possivelmente não tinha ou que a recém despertou.

Se era apenas um, eu conseguiria, afinal, enfrentei dois e venci, então este seria apenas um descontrolado que seria abatido.

Antes que pudesse me dar conta, as portas castelo estavam em minha frente. Parei e observei o caminho novo por onde eu iria adentrar. O portão gigantesco em minha frente. Os exequias houveram sumido, me abandonado talvez, retornando para seus deveres lá dentro ou arredores, mas antes, eles tinham uma tarefa para mim, que nada mais era que abrir as portas.

Um filete de luz me cortou e abaixei a cabeça, deixando a franja cair sobre os olhos, mas mantive o olhar destemido na entrada. Saquei minha zanpakutou na medida em havia uma brecha suficiente para que adentrasse na luz e sorri.


- Vamos terminar logo com isso.
Muishiki Komatta

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Muishiki Komatta

Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Qua Jan 11, 2023 3:39 am

Enfim, o fim daquela missão. Minhas mãos estavam firmes na zanpakutou, meu olhar estava afiado como de um predador alfa, não havia o suor escorrendo pela minha testa, mas eu sentia um pequeno rebuliço no estômago, um lembrete de que o combate final ditaria o meu sucesso para com os Las Noches, não apenas como era o esperado do meu Espada, que se eu falhasse, nem haveriam vestígios de que eu houvera passado por tudo aquilo, mas se concluísse com o mínimo esperado, ao menos os Exequias teriam algum respeito comigo. Mas não era por isso que eu lutava. Eu lutava por mim, pela minha posição como fraccíon e como uma arrankar própria, guerreira por natureza e uma real monstruosidade da cadeia alimentar.

Minhas bagunças deveriam ser minhas, mas se alastraram além do que eu podia lidar, repercutindo na vida de diversos hollows no deserto, das mais variadas tribos e níveis, assim como também no trabalho interno do castelo que me aguardava com os portões abertos. Os nós dos meus dedos estavam brancos do quanto eu agarrava a zanpakutou com força, esperando ser saudada pelo inimigo, mas apenas deixando a luz me cobrir com uma mão bondosa que me recebe, mas ao mesmo tempo, essa mesma era quem feria meus olhos e me deixava cega para o futuro desconhecido, o vilão que me atrapalhou apenas com algumas palavras e eu, inocente ao meu jeito, aceitei a aposta com o diabo.

Pelo tempo que levava para abrir totalmente, eu já estava caminhando para dentro. As botas negras deixavam de afundar na areia e tocavam levemente no piso duro. Ergui as mãos, o punho esquerdo fechado com o direito apoiado sobre, segurando a katar como uma arma de fogo, com suas pontas voltada para a frente e mesmo que seu alcance não fosse o mais longínquo, eu sentia a minha reiatsu se aprontando em meu corpo, fortalecendo minha musculatura e não deixando espaço para nervosismos, apenas algo semelhante ao ódio, mas que não tinha uma emoção vindoura de calma logo em seguida, apenas o foco pela batalha e pela caçada, tanto que meu estômago parecia vazio.

Dei alguns passos tímidos adentro do castelo e não houve um único som vindo de qualquer fonte, exceto de mim. Olhei ao redor sem perder a pose e me abaixei, encostando um joelho no chão e a lâmina na terra, concentrando a minha reiatsu para tentar descobrir onde estava meu inimigo.

Haviam muitas almas dentro daquele castelo, todas em seus corpos humanos ou próximo disso, nada em especial se destacava, nenhum pico de poder espiritual concentrado parecia um norte para me guiar. Provavelmente o meu adversário se mascarava dentre os meus semelhantes, ocultando sua presença e seus propósitos, sendo que apenas eu e os guardas sabíamos de suas intenções. E eu era vigiada o tempo todo, mesmo que não visse os olhos, sabia que as paredes os tinham.

Subitamente comecei a correr em direção do deserto enquanto tentava ser o mais chamativa possível, erguendo meu poder espiritual para me transformar numa isca e deixar claro que houvera retornado. O trajeto até onde eu queria chegar era longo, mas abrangente. Os corredores se bifurcavam em diversos caminhos e eu sabia exatamente para qual seguir, dobrando aqui e ali, sempre focando na brisa seca que vinha do interior. Nenhum hollow me parava e na verdade, parecia até que os exequias houveram barrado a passagem dos demais, deixando que o espaço fosse apenas meu, talvez mais uma estratégia de humilhação, pois me deixaria como o centro das atenções e esquecida de quem fosse importante. Eu era um incômodo.

Pisei na areia finalmente e logo senti um poder incrível. Olhei ao redor e tudo que vi foram as nuvens interiores do Las Noches, o céu azulado como se fosse de outra dimensão, as areias que nem ao menos se moviam no horizonte, as torres caídas e as milenares que suportaram todos combates ao seu redor... Se ao menos elas pudessem falar. Atrás de mim, as ruelas e caminhos, ao meu redor, não era possível ver o outro lado do castelo, então eu apenas manteria o meu foco enquanto forçava meu poder espiritual ao seu limite, me tornando uma pequena chama grosseira em meio ao deserto. Um sinal.


- Você voltou... E nós crescemos...

De imediato eu parei e olhei ao redor, não achando a fonte de tal voz, que simplesmente ecoava. Um ataque surpresa viria, só me faltava saber de que lado. Acima? Nada, avistaria a movimentação tragando as nuvens. Aos arredores? Certamente veria algo vindo em sua direção naquele espaço descampado. Então só podia ser...

Na medida em que sentia a terra se erguer abaixo de mim, já houvera saltado e visto a monstruosidade que vinha abaixo de mim, erguendo sua bocarra em minha direção e me obrigando a usar o sonido para me distanciar e não ser engolida facilmente. Me posicionei a alguns metros de distância, logo disparando várias Balas contra ele, mas não sendo de todo efetivo. Seu corpo era muito grande e nada significava receber aquela artilharia em seu corpo ou máscara, sendo que o primeiro, com a força dos ventos e da areia que carregava ao seu redor, diluía meu poder e o segundo, simplesmente era sujado com a pequena explosão. Meu dano era mínimo ou inexistente.

Abaixei os braços, cancelando a técnica e como se trouxesse todo o ar ao meu redor para minha boca, eu concentrava as palmas com os dedos curvados, formulando uma esfera em minha frente e desferindo um Cero, que pelo corpo do meu inimigo, acertou-o com facilidade e deixando uma marca, sendo efetivo. Sorri e concentrei um segundo, mas com um movimento simples de subir ao ar e descer logo em seguida, ele criava uma tempestade de areia com seu corpo anormal e me jogava para trás, errando meu tiro para os céus, cortando as nuvens.

Caía sentada a mais alguns metros e após retirar a areia dos olhos, voltava minha atenção para a criatura que vinha como uma lança em minha direção. Eu não teria tempo de desviar, sua sombra me cobria facilmente como se não houvesse luz dentro do Las Noches.

Defender, refletir e atacar.

Meu primeiro movimento fora de pular, recebendo o golpe do inimigo em minhas pernas e me desestabilizando totalmente, pois não existe uma real defesa aérea, me fazendo girar em meu eixo na medida em que rolava sobre o corpo colossal, parando apenas em um seus apêndices, batendo de costas e cuspindo todo meu ar, mas usando da oportunidade para me agarrar. Precisava refletir agora o golpe para abrir a guarda dele.

Concentrei o Cero pela terceira vez em minha boca, mas logo ele sacudia o corpo ao sentir a pressão espiritual que eu fazia na técnica e me jogava longe, tornando metros em quilômetros com facilidade, mas agora, eu conseguia disparar minha habilidade em seu corpo, fazendo-o baixar a cabeça e após regular minha trajetória, coloquei os pés contra um dos pilares do deserto e sentindo uma pressão aguda que me subia o corpo, provavelmente quebrando algum osso das pernas, eu me impulsionava de volta para ele, indo na sua direção como um torpedo e usando da gravidade e do meu corpo para desferir um soco em sua máscara, refletindo-o para o lado enquanto eu erguia a minha própria guarda.

Não podia parar, usei o sonido e senti uma fisgada. Não me importei. Precisava continuar. Cheguei ao seu lado e dei um segundo soco, rachando a máscara enquanto ele tombava para o lado e seu enorme corpo caía sobre as dunas, erguendo um paredão e enfim eu podia descansar. Meu inimigo estava derrotado.

Me ajoelhei no ar e minhas pernas fraquejaram, me fazendo puxar um pouco as mangas do hakama e vendo minhas pernas, que estavam completamente roxas de um sangue vivo. O golpe que usei para defender deve ter causado esses danos e a minha movimentação fora prejudicada na medida em que eu me esforçava em usar da velocidade que tinha para ir até ele e golpeá-lo com ajuda da física.

Guardei a zanpakutou nos meus chifres e joguei a franja para trás, olhei para o corpo em minha frente.


- Você foi arrogante. Eu sou uma arrankar, você é um bebê recém nascido e birrento. Pensou que poderia equiparar nossos poderes só pela diferença de nossos tamanhos? Meu Espada é dez vezes menor que você, todavia, o venceria com apenas uma mão. Você me pegou cansada, lhe dou isso. Voc- - E recebi um Cero que me jogou para trás enquanto cantava vitória. Meu corpo queimado caía na areia, ricocheteando e saltando para percorrer mais distâncias e esfolando minha pele na areia. Consegui defender o impacto da habilidade com meu hierro, mas não o após isso, me fazendo desmaiar por alguns momentos.

- Você fala demais, pequenina. - Dizia o dragão que me sobrevoava. - Eu sou o fruto da sua arrogância. Você matou um de meus amigos e nós o devoramos. Isso iniciou uma carnificina entre nós e só sobrou eu, que evoluí, não para um arrankar, pois eu ainda posso crescer mais. Minha habilidade me permitiu me destacar após consumir você, eu serei um vasto lord digno de retirar a máscara. Seus esforços no deserto foram desperdiçados, servindo para cansá-la e cozinhar sua carne. Obrigado pelo esforço, arrankar, mas é aqui que nos despedimos.

Ele erguia a ponta de sua máscara e logo abaixava, cravando-a no chão. Mas eu não receberia um golpe novamente. Eu não podia. Talvez ele não tivesse velocidade e força (como eu), mas ele tinha peso e isso era mais que o suficiente para ser um perigo.

O ato de usar a máscara como arma, erguendo a cabeça, fazia com que me perdesse momentaneamente de visão e com isso, fugindo como um gillian assustado, eu me enterrei na areia, usando Bala para criar uma passagem para os subterrâneos do Las Noches com todo o desespero que eu tinha, sentindo a pressão acima de mim quando ele baixou seu "nariz", afundando-me nas areias e sendo protegida pelos escombros, que me jogava ao fundo com facilidade.

Me ergui de uma pilha de areia e pedra, a roupa que os exequias me deram já demonstrando falhas enquanto eu mostrava o corpo cheio de hematomas e cortes, meu olhar parecia mais de sono do que de uma guerreira, pois meus sentidos estavam no limite e tudo que meu cérebro gritava para minhas juntas era para que eu dormisse um pouco, desligando-se para proteção. Porém eu não estava segura e os guardiões apenas me assistiam lutar. Precisava pensar rápido antes que minha morte fosse inevitável.

Ao retirar a ponta de sua máscara do buraco e deixar a luz adentrar, eu saltei sem usar muita força dos pés, me agarrando no teto e me içando para fora. Não tive tempo de sacar minha zanpakutou, pois queria permanecer invisível para o gigante, usando meu último sonido para me agarrar em uma saliência da máscara, aproveitando a vantagem que tinha para rasgar um pedaço da camisa que já estava chegando em seu limite, amarrando em minha katar e dando socos naquele chifre para quebrá-lo.

O impacto me denunciou e logo ele sacudiu o corpo novamente, mas eu já estava preparada para isso, pois ao ser jogada para longe, arremessei o meu arpão improvisado, cravando minha zanpakutou na camada óssea da máscara dele e sem a necessidade de usar as pernas, eu só precisaria dos braços para me alavancar até o corpo. Sorria com a minha esperteza e até ria da situação, porém meus sons eram abafados pelos movimentos que o inimigo fazia para me retirar de si, não mais se sacudindo, mas agora, erguendo-se no ar e batendo contra os pilares, ou simplesmente manobrando para que girasse o corpo e eu fosse arremessada de novo e de novo, usando o hierro como podia para aparar danos quando ele se chocava em algo e eu, logo em seguida. Tentei girar em meu eixo, tentando fazer com que os impactos fossem feitos nas minhas costas, pois não podia usar as pernas.

Queria desferir algumas Balas para distraí-lo, mas não havia força para que eu conseguisse retirar as mãos do tecido que já estalava e queimava minhas palmas ao ser puxado pelos ares. A minha sorte é que ele não conseguia retirá-lo e eu era leve o suficiente para que não rasgasse, porém eu sabia que aquilo não ia aguentar muito tempo.

Aguentando a dor e quando não havia pressão do ar que me deixasse imóvel, fui aos poucos me aproveitando para alcançá-lo, usando de curvas para me alçar ou de descidas para me estabilizar.

Ele passou lado-a-lado de uma dos arranha-céus do deserto e fez questão de me bater no processo, quase que me deixando ali mesmo, pois se não fosse uma espécie de Rigor Mortis, eu teria caído. Mas eu apenas me agarrei com todas as forças e no impacto, desmaiei e fiquei pendurada na corda improvisada enquanto ele terminava de me arrastar pelo monumento, que ao ser puxada da lateral para o teto, eu recobrei a consciência e aproveitei a altitude e velocidade para terminar de me puxar, porém nem ao menos sabia onde eu estava, pois apenas sentia o vento batendo em meu rosto e as mãos em fogo com um sinal em meu cérebro dizendo que eu deveria me alavancar para cima.

Finalmente cheguei na máscara dele e me agachei, não conseguindo andar direito de dor. Dei um soco em minha zanpakutou e após um terceiro impacto, a máscara do inimigo rachou e tive a oportunidade de me segurar ali, arrancando com os dedos a parte óssea e guardar a arma em meio a meus chifres, podendo ter um ponto onde eu iria ser uma parasita na parte branca. Ele não tinha como me tirar dali sem machucar a si mesmo e eu conseguiria um momento de paz para enfim machucá-lo.

Uma mão agarrava a máscara para me dar sustento enquanto a outra, dava socos na carne viva dele, o que não era grande coisa, mas aos poucos, eu sentia que criava um hematoma, não o suficiente para que ele sentisse, mas sim, para que eu deixasse a pele sensível para enfim, carregar um Cero e abrir sua cabeça.

- Você não valeu a viagem... Ryugan-sama seja louvado. - Carreguei o Cero com um sorriso sádico no rosto e minha habilidade fora o suficiente para trespassar a pele machucada e adentrar nas entranhas do ser, que após receber um dano direto na cabeça, ele perdia o equilíbrio no ar e começava a cair em direção ao chão.

Me cobri atrás da máscara dele e esperei o solavanco da queda, que fora o que logo viera e com certeza não era o esperado, pois mais uma vez eu era arremessada, tombando na areia a alguns metros dali, mas não perdendo a consciência. Me ajeitei na areia, ficando de barriga para baixo e usando os braços para me levantar, porém as pernas não respondiam e não consegui me erguer. Não. Agora não! Eu irei morrer se ficar aqui! Forcei mais um pouco e consegui dar um passo, mas não houve sustento e caí para o lado, gritando de dor enquanto agarrava a perna com ambas as mãos.

Ouvi passos e logo abri a boca na direção e já carregava o Cero, parecendo um animal acuado, logo recebendo uma bainha em minha boca, cancelando minha habilidade e me calando. O exequia estava na minha frente com a katana apontada para o inimigo.

- Veja.

Cuspi a bainha e com os braços no chão, a areia por entre os dedos, observei meu inimigo, que permanecia vivo, mas se contorcia nas areias como uma enorme serpente epiléptica, batendo contra o solo e espumando pelas laterais da máscara, porém sua boca estava completamente fechada.

- Você, de alguma forma, conseguiu. Não é uma morte rápida ou digna, recheada de dor e traumas, sendo os últimos momentos dele serem de agonia, mas eu lhe parabenizo. Bom trabalho, Sullivan-sama.

Era óbvio que meu inimigo não seria abatido tão facilmente, eu fui inocente em diversos pontos, recebi danos que não precisava e trajei um caminho longo e repleto de combates que por pouco eu não pereci. Venci aquele combate, mas por impulsividade e pensamentos rápidos , meu pior defeito me salvou. Aprendi coisas valiosas nesse meio tempo, como por exemplo, o preço do "não pensar", não subestimar um inimigo (pois quase morri para um gillian), como intimidar sem ter que falar (com os exequias) e acima de tudo, como lutar com os punhos, não sendo tão dependente de minha lâmina e sabendo me defender com meu corpo. Me sentia uma hollow diferente do que quando houvera iniciado essa missão, mas agora ficaria nas mãos do acaso.

Esse exequia que me parabenizava, também era um leal ordeiro do Las Noches e ele não podia deixar que eu, como sua superior, ficasse a mercê dos demais. Eu ainda era um estorvo e só causaria mais problemas se permanecesse deitada no deserto, chamando curiosos para se alimentar do corpo do grandalhão e me darem o golpe de misericórdia, esse, que o guardião não o fazia pelo simples fato de eu ter vencido o combate, pois se fosse diferente, se eu estivesse moribunda, tenho absoluta certeza de que ele me cortaria e depois anunciaria minha morte para Ryugan-sama. Sorri enquanto ele me pegava e colocava em suas costas, me levando com velocidade para um quarto que fosse só meu e neste, eu poderia me recuperar sem chamar atenção ou demonstrar fraqueza, sendo alimentada pela ordem dos guardiões, talvez, como um prêmio da minha vitória.
Muishiki Komatta

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DelRey

Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado Seg Jan 16, 2023 5:32 am

[Missão/Treino] Agua del Desierto A8wRrMQ

Mais que aprovada! Você realmente se dedicou para sua missão e isso foi claro através do seu plot bem elaborado e bem desenvolvido, foi ótimo acompanhar. Como combinado contigo, a missão foi considerada: Bem Sucedida, a jogadora recebeu autorização especial minha para rodar o dado após a finalização da missão, visto que ela tinha direito a duas rolagens e só utilizou uma e achei que essa falha estaria prejudicando bastante alguém que se dedicou tanto a uma missão bem feita.
DelRey

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Re: [Missão/Treino] Agua del Desierto - Publicado


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