1999

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脳にキく薬

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coagula

Crank, crank, crank. Armada com um tipo peculiar de chave de fenda, o encarregado pela Décima Segunda Divisão reajustava determinada parte posterior da perna de sua mais recente criação, a Kusanagi. Esta o ocupava há algumas boas horas; o suficiente para que tivesse abandonado seus outros experimentos e a atividade de monitorar as câmeras que inseriu nos capitães que partiram para outro reino em busca de paz. A parte que lhe interessava, de fato ─ as propostas que seriam discutidas e como gostariam de manter o arranjo ─, já havia sido descartada em troca aço e sangue. Informações ainda úteis, diga-se de passagem, porém não imediatas tampouco emergenciais. E, portanto, como diminuir este agudo estridente da perna direita de sua robô sempre que ela tensiona o músculo fibular longo mostra-se como um desafio mais interessante do que criaturas coloridas estúpidas voando para lá e para cá se batendo. — Certo… — Pôs-se de pé, tomando uma atitude altiva em relação a sua criação. Aproveitou o momento para secar sua testa e redistribuir seu cabelo cinzento. — Acho que está pronto. Tente agora. — As palavras prenunciavam movimento, e a alma modificada se pôs a obedecer. — Ficou muito mais agradável, mestre. — Redarguiu, esticando seu pé e movimentando sua perna. Orgulhoso com o resultado, girou o parafuso em sua cabeça uma ou duas vezes, anelando o corpo que criou em busca de melhoras.

Mas não teve tempo.

— Mestre. — Outra voz feminina. Não era robótica desta vez, no entanto. Aoi, a fiel assistente da serpente da Sociedade das Almas. — Uma das situações de contingência aconteceram. Não parece que alguém irá ajudar. — Comentou. Ciente dos métodos de seu capitão, fechou novamente a porta, deixando-o junto de Kusanagi. Apoiou suas palmas em suas costas para endireitar sua coluna, olhou para o teto com olhos cansados e, depois, retirou a fímbria de sua testa. A alma sintética conseguiu ler o contexto da sala. — Terá de ir? Tem a ver com… Hueco Mundo? — Suspeitou. Haviam passado tempo suficiente nos últimos dias para que este tipo de raciocínio não o surpreendesse mais. E, portanto, um exausto “sim” foi a sua resposta, e nada mais. Kusanagi desceu de sua plataforma, arrastando os cabos conectados em seu cérebro até um dos limites de seus aposentos. Esticou seu braço para pegar o haori de seu mestre e pai, pendurado para que não se sujasse durante o trabalho. Com dificuldade, auxiliou-lhe a adorná-lo. — Gostaria de levar uma de minhas mensageiras? — Interpelou. — Sim. Peça, também, para que Aoi ligue o portal e conecte-o ao deserto. Precisarei manter contato com ela por aqui. Aproveite e envie seus satélites para lá quando ela o abrir. — Concluiu. E, então, dever e responsabilidades o abstraem de onde gostaria de estar.

[...]

A luz do dia aturdia a pele do pesquisador numa estranha reunião; um adverso ao outro. Em acelerados passos, invadia as barracas de determinado esquadrão. Nimura e Aoi ignoravam oficiais e tenentes enquanto caminhavam direto para o gabinete. Murmúrios, praguejos e maus olhares alvejavam ambos. — Olá, capitão! — Saudou, sorrindo diante do encarregado da Quinta Divisão. — Sinto que não tivemos a oportunidade de nos conhecermos. — Concluiu, gesticulando de forma expansiva. Aoi mantinha-se do lado da porta, régia e circunspecta.

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Pass the Nirvana

A esse ponto, você poderia considerar-me preocupado. Não havia ouvido mais nada desde a ida dos selecionados ao Hueco Mundo, por mais que eu tivesse meus próprios problemas, quanto mais o tempo passava menos eu voltava a lembrar da peculiar situação que eu estava inserido e preocupava mais com aqueles a quem eu realmente importava e que estavam lá. Reclinava na cadeira, colocava os pés na mesa, tentando tirar um cochilo naquele momento mas a constante mudança de posições e o leve ranger da cadeira cada vez mais altos me deixavam maluco. Me levantei de supetão, apoiado na mesa; - Qual é, nenhuma notícia? Se tivesse tudo bem a esse ponto eles já tinham falado algo ou voltado. - resmungava me levantando por completo.

Me dirigia ao espaço entre a parede e a cadeira do Capitão, andando de um lado para o outro, constantemente gesticulando - Será que eu posso pedir pra ir também, teria jeito de ir, com quem eu tenho que falar? Hmm... - eu coçava a cabeça tentando pensar em alguma resposta que levasse a estar ali caso precisassem de mim. Afinal, só um louco mandaria todo o time para o ataque nos últimos 4 minutos de alguma disputa. Além disso, o maior trunfo da Seireitei estava ali, guardado pegando poeira em seus aposentos, eu então me sentava novamente, usando minha mão para escorar o meu rosto num sinal de tédio e frustração.

- Se eu não estivesse ocupado resolvendo problemas eu poderia ter acompanhado. - suspirava - É melhor vocês dois voltarem vivos pro próximo sushi, ou eu juro que dou um jeito de trazê-los de volta só pra... nem sei o que eu faria. Tsc, que saco. - resmungava novamente com o ar, pensando em Alice e Kazuki. Eu corrigi minha postura, arrumei os documentos que estava esparramados pela mesa e vesti o haori que estava pendurado nas costas da cadeira, quando estava pronto para levantar, entretanto, para minha surpresa a 5ª divisão tinha um visitante.

A figura imponente do capitão da 12ª Divisão acompanhado se mantinha ao lado da porta após anunciar sua chegada de forma, eu diria majestosa. Poucos momentos como esse acontecem, quando duas figuras incríveis olham uma nos olhos da outra, acenei com a cabeça de forma positiva; - Creio que não, Capitão. Me permita, Issun Goro, capitão da 5ª divisão, mas acredito que você já saiba disso. - Eu me levantava e me colocava a frente de minha mesa - Acredito que não a conheço, um prazer senhorita... - Eu esperava então que a figura que acompanhava o capitão respondesse com seu nome.

Apesar deste encontro ser por natureza, épico, não podia deixar de pensar o motivo dele aparecer em meus aposentos, agora de todas as horas e infelizmente eu só conseguia pensar em problemas. Uma ocasião podia ser que houveram problemas no maldito Hueco Mundo - que novidade - ou eu já fui descoberto sem nem chance de tentar esconder. Francamente não existia conforto em nenhuma das hipóteses, mas ao mesmo tempo eu não podia deixar de ficar animado com tal visita.

Considerações:

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— As coisas estão ficando interessantes no Hueco Mundo!

Informou-o, sem abrir mão de um grande sorriso. “Nimura Aoi”, a garotinha respondeu-o, sem tirar seus olhos inexpressivos daquele com quem conversava. Por outro lado, mantinha-se séria e altiva, especialmente quando posta em comparação com o seu mestre. — Bem, na verdade, as coisas estão ficando interessantes aqui também… — Provocou, encontrando suas mãos atrás de suas costas, caminhando em direção de uma das janelas do gabinete, examinando sua vista e complementando sua pose. — Acho que Alice-chan irá morrer. — “Será que ele se importa?” o cientista se perguntaria. Indubitavelmente pareceu-lhe uma premissa melhor do que “preciso ir coletar algumas amostras e alguns espécimes” ou “desejo visitar meu assassino que achei que teria morrido”. E, bem, simplesmente ir até Hueco Mundo desacompanhado sem antes conhecer a totalidade dos inimigos que enfrentaria seria um erro de principiante; ele assistiu alguns de seus próprios companheiros fazerem isto, afinal de contas.

— E, bem, eu pretendo impedir seu coraçãozinho de parar de bater. Deseja me acompanhar nesta interessante empreitada? — Comentou, torcendo para que o rapazote não se preocupasse com coisas como permissões de ir para lá, ordens da Central ou qualquer outra coisa do tipo. São tempos difíceis, afinal de contas, e situações difíceis exigem algumas medidas heterodoxas de vez em quando. Nimura havia, agora, caminhado em lentos passos em direção à sua assistente, Aoi. Ajeitou algumas madeixas de seu cabelo, esticou algumas partes de seu uniforme que estavam amassadas e, posicionando sua mão em suas costas, endireitou sua coluna. Concluiu o conjunto de ações passando uma de suas mãos por seu rosto, até chegar em seu queixo. Antipática e naturalmente odiosa de todos, seu sorriso mostrava uma exceção quando se tratava de seu capitão. Talvez ela simplesmente gostasse de serpentes.

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Modus

A calmaria em minha face era então transformada em complexidade e preocupação, as palavras do capitão simplesmente haviam confirmado uma das minhas hipóteses, então realmente acontecera algo no Hueco Mundo. Aoi se apresentava, fazendo que minha atenção voltasse a ela, não acompanhando o capitão-cientista que andava pela sala, quando voltei minha atenção ao mesmo ele estava se aproximando de uma das janelas presente no aposento, preparava minhas cordas vocais para dizer algo, apenas para ficar novamente sem voz e surpreso com a confirmação de que algo havia de fato acontecido na Soul Society, ou que pelo ou menos ele sabia de algo.

Havia acontecido algo além do que aconteceu comigo? Eu sacodia a dúvida da minha mente, reafirmando pra mim mesmo que não era hora de pensar naquilo, talvez fosse, mas se algo aconteceu no Hueco Mundo eu precisava saber; - Aqui? Dado a seriedade da missão no Hueco Mundo, o que poderia estar acontecendo aqui? - Eu dizia num tom beirando resmungos, mas de fato naquela interação, nada havia me pego surpresa quanto a próxima afirmação. Alice, morrer? Como assim? como ele sabia e do quê ele sabia?

Uma voz ecoava no fundo da minha mente que tudo aquilo era mentira, não tinha como ele saber, é um blefe, nada mais. Mas a parte completamente racional de mim reforçava que eu não podia perder outros entes importantes para mim, pagar para ver não era uma opção naquele momento, minha pose e compostura já haviam deixado a sala com o baque da notícia, então eu me colocava novamente na pose de um capitão, tentando voltar a atenção á realidade enquanto o resto do que o Capitão Niimura afirmava passava direto por mim como ruídos que eu não conseguia decifrar, mas para ser sincero, não importava.

- Quando partimos para o Hueco Mundo? - A minha pergunta a esse ponto era uma quase uma afirmação que usava um "?" de decoração no final, eu sabia que aquilo poderia não ser verdade, talvez ele tivesse outros interesses ali, não, provavelmente ele tinha outros interesses no Hueco Mundo, mas se eu já estava inclinado a ir até lá agora se tratava de uma necessidade, questão de vida ou morte. - Não me entenda mal Capitão, se veio atrás de mim como uma ferramenta para algum objetivo no Hueco Mundo, me aponte na direção do que precisa e terá o melhor desempenho que poderia querer. Mas eu digo isso da forma mais sincera possível, a minha prioridade é salvar aqueles com quem eu me importo, aconselho que não fique no meu caminho quando o momento chegar. - Eu afirmava, não em tom de ameaça e sim de promessa, enquanto olhava a interação do Capitão com a oficial que o havia acompanhado, eu sabia o que parecia que eu havia feito, mas eu também sabia que ele entendia, que eu não me importava ser uma ferramenta na mão de alguma força maior, desde que isso possibilite com que eu realize o que eu precisava fazer.

Considerações:

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Eu havia acertado, sim? Este garoto é um sujeito interessante. Talvez tenham-no deixado por ser jovem, ou por apresentar esse comportamento explosivo. Apesar de que você pode argumentar que um é hereditário do outro. Bem, não importa, de qualquer forma. Ao menos ele é sincero, e não tenta me enganar, assim como os outros imbecis que compõem o nosso pequeno e honrado exército.

— Não se preocupe, jovem capitão. Estará sob os meus cuidados e sugiro que acate às minhas ordens. Permitirei que ajude seus amiguinhos. — Silvou, apresentando outro sorriso. Clap clap. Duas palmas prestimosas do capitão. — Muito bem, então. Concluiu os preparativos, Aoi? — Questionou-a, que meramente meneou com a cabeça para assentir a confirmação. — Então não percamos tempo, jovem capitão. — Terminou, com sua assistente abrindo a porta para que dali saíssem, rumando, novamente, ao Instituto Shinigami de Pesquisa e Desenvolvimento.

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Nero Forte

Talvez a minha resposta faltava certo tato, mas não era algo que eu particularmente considerava ter naquele momento, eu observava ambas as figuras enquanto elas conversavam e saíam da sala. Tentava me acalmar mas eu estava com nervos a flor da pele, talvez fosse uma tentativa de acertar um nervo sensível meu e se fora, havia sido bem sucedida. Eu aguardava um momento depois da saída deles até que então eu me dirigisse para a porta.

Eu pensava sobre a situação, até onde o Capitão-cientista estava disposto a ir pela sua curiosidade, será que ele seria capaz de ignorar a minha condição, caso ele soubesse da mesma, ou seria eu justamente uma cobaia de teste não ciente do que estava para acontecer. Em meados a agitação e uma nova e muito mais potente preocupação sobre a situação atual, eu tinha certa confiança nele, como se eu houvesse encontrado mais alguém interessante em meados a organizada e burocrática Gotei 13.

Considerações:

Re: [RP] — A MÁSCARA E O PARAFUSO: PARTE 01 - Publicado

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