Em meio ao ataque de Nioizakura fui surpreendido pelo avanço de Kurosawa. O tenente invocou uma barreira enquanto averiguava um de meus ferimentos. Era impressionante a capacidade do garoto em se manter focado mesmo após o trauma sofrido há pouco. O desempenho tanto de Tensai quanto de Aizawa deixava claro que, independente do que viesse a acontecer nos próximos capítulos da guerra que parecia ter se iniciado, tínhamos grandes talentos em mãos.

O jovem enquanto finalizava um remendo em meu braço cogitou a possibilidade de recuarmos. Àquele ponto meu mal estado estava aparente e de fato não aguentaríamos continuar aquele combate por muito tempo. A capitã da quarta divisão parecia estar atônita frente a demonstração de poder de Aika e não parecia apta a continuar mesmo prestando os primeiros socorros. Independentemente do que aconteceria, ela havia sido de grande ajuda até ali. – Meu receio é que ela tentar nos impedir. Não sabemos como está a situação dos outros capitães, já não consigo sentir a reiatsu de muitos deles. Se arrastarmos Aika para a Sou Society... Ela pode causar muitos problemas. Não tenho muito mais a fazer... Tentarei atrair sua atenção e, caso seja possível, aproveitem a oportunidade para fugir.

Um mártir? Talvez. Mas aquele era meu papel. Se ao menos eles pudessem escapar eu estaria satisfeito em cair mais uma vez, nem que essa fosse a última.


Alice caía com a dança das pétalas de Aika. Kuramoto e Kurosawa estavam feridos e talvez aquela fosse a única chance que eles teriam de sair daquele lugar. Definitivamente uma terra sem vida como aquela não deveria ser o túmulo de mais nenhum de meus aliados. Mesmo contra minha vontade, meus punhos estavam prontos para aquele último combate, quando então... “– Yuichi”. A voz dela ressoou pelo deserto. Um espectro de minha capitã aparecia frente a mim e por um instante pude sentir a pessoa que já não sentia há tanto tempo. Meu olhar estava definitivamente confuso àquele ponto. – Capitã..? – Foi a única palavra que saiu de meus lábios quando tudo cessou.

As pétalas que cercavam o ambiente aos poucos tornavam-se uma com o deserto. A mulher que antes nos atacava agora estava caída de frente a nossos pés. O que acontecera? Minha tentativa desesperada de alcança-la havia funcionado? O frio de alguma forma havia despertado seu juízo? Eram muitos questionamentos que, mais uma vez, continuariam sem resposta.

Novamente uma tempestade surgia no deserto, mas dessa vez, os trovões soavam familiares. O portal de Nimura Kisho abria mais uma vez e dessa vez seria para nos levar para casa. Olhei Tensai por um momento e notei que Kuramoto e Alice já não estavam em lugar algum para serem vistos. O tenente da segunda divisão era sem dúvidas ágil. Me voltei por um momento para Aika e finalmente me aproximei. A tristeza voltava a tomar minha face; independentemente do que eu sentia, agora era hora de agir como o capitão que ela havia nomeado. Me ajoelhei próxima de seu corpo e tomei sua zanpakutou em mãos. Por um momento pude jurar sentir o perfume de rosas passando pelo ar. – Há quanto tempo, Niozakura... – Sussurei tomando o sinal como uma forma de saudação. –  Bakudou N. 63: Sajou Sabaku... – Anunciei ainda em voz baixa, me levantando enquanto uma série de elos radiantes desciam do céu para envolver a capitã caída em uma espécie de corrente. Quando ela finalmente estivesse presa pela habilidade, Lissandra então aos poucos tomava o frio do ambiente para si, libertando-se de meu corpo e aos poucos dando espaço as vestes fatiadas de capitão.

Não havia muito mais a ser feito ali. Prendia a zanpakutou de Aika na cintura, ao lado de Lissandra, enquanto tomava a mulher em meus braços. Acredito que ela não seria um problema tão rapidamente estando desarmada e imobilizada. – Vamos, tenente... Esse é o inicio de uma longa jornada que teremos pela frente. – Sinalizei a Kurosawa que seguisse enquanto aguardava que o garoto entrasse no portal para finalmente deixar a infindável noite do Hueco Mundo.


Quando finalmente colocamos os pés no centro de pesquisa e desenvolvimento a adrenalina de meu corpo parecia aos poucos liberar as sinapses necessárias para que a dor tomasse meu corpo mais uma vez. Naquele estado eu provavelmente não aguentaria muito mais tempo. – Por favor... Acionem Nimura Kisho. No momento acredito que ele seja o mais apto a lidar com o que quer que tenha acontecido com Igarashi Aika. – A frase saia com dor. Era difícil saber quanto tempo mais eu aguentaria em pé, mas eu estava ciente que, independentemente do que acontecesse ali, era Aika era minha responsabilidade.

hp 37/700 | reiatsu 900/1700 | stamina 4/7 | cansaço 0/4

Considerações: