A Grande Árvore Sagrada é o ponto mais importante e notável da ilha Hanagasumi, sendo uma enorme árvore milenar que já está ali antes mesmo das terras serem habitadas. A árvore está localizada no pico mais alto da ilha, na montanha Hanami. Suas firmes raízes se espalham por toda extensão da montanha, adentrando ao solo até um ponto sequer imaginável por seus moradores. Ao seu redor fica localizado o Grande Santuário, também dentro da montanha Hanami. O cultivo e preservação da árvore é o mais digno trabalho que qualquer sacerdotisa pode ser designada. No entanto, muitas vezes tal função se mantém sobre os deveres da Suprema Sacerdotisa, Haru, que somente recebe auxílio quando o julga necessário. Acredita-se, que enquanto a árvore se mantiver saudável, a ilha deva prosperar.

Uma única vez por semana, aos sábados, o Grande Santuário permite a entrada dos moradores por alguns minutos para que as orações e agradecimentos sejam devidamente prestadas frente à Árvore Sagrada, acreditando que esse seja o lugar mais próximo da deusa em toda a terra.

Nascida na primeira primavera da ilha de Hanagasumi, Haru foi nomeada em homenagem à estação do ano. Era uma criança tímida, calma e bastante estudiosa, pois sempre soube o dever que lhe seria dado quando chegasse à maioridade: se tornar a primeira e talvez única Sacerdotisa Suprema do grande templo de Hanagasumi. A moça era, verdadeiramente, uma benção enviada pela deusa. Haru era esforçada, e sonhava com o dia em que enfim passaria pelo ritual e seria a maior responsável por aquelas terras. Os anos passaram e o grande dia chegou: no primeiro festival oferecido pela ilha, a garota foi banhada nas águas doces e, ao retornar do mar, lhe foi oferecido um enorme banquete. Não apenas a ela, mas a todos da ilha, que se esbaldaram com os pratos principais. A sobremesa, porém, foi oferecida unicamente a Haru: uma fruta, provavelmente a mais bela que seus olhos já presenciaram. Uma fruta tão bela que parecia reluzir o brilho da lua. Seu gosto? Inigualável. Beleza? Única. Haru não entendia exatamente o que lhe haviam oferecido, mas ao provar daquela fruta seus olhos abriram-se para um mundo além daquele que os demais podiam enxergar, era como se ela finalmente entendesse, além de desejar, o propósito de tudo. Em sua testa, um estranho chifre floresceu, este que brilhava em resposta à lua, clamando a atenção de todos que, em resposta, apenas prestaram uma formal saudação à recém nomeada sacerdotisa suprema da ilha Hanagasumi.

Anos haviam se passado, as demais sacerdotisa diziam que algo havia mudado em Haru após o ritual, sua sabedoria havia se tornado grandiosa e sua calmaria inabalável, todos tinham o prazer de servi-la, mesmo que Haru não aceitasse nenhuma mordomia, vivia para a preservação de seu templo e da ilha, protegendo, guiando e acolhendo todas as moradoras dela. Há, no entanto, uma lenda que afirma que a sacerdotisa pode não apenas enxergar, mas conversar com aqueles que já não estão mais nessa vida e que toda noite ela se isola em seu templo e é possível escutá-la conversando por horas e horas, mesmo que não esteja acompanhada de ninguém mais. Ela é a atual portadora da Miko Miko no Mi.

Formado por quatro membras escolhidas a dedo pela Sacerdotisa Suprema, o sagrado grupo de purificação Sakura foi criado para atender às demandas exclusivas de Haru, obedecendo somente a ela. São também as principais responsáveis pela segurança e proteção da ilha; expulsando os piratas, malfeitores ou marinheiros mal-intencionados da região. O grupo mantém a própria identidade em absoluto sigilo, aparecendo por detrás de suas máscaras sagradas sempre que há um pedido de socorro, há muitas lendas acerca de suas habilidades e capacidades, mas não há dúvidas quanto a elas. Por conta disso, é nutrido um grandioso respeito a todas as quatro, existindo até mesmo pequenos cultos de adoração às reconhecidas protetoras. Uma vez por primavera, em meio ao Grande Festival, as quatro saem à noite juntas, mascaradas, simplesmente para que todos possam testemunhar sua existência e grandeza.

O Grande Festival do Florescer Espiritual é, muito provavelmente, a maior festividade em toda Paradise na Grand Line. Durante três meses, a ilha torna-se um centro de comércio e celebração a todos que desejarem participar, com as sacerdotisas entretendo seus convidados com a apresentação de seus afazeres religiosos, como as danças sagradas e a fabricação de saquê. Durante essa época, o vilarejo de Hazakura é responsável por abrigar boa parte dos visitantes, cobrando preços exorbitantes por diárias, o que auxilia fortemente o crescimento da economia de Hanagasumi.

Durante essa época, é comercializado o saquê especial de Hanagasumi, um produto estimado entre os piratas mais renomados, considerado a bebida mais pura existente. Esse saquê é capaz de embebedar mesmo o mais resiliente brutamontes com um único gole, devido a seu alto teor de álcool. Uma mísera garrafa pode ser guardada e vendida por milhões de berries em outros locais dos mares.

Nas noites de lua nova, um grande palco é montado no festival e boa parte das sacerdotisas locais apresentam uma dança característica para todo o seu público. A Dança de Kagura é uma celebração à existência da Grande Sacerdotisa e à saúde da Grande Árvore Sagrada, e é comumente relacionada a uma simpatia de bênção e boa sorte àqueles que presenciarem essa apresentação. Muitos piratas costumam partir apenas após a dança, por acreditarem que vislumbrar a Dança de Kagura lhes forneça facilidade em encontrar tesouros e viagens mais tranquilas.

Grande parte do público que visita a ilha é atraído pela comercialização do saquê e pela superstição por trás da Dança de Kagura. É de conhecimento comum que em algum momento da carreira de Joanna Dark e de Arthur Augustos King, ambos estiveram nesse festival e presenciaram a Dança de Kagura. Seus comentários sobre a elegância das sacerdotisas viajaram pelos mares e contribuíram para o aumento da vinda de turistas.

Mitos, crenças e fé, os pilares que fundaram e mantém a ilha Hanagasumi até os dias atuais. Mas a quem é dedicada tamanha adoração? A mais antiga das lendas da ilha Hanagasumi é sobre sua deusa, sendo nomeada unicamente por Kyuubi. Ela conta a história da primeira raposa que esteve na terra, aquela que vagou entre continentes, andou sobre as águas e voou por todos os céus, até finalmente se cansar e repousar nessa mesma ilha. Segundo a lenda, sua deusa buscava conhecer o mundo, as pessoas e tudo o que estivesse nele, e que sua viagem durou exatos novecentos anos, e a cada cem anos, uma nova cauda surgiu, até a formação de nove delas. Quando resolveu descansar, deitou-se sobre um pequeno terreno, fechando os olhos e então descansando sobre o lugar em que hoje floresceu a Grande Árvore Sagrada. Todas na ilha acreditam que não há maior sabedoria, benevolência e onipotência. Para elas, Kyuubi continua na terra, mas dessa vez ela não vaga mais em busca de conhecimento, mas sim repousa ao lado de seus súditos nessa mesma ilha e que ao clamar o seu nome, ela escutará e quem sabe até mesmo responderá.