A marca número cinco representa muito mais do que apenas poder. Responsabilidade é o maior significado, sem dúvida alguma. Não estava dentro do palácio, recebendo todas as regalias pertencentes ao meu cargo simplesmente por conta da minha força. Deveria arcar com mais responsabilidades que só viver no marasmo e, imaginando que um dia pudesse ser convocado para algum tipo de missão, finalmente havia chegado.

A batida seca sobre a porta de madeira esbranquiçada de meu quarto deu o sinal que eu precisava para levantar da cama logo cedo. Um pouco relutante com o horário, me espreguicei antes de dizer qualquer coisa.

— Já vou, já vou! — Fui sucinto.

Ao abrir a porta me deparei com um dos servos do palácio. Aparência monstruosa, diferente dos Hollow’s que vivem espalhados pelo deserto, entretanto, tão feio quanto. Eu ainda me espantava que criaturas tão primitivas quanto elas conseguissem se comunicar com facilidade.

— S-senhor, desculpe interromper seu descanso. — A voz trémula mostrava o respeito e medo que a criatura tem para comigo.
— Só seja breve, cara. — Ele suspirou conforme fiquei fitando-o nos olhos, como se fosse comer a alma dele sem pudor algum.
— Bom… tem uma missão pro senhor. Nossos investigadores acharam algumas pistas sobre uma luta ilegal organizada por um criminoso. Seu objetivo é se infiltrar lá dentro e descobrir, da sua maneira, quem são os responsáveis, como também tentar acabar com o esquema ilícito deles. Mais detalhes estão neste papel. — Soltei uma breve gargalhada ao descobrir o real intuito do hollow em atrapalhar meu descanso. Finalmente, estava na hora de ter alguma ação.

Peguei o papel das mãos dele e, em seguida, fechei a porta afim de me preparar.

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Fiquei analisando por alguns longos minutos as informações contidas no papel.

Sua missão é simples, Ryugan. Ainda mais novo Espada.A localização da luta ilegal fica dentro de uma caverna, como já é de se esperar, a cerca de quinze quilômetros ao norte de Las Noches. Existe um guarda que irá lhe ajudar a entrar sem muitos problemas, caso, é claro, queira contar com a ajuda dele. Caso contrário, basta utilizar suas habilidades das quais conhecemos muito bem.

Não temos intenção de investigar nenhum que esteja atrás desse esquema ardiloso. Portanto, não precisa se segurar.

— Pelo menos eles colocaram a localização dessa merda. — Suspirei ao olhar na direção da minha foice, sobre uma mesa de madeira negra contrastando com o branco arenoso do piso.

Segurei a arma pelo cabo, com força, colocando-a sobre as costas presa em uma espécie de bainha feita especialmente para esse tipo de armamento. Estava pronto, afinal. Só precisava dela e ela de mim para que a missão desse início.

— Espero que essa buceta não demore… —  Vociferar em voz baixa, andando vagarosamente na direção da porta. Abri com certa facilidade, mostrando até mesmo um entusiasmo. Seria o primeiro passo para conquistar novos poderes e até mesmo uma fama.

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Caminhar pelos corredores estreitos de Las Noches, totalmente esbranquiçados, como em toda sua composição, se deu de forma fácil e rápida. Alguns servos ficavam analisando minha postura conforme passava por eles. Já estava acostumado com os olhos curiosos e até mesmo invejosos. Não seria nem a primeira e tão pouco a última vez que me veriam assim. Nunca liguei e não foi diferente dessa vez.

— Abram os portões. — Disse em voz alta, fitando ambos os guardas à minha frente. O colossal portão de Las Noches estava a minha frente, como um verdadeiro colosso, totalmente branco e com algumas gravuras em todo seu corpo.

— Imediatamente, senhor. — Um deles, de prontidão, me respondeu e correu na direção do mecanismo para fazer a construção abrir. Agradeci balançando a cabeça positivamente, conforme fitei as areias do deserto que cerca todo o palácio.

Uma viagem árdua deu início. Por mais acostumado que eu fosse, caminhar pelo deserto sempre foi e sempre será um problema. A cada passo sentia meus pés afundarem em contato com a macia areia branca.

Seguindo as orientações, caminhei em direção ao norte, tendo o palácio como ponto de referência.

Quinze quilômetros, né? Ok. Pensei comigo mesmo, colocando a destra acima dos olhos conforme fitava, de forma breve, o céu.

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Mesmo que longe dos sentimentos humanos desde o dia em que havia me tornado um hollow, porem sentia um desconfortável calor naquele maldito deserto, um calor tão insuportável que fazia até mesmo com que minha personalidade mais obscura tomasse o controle naquele momento, isso poderia ser um problema, não para mim, mas para quem ousasse cruzar meu caminho.

Vinte e cinco minutos se passaram e meu trajeto permanecia tranquilo, pelo menos na medida do possível, porém tudo isso terminou no momento em que um Gillian cruzou meu caminho, ele não falou nada e nem ao menos esboçou qualquer tipo de reação, mas infelizmente por conta de minha personalidade atual a sua mera existência era um problema para mim.

— Nunca mais cruze o caminho de Ryugan desta forma, inferior.  — Aquelas foram minhas únicas palavras, elas sairiam de forma bastante frias e calmas como um verdadeiro assassino em massa.

Minha foice instintivamente avançava junto de minha canhota e assim se resumiu o fim da vida daquele pobre ser inferior, não senti o menor remorso diante daquela situação, talvez essa fosse a melhor parte daquela instável personalidade. Para minha sorte conseguia vislumbrar o caminho que finalmente me faria chegar naquela caverna ou seja um de meus problemas estavam resolvidos, porém o outro seria descobrir a forma em que eu lidaria com aquela missão e situações adversas que pudessem acontecer de minha tarefa.

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Tinha uma enorme decisão a ser tomada, afinal com certeza minha personalidade acida e um tanto agressiva provavelmente me atrapalharia no momento em que eu encontrasse o guarda que estava disposto a me ajudar, pois não conseguiria garantir que a cabeça dele não seria arrancada pelo simples motivo de existir no mesmo espaço que eu estava, então momentos antes de estar no local exato do encontro, me encostei em uma arvore e por alguns instantes parei para respirar brevemente. Eu odeio você com todas minhas forças, porém já que está aqui seja útil pelo menos agora, seu bosta. Dentro de meus pensamentos clamava pela aparição de minha outra personalidade, quem sabe dessa forma eu descobrisse uma forma de desperta-la naturalmente.

— Tudo bem, Ryugan, é ótimo saber que você precisa de mim, obrigado. — De forma bastante gentil minha outra personalidade tomava forma dentro de meu corpo.

Sem saber exatamente por quanto tempo aquela calmaria permaneceria em meu corpo, resolvi rumar para a localização em que o estava o guarda disposto a me ajudar, não demoraria muito, afinal já estava a poucos metros do local.

— É o senhor que irá me ajudar, não é? — Com palavras bastante respeitosas questionaria ao homem que estava diante de meus olhos e para minha sorte o mesmo afirmaria com um sorriso no rosto, afinal teve a sorte de não cruzar com minha personalidade mais acida.

Sem mais muita conversa rumariamos caverna a dentro, pois eu tinha um trabalho a ser feito e para a sorte de todos deveria resolver o mais rapido possível para que eu não destruisse tudo e todos em meu caminho.

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Vislumbrei a grande fenda à minha frente, junto do guarda que estava me auxiliando até então. Respirei fundo algumas vezes, mais centrado e com a personalidade menos caótica do que quando deixei Las Noches. Assim talvez eu pudesse pensar melhor do que só em absorver almas e matar todos os monstros de baixo nível que encontrasse após acessar a caverna.

Tomei coragem finalmente para entrar, porém, as palavras do guarda me tomaram a atenção.

— O senhor precisa ter cuidado de agora em diante. Os túneis que ligam a caverna parecem mais como labirintos. Geralmente, levamos os espectadores por um túnel repleto de tochas nas paredes, mas, como o senhor é conhecido por todo Hueco Mundo, acho difícil conseguir passar sem ser notado. — As afirmações do guarda eram de fato verdadeiras e condizentes com o problema referido. Me restava pensar na melhor solução; matar todos ali presentes ou tentar me infiltrar.

— Acho que temos um problema então, né, amigão? — O sorriso cínico e dissimulado voltou à minha face, demonstrando mais uma vez a troca de personalidade. Minha canhota escorregou sobre o cabo metálico da foice presa às costas e em um movimento rápido, quase que instintivo, a lâmina correu na direção do pescoço do guarda, ceifando sua vida com extrema facilidade.

— Não me julgue, por favor HAHAHAHAHHA, não posso deixar pontas soltas. — Observando o corpo dele se chocar contra o solo arenoso, gargalhei em voz baixa, tremendo que pudessem me escutar caso aumentasse um pouco o tom. Fitei a bifurcação à minha frente por alguns segundos, até escolher qual delas eu deveria seguir.

— Uni, duni, tê… o escolhido foi… obviamente você. — Apontei no corredor que possuía luz provindas de tochas, diferente dos outros que estavam um completo breu. Por mais burro que eu pudesse ser, a escolha foi fácil.  

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Com a decisão tomada, não me restou hesitação. Abracei a luz com o próprio corpo, aceitando o calor das chamas me envolverem enquanto sobrepujava alguns dos guardas que teimaram em se colocarem no meu caminho. Nenhum adversário muito significante, infelizmente. E esse fato me fazia ficar cada vez mais furioso. Apesar de querer concluir e exterminar o problema, queria também um pouco de ação. Não passavam de vermes. Seja o primeiro guarda ou os últimos cinco que guardavam o extenso corredor.

Conforme me aproximava mais do final do corredor, conseguia escutar um barulho quase ensurdecedor, um pouco abafado, como se gritos entusiasmados estivessem fazendo a noite de diversos hollow’s mais felizes.

Corri na direção do barulho, como se estivessem me chamando. A luz invadiu meus olhos, mais potente, fazendo com que eu fosse obrigado a colocar a destra na frente deles, tentando diminuir o efeito colateral para que, no fim, pudesse ver com mais precisão.

Se tratava, com toda certeza, de uma arena subterrânea, colossal, cercada por arquibancadas feitas de barro branco. O local estava lotado. No centro da arena, cerca de cinco monstros de diferentes tamanhos. Todos lutavam bravamente, como se a vida deles dependesse daquilo.

Acho que é mais prudente esperar um pouco. Pensei, mas a quem queria enganar? Era óbvio que não esperaria. Qualquer luta deveria ser travada. Com isso, minha experiência de batalha cada vez mais se refinaria.

Sorrindo, achei um jeito de entrar na arena por meio de um buraco nas grades. Ninguém me viu, ou talvez não quisessem de fato me parar. Corri na direção do centro, onde os lutadores, se é que poderia chamá-los assim, estavam. Todos me olharem com um olhar de espanto, seja os lutadores ou torcedores. De fato, não esperavam me ver ali.

Não demorou até o público ir à loucura, fazendo mais barulho ainda.

— Parece que virei atração principal, não é mesmo, cães sarnentos? — Gritei na direção do que agora, considerei serem meus oponentes. Retirar a foice das costas, segurando a haste negra com a canhota se deu de forma natural, conforme mantive uma postura ameaçadora, demonstrando que estava pronto para partir todos ali em pedaços, sem muito esforço.

— E então, querem um convite pra dançar? HAHAHAHA — Gargalhei, mantendo os olhos fixos nos cinco oponentes que pareciam me odiar a cada segundo que se passava.

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Não, essa não é hora de você querer aparecer. Não, não, não, não! Uma batalha mental comigo mesmo começou antes de qualquer dança com aqueles hollow’s de nível baixo. Sem o foco que deveria ter, senti uma pressão sobre minha face, fazendo com que eu fosse arremessado a alguns metros de distância com certa facilidade. Tossi um pouco de sangue conforme levantava, utilizando a destra para auxiliar os joelhos.

Minha vontade já não era mais lutar, a segunda personalidade tinha de aflorar logo agora? Perguntar como essas já não eram feitas mais, meu corpo estava sob o controle de um Ryugan mais pacifico, que provavelmente iria querer resolver o problema na base da conversa.

Felizmente, já não seria mais possível conversar. Os monstros à minha frente estavam espumando de ódio, era nítido só de olhar no semblante deles. Mesmo não querendo lutar, seria necessário para não morrer ali, de forma prematura. Firmei a pegada na haste enegrecida da foice, analisando a situação e vendo que estava semi cercado por eles e pelas grades da arena.

Minha primeira ação no campo de batalha foi girar sobre meu próprio eixo, em trezentos e sessenta graus, utilizando o alcance da arma para forçar os cinco hollow’s a se distanciar, caso contrário, seriam cortados no meio. Um deles teimou em ficar no alcance da arma, perdendo o braço como se fosse feito de papel e não carne e osso. Os gritos de dor calaram todo o público que, apreensivos com a cena, foram à loucura segundos após o membro voar centímetros longe do corpo do hollow.

— Nós não podemos resolver isso conversando? — Tentei argumentar, porém, a resposta dos oponentes veio de forma rápida. Gritaram conforme vinham na minha direção, feitos loucos e inconsequentes. O que teve o membro decepado estava em estado de choque, ainda, gritando e olhando para seu braço sobre o solo arenoso da arena.

Se é assim que vocês querem… não podem falar que não tentei. A personalidade que tende a psicopatia tomou conta novamente do meu corpo, com um sorriso sádico perpetuado sobre minha própria face. Finalmente poderia degustar, cem por cento, da luta.

Firmei a pegada na haste, utilizando minha agilidade acentuada para realizar incontáveis golpes em menos de um segundo, conforme me aproveitava da aproximação impensada deles, abusando da distância que a foice me garantia para conseguir atingir todos, com diversos golpes. O sangue carmesim voou e pintou o solo como um quadro. A cena fez com que uma única lágrima escorresse sobre minha bochecha direita, de tanta emoção.

— Merda de Gillian’s. — Continuei com os golpes nos corpos já sem vida, desfigurando a maioria, mais do que já estavam. Alguns segundos, quase um minuto, foram necessários para que conseguisse voltar ao meu foco.

— Mais alguém que queira morrer me desafiando? HAHAHAHAHA. — Certo, talvez esse não fosse o verdadeiro foco da missão, entretanto, é o meu, sem dúvida alguma.  

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Técnicas:

Pra que eu fui desafiar outros monstros? Minha cara de espanto, levantando o cenho conforme sentia o chão tremer e vendo a criatura que passava pela única entrada da onde conseguiria passar sem quebrar as grades da arena. Talvez não fosse um de nível alto, assim como eu, mas que realmente se tratava de um tank de guerra, se tratava.

Ele caminhou todo desengonçado na minha direção, ficando a cerca de quinze metros de distância, mostrando certa experiência em batalha e inteligência, até, vide o que eu havia mostrado anteriormente e a versatilidade, pelo menos em alcance, de meus ataques.

— Como ousa estragar nossa diversão, seu insignificante. — A voz grossa do ser tomou conta de toda a arena. O público inteiro parou para escutar e prestigiar o que estava por vir.

— Estragar? Mas ela apenas começou… — Antes que eu pudesse terminar, senti uma pressão abraçar meu corpo de forma violenta. Então quer dizer que você tem seu valor. Mantive meu sorriso sádico estampado no rosto, esperando alguma resposta dele.

— Hm… terei que resolver isso então… merda. — Ele não parecia tão entusiasmado assim em lutar comigo, mas, pelas palavras, não teria como fugir da luta. Escutando o que foi dito, apontei a lâmina da foice na direção do gigante, como uma espécie de provocação.

Ele rangeu os dentes. Consegui escutar em bom tom o barulho estridente. Quando o som teve seu fim, o monstruoso desapareceu da minha frente, aparecendo, nas minhas costas, a poucos centímetros de distância, me pegando de surpresa. Sequer tive tempo de reação, apesar de conhecer a técnica utilizada com a palma da minha mão.

— Soni… — O punho dele se chocando contra minhas costelas impediu que eu conseguisse terminar o nome da técnica utilizada por ele para diminuir o espaço com rapidez. Pude sentir, além do duro golpe, sangue escorrer pela minha boca, pingando no solo já manchado com a vida dos outros que eu havia matado anteriormente.

Me mantive firme, conforme fitava o sorriso irritante do ser. Como contragolpe, girei minha foice em cento e oitenta graus, buscando rasgar a carne dele da direita para a esquerda, tentando acertar na altura da lombar.

A lâmina rasgou o ar e entrou em contato com a pele rígida do colosso que parecia estar usando o Hierro. Sua pele, resistente como o aço, travou meu ímpeto na hora. Quase que de forma instintiva, recolhi a arma, dando alguns passos para trás e fitando o alvo como se ele fosse minha presa.

Ficamos por alguns segundos nos encarando, até que o próximo movimento partiu de mim. Pulei, alcançando cerca de quatro metros de altura, suficiente para trazer a foice acima da minha cabeça e, aproveitando da minha força, como também da agilidade para trazer a arma de cima abaixo, buscando cortar da cabeça até o tórax.

O hierro dele falhou, fazendo com que eu sentisse a carne dele romper conforme a lâmina passava pela parte da cabeça.

Considerações:

Vantagens e Desvantagens:

Técnicas:

Sorri ao ver a cena do sangue escorrendo sobre toda a face do colosso, porém, ele sequer fraquejou. Sorria junto comigo, como se estivesse desdenhando da minha habilidade com a foice. E sentir o desdenho me irritou completamente. Franzi o cenho, cerrei a destra e utilizei todo meu ódio para segurar com ainda mais força a haste negra da foice usando a canhota.

— Quer tanto assim morrer, ser inferior? — Gritei na direção dele, fitando o público de maneira rápida  que continuavam em silêncio, apenas observando a luta.

— E é você quem vai me matar, Ryugan? Ou melhor, número 5? Não faça piada essas horas, jovem. — Conforme ele me afrontava, citando meu nome o número do meu cargo, retirava o casaco de pelo cinza que guardava seus músculos gigantescos. Além dos músculos, um número aparecia.

— 9? — Meu espanto transpareceu na minha fala.

— Quase isso. Privaron cai melhor em mim. — Ele gargalhou e me fez entender aonde eu havia me metido. Balancei a cabeça tentando recobrar o foco e assim fiz.

Parti na direção do privaron sem hesitar. Com movimentos fluídos, fintei ir para o lado esquerdo, conforme, já próximo do alvo, movi o corpo para o lado direito, enquanto mantive a canhota estática e utilizei todo o peso do meu corpo indo de um lado ao outro para trazê-la comigo, aumentando a força do golpe que foi de encontro ao torso do oponente.

Cortou novamente, porém, não suficiente para cravar minha vitória. Ele riu mais uma vez, colocando a aberração que chama de mão sobre o ferimento e se deliciando com o próprio sangue.

— Parece que estamos bem servido, não é mesmo, pessoal? — Indagou a plateia que aplaudiu de pé.

— Pena que o destino quis me colocar no seu caminho, jovem. — Quando finalizou, aproveitou a pouca distância entre mim e ele para realizar mais um soco, com sua canhota, visando acertar a parte lateral do meu corpo. A velocidade com que a mão vinha não me deu outra alternativa que não tentar bloquear utilizando a foice, e assim fiz. Coloquei a haste entre meu corpo e a mão cerrada que vinha ao meu encontro.

Não consegui bloquear com perfeição, mas o impacto foi devidamente controlado, para que eu pudesse tomar o golpe e não sentir tanto efeito colateral. Ainda assim, fui jogado contra as grades, batendo de costas e, graças a isso, deixando a arma cair no chão.

Vi ele correr na minha direção e prontamente estiquei a canhota na direção da foice, pegando-a novamente. Estava pronto para tentar bloquear mais uma vez. O movimento dele foi parecido, usar sua velocidade e peso para causar impacto contra meu corpo. Dessa vez, perto o suficiente, levantou a perna destra na minha direção, tentando acertar meu corpo quase que completo com somente a sua sola.

Aproveitei da minha agilidade para girar no sentido da direita, saindo da trajetória do pisão e aproveitando a brecha para cortar, usando a foice, atrás do joelho da perna da qual o privaron tentou utilizar como arma.

O movimento de recolher a perna foi rápido o suficiente para evitar perder a perna, porém, ainda assim, consegui cortar uma parte do pé dele. Finalmente ele sentiu o peso de lutar contra o espada N. 5 e demonstrou dor, com um grito uníssono. Infelizmente, pra mim, acabei irritando quem não deveria. A pressão que senti na primeira vez que ele entrou na arena abraçou meu corpo novamente, dessa vez, muito mais invasiva que da outra, deixando meu corpo mole ao ponto de não responder mais nenhum comando. Minha derrota se deu quando a foice caiu ao solo, junto do meu corpo.

— Que porra é essa? — Indaguei, vendo ele se aproximar com o cenho franzido mas, ainda assim, o mesmo sorriso debochado. Meus olhos fecharam com a pressão causada pelo privaron.  

Considerações:

Vantagens e Desvantagens: